Fundado em 28 de Setembro de 1998

16 de outubro de 2022

Votação para livro online

Formulários Google
Está com problemas para ver ou enviar este formulário?
Preencher no Formulários Google
Este é um convite para você preencher o formulário:
Votação para livro online
Vote ou recomende o(s) livro(s) para a próxima reunião online, depois de Cisnes Selvagens. Fiz um apanhado dos livros citados recentemente no Clube. Se o livro do teu interesse não constar da Lista abaixo, acrescente tua indicação. Vote em quantos livros quiser. 
Crie seu próprio formulário do Google.

14 de outubro de 2022

Clube jovem - O fantasma da ópera: Gaston Leroux





"Receio que apenas um espectador e um outro ouvinte privilegiado, dentro de um remoto ponto de observação - quem sabe uma outra bolha? E a contemplar uma cena tão ofuscantemente bela que faria palpitar o coração entediado do próprio 'Fantasma da Ópera'". (A tragédia brasileira - Sérgio Sant'Anna - livro do mês de Outubro de 2016 no CLIc)

O fantasma e os jovens da ópera

Terrível fantasma ou anjo da música?

O fantasma da ópera é um romance francês, considerado por muitos uma obra gótica, por combinar romance, horror, ficção, mistério e tragédia.


A única pessoa que não se intimida com essa misteriosa presença é a jovem e inexperiente bailarina Christine Daaé, que, acreditando ser guiada por um "Anjo da Música", executa sua performance no espetáculo com perfeição.




A novela foi publicada pela primeira vez como uma série e em forma de volumes, em abril de 1910, por Pierre Lafitte (capa original ao lado).



Hoje em dia possui várias adaptações para o teatro e o cinema, inclusive um espetáculo na Broadway, que bateu recorde de permanência em cartaz superando Cats.



Foi inúmeras vezes traduzida para o português do Brasil, sendo que as versões mais difundidas são das editoras Ediouro e Ática. A preferência por essas versões deve-se à maior fidelidade à história originalmente criada por Gaston Leroux.


O camarote do Fantasma

A ação desenvolve-se no século XIX, em Paris, na Ópera de Paris, um monumental e luxuoso edifício, construído entre 1857 e 1874, sobre um enorme lençol de água subterrâneo. A ópera se encontra assombrada por um misterioso fantasma, que causa uma variedade de acidentes. O Fantasma chantageia os dois administradores da Ópera, exigindo que continuem lhe pagando um salário de 20 mil francos mensais e que lhe reservem o camarote número cinco em todas as atuações. 





Contexto histórico - 1870: Paris é cercada pelos alemães

Em 19 de setembro de 1870, o cerco das tropas alemãs a Paris marcou o início do fim da guerra de Bismarck contra Napoleão 3º.

Após a guerra teuto-francesa,
Bismarck governou a Prússia de 1871 a 1890

O fato que conduziu diretamente ao irrompimento da Guerra Franco-Prussiana de 1870 foi a candidatura do príncipe Leopoldo von Hohenzollern-Sigmaringen, um parente distante do rei prussiano Guilherme 1º, ao trono espanhol, que havia ficado vago após a revolução de 1868.

Embora sem o consentimento de Guilherme 1º, o então chefe de governo da Prússia, Otto von Bismarck, convenceu Leopoldo de que o trono espanhol deveria ser ocupado por alguém da dinastia Hohenzollern. Já a França, governada por Napoleão 3º, sobrinho de Napoleão Bonaparte, foi contra, por temer um desequilíbrio de poder na Europa em favor dos alemães.

Num gesto extremo, Paris ameaçou a Prússia com guerra, caso não retirasse o apoio ao candidato ao trono espanhol. A pressão de Guilherme 1º cresceu, a ponto de Leopoldo desistir oficialmente. Mas Napoleão 3º, que pretendia ver a Prússia humilhada, exigiu do soberano alemão um pedido oficial de desculpas e, acima de tudo, a garantia de que também no futuro a dinastia Hohenzollern não ambicionaria o trono espanhol.

Esta exigência foi manipulada por Bismarck para ser entendida como um ultimato da França. Ele não só acreditava que seu país estivesse preparado para um conflito armado; apostava, também, no efeito psicológico que uma declaração de guerra contra a Prússia teria nos países vizinhos. Contando com a solidariedade dos países de idioma alemão, estaria praticamente atingida a meta da unificação. (Fonte: Wikipedia)


Comuna de Paris foi o primeiro governo operário da história, fundado em 1871 na capital francesa por ocasião da resistência popular ante a invasão por parte do Reino da Prússia.
A história moderna registra algumas experiências de regimes comunais, impostos como afirmação revolucionária da autonomia da cidade. A mais importante delas — a Comuna de Paris — veio no bojo da insurreição popular de 18 de março de 1871. Durante a guerra franco-prussiana, as províncias francesas elegeram para a Assembleia Nacional Francesa uma maioria de deputados monarquistas francamente favorável à capitulação ante a Prússia. A população de Paris, no entanto, opunha-se a essa política. Louis Adolphe Thiers, elevado à chefia do gabinete conservador, tentou esmagar os insurretos. Estes, porém, com o apoio da Guarda Nacional, derrotaram as forças legalistas, obrigando os membros do governo a abandonar precipitadamente Paris, onde o comitê central da Guarda Nacional passou a exercer sua autoridade. A Comuna de Paris — considerada a primeira república proletária da história — adotou uma política de caráter socialista, baseada nos princípios da Primeira Internacional dos Trabalhadores.
O poder comunal manteve-se durante cerca de quarenta dias. Seu esmagamento revestiu-se de extrema crueldade. De acordo com a enciclopédia Barsa, mais de 20 000 communards foram executados pelas forças de Thiers.
O governo durou oficialmente de 26 de março a 28 de maio, enfrentando não só o invasor alemão como também tropas francesas, pois a Comuna era um movimento de revolta ante o armistício assinado pelo governo nacional (transferido para Versalhes) após a derrota na guerra franco-prussiana. Os alemães tiveram ainda que libertar militares franceses feitos prisioneiros de guerra para auxiliar na tomada de Paris. (Fonte: Wikipedia)




Assim, os mais inocentes, surpreendidos na paz de seu coração, parecem de repente, devido ao golpe que os atinge levando-os a empalidecer, ou a corar, ou a titubear, ou a se levantar, ou a se prosternar, ou a calar quando se deveria falar, ou a falar quando se deveria calar, ou a demonstrar calma quando se deveria demonstrar agitação, ou a demonstrar agitação quando se deveria demonstrar calma, parecem de repente, dizia eu, culpados.




Todos aprenderam a gostar dela, pois ela se interessava pelas aflições e pelas manias de cada um. Sabia de recantos desconhecidos habitados secretamente por velhos casais.




Esta noite ela permanece com o anel de ouro, e não foi você quem o deu para ela. Esta noite ela entregou outra vez a alma, e não foi para você.


Cada vez que eles não obedeciam aos desejos do fantasma, logo algum acontecimento fantasioso ou funesto se incumbia de lhes restituir o sentimento de subordinação. 


Polyeucte de Gounod

Somente a música e o amor são imortais!



Que aterrorizante segredo esconde-se nos subterrâneos da Ópera de Paris? Que mistério atormenta um dos mais majestosos palácios dedicados à arte na capital francesa? 'O Fantasma da Ópera' narra o triângulo amoroso entre a linda e talentosa cantora lírica Christine Daaé, o frágil e apaixonado visconde Raoul de Chagny e o sinistro e obcecado gênio da música que habita os porões do teatro.


Um homem deformado se esconde num teatro e se apaixona por uma jovem atriz. Fantasmas e assassinatos cercam essa história de mistério.





Um homem é encontrado enforcado em um dos subsolos do teatro. Uma lanterninha conversa com uma voz que se identifica como Fantasma da Ópera. Os diretores do teatro recebem bilhetes assinados pelo Fantasma. Uma cantora, Cristine, tem aulas com uma voz masculina que ela pensa ser o Anjo da música. Raul, visconde de Chagny, apaixona-se por Cristine, sua amiga de infância. A partir daí desenvolve-se uma narrativa cheia de suspense, amor e humor.



Quem não tiver aprendido a pôr uma máscara de alegria sobre suas dores e o disfarce da tristeza, do desgosto ou da indiferença sobre sua alegria íntima nunca será um parisiense. Se você descobrir que um de seus amigos está prostrado, não tente consolá-lo: ele dirá que já foi reconfortado. E, se acontecer algo de bom para ele, evite felicitá-lo: como acredita ter boa sorte natural, ele ficará admirado que alguém lhe fale sobre isso. Em Paris se vive um eterno baile de máscaras.




10 de outubro de 2022

2006/2007 - escolhendo o livro preferido

Formulários Google
Está com problemas para ver ou enviar este formulário?
Preencher no Formulários Google
Este é um convite para você preencher o formulário:
2006/2007 - escolhendo o livro preferido
Qual é o teu livro preferido entre os que lemos no biênio 2006-2007 no Clube de Leitura Icaraí?
Crie seu próprio formulário do Google.

Pachinko: Min Jee Lee






"Ser homem significa saber controlar seu temperamento. 
Você precisa cuidar da sua família. 
É isso que um bom homem faz. 
Entendeu?"


"Não há o que fazer"



Salão de Pachinko



"(...)Há espiões que trabalham para ambos os lados. Há espiões nos grupos de discussão de poesia e também nas igrejas. (....)"  pag.157  (Rafa)


Quero aproveitar para elogiar a capa desse livro! Ģosto desse material da capa! Agradável ao toque das mãos, meio emborrachado, aveludado. Ainda gostei muito do visual! A ideia da roupa da mulher, trazendo,  na saia,  as imagens sugestivas da natureza que esses povos trazem em suas lembranças , ajudam a despertar nosso interesse, curiosidade por todo  esse mundo ! (Elô)









- Deus manda que o profeta Oseias se case com uma meretriz e crie os filhos que não eram dele. Imagino que o Senhor tenha feito isso para mostrar ao profeta como era se unir a um povo que o traía constantemente, não é isso? - perguntou Isak.
- Bem, sim, entre outras coisas. E o profeta Oseias obedece à vontade do Senhor - disse o pastor Shin com sua voz sonora. Era uma história sobre a qual já havia pregado.  - O Senhor continua fiel a nós, mesmo quando pecamos. Ele continua a nos amar. Em certo sentido, a natureza do seu amor por nós lembra um  casamento duradouro, ou o amor que um pai ou uma mãe sentem por um filho imperfeito. Oseias estava sendo chamado a ser como Deus ao ter que ficar com alguém que era difícil de amar. É difícil nos amar quando pecamos. 



Bem. Mais uma vez dando de cara com a sexualidade feminina. Venho com os questionamentos: a mulher tem prazer no sexo no casamento nas sociedades mais tradicionalmente machistas? Em Pachinko temos mulheres em pleno 1900e-pouqinho casando com parceiros que conhecem no dia do casório. A virgindade equivalia ao ouro (sempre, né? Que m.... essa parte anatômica que nos validava como aceitáveis). O noivo também podia ter uma surpresa desagradável no dia do casamento, claro... nunca a viu! Mas o prazer masculino costuma ser um pouquinhooo mais fácil pela própria anatomia e hormônios enlouquecidos da adolescência. Mesmo assim devem ter sido difícil. porém...
Os homens em todas as sociedades sempre são perdoados por procurarem prazeres mais "sofisticados" fora de casa (ao invés de sofisticarem os atos entre os dois. Às vezes pelo excesso de pudor incutido na mente mulher, ou por desinteresse do próprio marido). 
Mas e a mulher? 14... 16 anos... um noivo desconhecido. Dor no primeiro sexo...e muitas vezes nas demais tentativas por falta de conhecimento para ambos os jovens sobre carícias e provocações. Responsabilidade em dar filhos (homens) como segurança para a velhice dos dois. 
As personagens de Pachinko tiveram sorte em não sentirem aversão por seus maridos (criadas por uma escritora doce. Mas não sei o quanto retrata a realidade – no caso tenho uma queda pela doçura do Isak – mas estou pensando mais amplo, pessoal). Penso nas mulheres de todos os tempos, em todas as sociedades que tiveram que se submeter ao ato sem prazer, com sofrimento e muitas vezes com dor, nojo e horror. Casamentos arranjados. 
Como sou sortuda em não ser submetida ao casamento como uma peça de troca ou uma filha indesejável ao pai que precisava ter um filho homem, pelo seu valor social, em detrimento ao fardo de ter uma filha. Mas que diabo, as mulheres eram "mulas" trabalhadoras ao lado dos maridos. Sempre exaustas. Exauridas. Sugadas ao extremo, quer pelo trabalho em casa e ao redor, quer pelas gravidezes. 
Tia Irene faleceu nessa terça. Seu sepultamento foi horinhas atrás... Minha mami lembra dos inúmeros partos em casa que vovó tinha. Oito filhos vivos. Um atrás do outro. Uma gravidez atrás da outra. E o valor da mulher? (Mônica)

Boa reflexão. O mundo mudou muito. Essas questões lançadas e repensadas pelas novas gerações fazem as gerações mais velhas refletirem.
Minha mãe na semana passada me trouxe uma questão que fiquei meio que com uma batata quente na mão.
Para não fazer juízo de valor e deixar a cabeça dela mais desorganizada, porque esses novos paradigmas desorganizam as cabeças que até então receberam comportamentos sem questionamentos, eu me limitei a dizer para ela que era realmente uma questão muito difícil de resolver naquela época. (Mary)



Estou amando Pachinko. Ainda estou em 14% mas não tenho vontade de largar. Até aqui Min Jin Lee nos serve uma escrita doce e fácil. Quem me conhece sabe que adoro história, e estou encantada até agora, ainda que muito triste com a mortandade na Coreia colonizada e subjugada pelos japoneses nos idos de 1900. A morte por cólera e tuberculose era comum. Os natimortos e abortos espontâneos também. Era um povo muito sofrido, e ainda por cima pisado pela arrogância japonesa. Eu adoro cada personagem que até agora cruzou meu caminho. Inclusive os coadjuvantes como o vendedor de carvão, o pastor da igreja próxima, e especialmente o amoroso pai de Sunja e sua forte mãe. Para dizer a verdade gosto até mesmo do que chamaríamos de "homem mal que desonrou uma jovem". Até ele tem uma doçura, e a escritora realmente não o pintou de pilantra. Ele realmente acreditava que estava agindo corretamente, tentando ter mais de uma família. Obviamente já estou apaixonada pelo jovem pastor tuberculoso que protagoniza o livro, aparentemente. Depois de ler até aqui, dei uma parada para finalmente espiar o resumo do livro (comecei a ler às cegas, devido à paixão de Rosemary), e já percebi que também acompanhamos três gerações. Imagino que ainda vou me apaixonar por muitas personagens que virão pela frente, e por conhecer a Coreia e o Japão daquela época. Já esclarecendo, Pachinko é o mesmo que jogo do bicho do Brasil. Parece ter uma papel importante no Japão, pois apesar de semi ilegal, é onde os humilhados coreanos se reúnem. Ainda estou longe daí. Ainda estou na Coreia com nossos jovens Sunja e Baek Isak. (Mônica)

Uma coisa que percebi é que à medida que as gerações avançam, as histórias ficam mais fortes nos personagens mais jovens.
Eu acho que é assim mesmo, as novas gerações ganham um protagonismo na vida. (Rosemary)



https://www.amazon.com.br/dp/8551006347/ref=cm_sw_r_apan_i_4RH32F9QEPYMR97JGQQ4