Fundado em 28 de Setembro de 1998

22 de novembro de 2012

Homenagem aos amantes da literatura



"Tudo ressoa, mal se rompe o equilíbrio das coisas. As

árvores e as ervas são silenciosas: se o vento as agita,

elas ressoam. A água está silenciosa: o ar a move, e ela

ressoa. As ondas mugem: é que algo as oprime. A cascata

se precipita: é porque falta-lhe solo. O lago ferve: algo o

aquece. Os metais e as pedras são mudos, mas ressoam

se algo os golpeia. Assim também o homem. Se fala, é

porque não pode conter-se. Se se emociona, canta. Se

sofre, lamenta-se. Tudo o que sai de sua boca em forma

de som se deve a um rompimento do seu equilíbrio... A

palavra é o mais perfeito dos sons humanos; a literatura,

por sua vez, é a mais perfeita forma de palavra. E assim,

quando o equilíbrio se rompe, o céu escolhe entre os

homens os que são mais sensíveis e os faz ressoarem"


Texto do poeta chinês do século VIII, Han Yu, reproduzido em artigo de João Silvério Trevisan publicado na revista Vozes, de 1997, contribuição de nossa querida Elenir.

3 comentários:

  1. O equilíbrio, então, não é uma coisa boa?

    Cal

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa pegadinha, Cal. Eu acho que o equilíbrio, entendido como estabilidade mental e emocional, autocontrole, comedimento é bom sim - embora às vezes a gente precise de um pouco de destemperança também. Já o equilíbrio ao qual o texto se refere, me parece,está mais para posição estável de um corpo, sem oscilações ou desvios. Esse a gente precisa sacudir, tirar do prumo e remexer. Sai muita coisa boa de lá. Abraços.

      Excluir

  2. Obrigada por fixar aqui esta poética mensagem Como amante de Literatura, considero-me homenageada.
    E, Rita, quanto a destemperança dou-lhe toda a razão. A Bíblia já adverte a que se tenha cuidado com os mornos. Dos erros, nascem belas transformações.
    Bjs,
    Elô

    ResponderExcluir

Prezado leitor, em função da publicação de spams no campo comentários, fomos obrigados a moderá-los. Seu comentário estará visível assim que pudermos lê-lo. Agradecemos a compreensão.