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25 de maio de 2021

Astronomia Literária em Senhorita Else de Arthur Schnitzler

 


Esses prados são tão vastos e as montanhas imensas e negras. Quase nenhuma estrela. Há sim! três, quatro outras surgirão. O bosque atrás de mim, tão silencioso. É agradável sentar-se à beira do bosque. O hotel tão longe, assim, de longe, parece encantado. (Pág. 55)




17 de maio de 2021

Membros do CLIc em uma experiência literária

 


Abaixo, temos o resultado dos textos de alguns membros do CLIc e interessados de outros grupos, a partir de um pequeno trecho do início do romance Tia Júlia e o escrevinhador, de Mário Vargas Llosa, experiência essa que foi tema de postagem anterior no nosso blog. A imagem acima traz a foto de toda a primeira página, de onde foi retirado o trecho que os participantes usaram para escreverem os textos.


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Por isso e por vários motivos, nessa época, não tinha o menor remorso de ter feito tantas coisas ruins e de não ter nenhuma pena de abandonar minha primeira namorada grávida e sem nenhum recurso, no cais quando parti para um novo emprego em outro estado. E, pior, sem certeza de quanto tempo ficaria ausente. (Adileusa Silva)


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Bons tempos aqueles em que o dia começava com uma farta mesa de café da manha: com as delicias de vovó acompanhadas de um cafezinho passado na hora. A medida certa entre o aconchego das rosquinhas e a energia do café! (Flávia Lage)

 

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A casa e o aconchego com a vovó tornavam os dias bem alegres. (Maria Geny)

 

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 Agora, aqui na solidão do mundo.das sombras que me cercam e me atemorizam, só sinto o odor do café envelhecido e dos pães sem sabor que são colocados através das grades. Nem mesmo um bom dia. Endureci tanto, que nem mesmo conservei a tênue marca dos biscoitos da minha avó. (Ceci Lohmann)

 

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No grande e espaçoso quintal havia um pé de goiaba, que fazia nossa alegria nas férias. Escalávamos seus galhos, comíamos suas frutas bichadas e pendurávamos um balanço de corda no galho mais forte. (Consuelo Ramos Sozzi)

 

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Vovó pediu a vovô para fazer uma estante de cimento embaixo do tanque e, ali ficavam muitos livros, inclusive o Tesouro da Juventude. Enquanto ela lavava a roupa, as crianças sentavam no chão, ao redor, e liam. 

Vizinha à fábrica de balas de Sr. Álvaro, era doce aquela casa. (Elenir Teixeira)

 

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Lembro muito daquela quinta. Uma casa pequena, poucos quartos mas que guardava dentro de suas paredes o amor da família. A casa cheirava a comida todo o tempo, minha avó acordava cedo, aquecia o fogão a lenha que só se arrefecia no inicio da noite. A cozinha dela aquecia a casa e nossos corações. (Luciana Lage)

 

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Ahh!...como lembro o feijão cozinhando e perfumando todos os espaços. Das cinzas, vovó fazia sabão.

No fogão a lenha deixa-se sempre uma acha acesa. Ela não apaga totalmente à noite.

Na espaçosa cozinha, a grande mesa aguardava a família reunida para saborear os deliciosos quitutes de Mariazinha, nossa tia. (Mariney Klecz)


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No quintal encantado, o riso corria solto e as brincadeiras não tinham hora para terminar. Eu sentia que o cenário era de ternura e acolhimento, junto daqueles que transmitiam amor no olhar. (Mariana de Deus)

 

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Na quinta eu era feliz, mas não me dava conta disso com tanta certeza como tenho hoje, depois de tantos anos a viver nesta cidade cinzenta. 

A casa tinha paredes brancas, janelas vermelhas, com contornos em azul anil.

Eram janelas de madeira que a cada inverno rigoroso davam sinais de apodrecimento, mas meu avô todos os anos retocava a tinta vermelha brilhante. Ele dizia que a cor vermelha simbolizava a fé e a força de viver. Vovô sempre foi um homem muito politizado e sonhador e, nas conversas ao redor da mesa, dizia que um dia veríamos o povo fazer a revolução.

O que também me recordo muito, com um saudosismo melancólico, é do canto dos pássaros que, na figueira por trás do alpendre, faziam verdadeiros banquetes com os figos docíssimos que davam duas vezes ao ano. Os que escapavam das bicadas dos pássaros, vovó fazia compotas. Os frutos caídos pelo chão de lajota áspera e esverdeada, vovô juntava para fazer
aguardente.
(Lilian Silva)

 

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Vovó era dada à acumulação. Encontramos no armário radiografias diversas de mais de 20 anos dos exames preventivos feitos ao longo da vida.

Uma vez explicada a inutilidade dos exames antigos, vovó decidiu cortar com a tesoura todos os negativos, pois não queria seu nome associado aquela pélvis em negativo em mãos alheias. Seria uma tarefa insana se não fosse a iniciativa de Mariazinha aproveitar a passagem do caminhão do lixo e jogar fora. Só então soube que as imagens em negativo no mercado da reciclagem têm valor. (Rosemary Timpone)

 

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Lembro bem de Tia Linda. Conhecia tudo sobre plantas, fazia chás, tinturas e unguentos. Era especialista no que hoje chamamos de fitoterápicos. Recorríamos a ela sempre, pois naquelas lonjuras não havia médico. Tia Linda não tinha estudo e era uma mulher um tanto rude, mas nunca falhava quando alguém precisava de seus cuidados. Possuía uma sabedoria que enxerga até os males da alma, que ninguém mais vê. E tinha remédios e rezas para tudo. Vinha gente de outras fazendas para pedir seu auxílio. Ela atendia a todos com desvelo. Nunca conheci ninguém igual a ela. Nem parecida. Saudades. (Claudia Fonseca)

 

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Foi por esse tempo, hoje tenho consciência, que se forjou em mim o prazer da leitura.

Ouvir as histórias que minha avó me contava era entrar num mundo mágico. 

Daí a criar as minhas foi uma consequência quase natural. 

O que me frustra é não ser capaz de dotá-las dos mesmos sortilégios de então. 

O menino desceu do céu. (Benito Petraglia)

 

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Tinha eu quinze anos na época. Papai e mamãe estavam brigados e quis fugir daquela confusão toda. Eu só fui entender muitos anos depois que foi por conta de uma briga na Justiça que, pela primeira vez, meus pais aceitaram sem questionarem algo que eu pedia.

Com meus avós eu tinha um ambiente mais leve, e onde todos me paparicavam, inclusive os vizinhos que sempre visitavam meu avô para ouvir suas histórias. Por estar próximo de muito verde, estava também sempre em contato com a natureza e – acreditem - com um ambiente místico e misterioso.

E foi naquele ambiente saudável e ao mesmo tempo mágico, que pude vivenciar experiências com um mundo oculto. Eu escondia esse contato de todos, pois temia que me chamassem de louco e me levassem de volta para a casa de um de meus pais. Foi por conta daquele universo secreto que  começou a despertar meu dom criativo. A partir do que eu via nos espaços escondidos daquela casa e seu entorno, passei a registrar num velho caderno de meu avô histórias de vários seres mágicos. Mas minha capacidade inventiva ultrapassava os limites do que eu via. Insatisfeito com tudo que eu escrevia, eu riscava, rasurava, apagava e voltava a escrever. Cada vez que eu reescrevia, eu aumentava os feitos e poderes das criaturas que voavam em frente de meus olhos. Algumas vezes, rasgava uma página inteira e tornava a escrever. Eu temia que alguém lesse e, além de doido, me chamassem de burro e que não tinha vocação nem talento para escrever. 

Não lembro quando parei de escrever naquelas folhas amareladas, mas alguns anos depois, quando já estava por terminar o curso de Jornalismo na Universidade do Brasil, fui visitar meus velhos avós e ao procurar meus escritos, descobri que as fortes chuvas de 1968 e os ratos que se escondiam no porão fizeram o serviço que eu pensei em fazer algumas vezes. Agora, enfim tomei coragem de colocar no papel, sem enfeites, tudo que vi e vivi naqueles anos junto com seu Alexandre e dona Cesária. (Carlos Benites)

Despertando a criatividade dos membros do CLIc e de outros grupos de leitura

 


A partir de uma conversa após uma reunião de nosso Clube de Leitura, surgiu a ideia que movimentou o CLIc, chegando também a membros de outros grupos de leitura.

Foi apresentado um print de um pequeno trecho, que será transcrito abaixo, do início do romance Tia Júlia e o escrevinhador, de Mario Vargas Llosa sem identificação de título e autor. Solicitou-se que os leitores, a partir do citado trecho, escrevessem algo, quê poderia ser uma continuação ou reflexão.

Tivemos um total de treze pessoas que nos enviaram seus trechos. Recebemos ainda um conto da querida Elenir Teixeira, que fora escrito antes dessa experiência literária, e outro da amiga Lilian Silva, que completou sua contribuição inicial.

A seguir, transcrevemos o trecho utilizado nesse projeto literário, destacando que também excluímos do print os nomes da cidade e rua que apareciam no texto, para que não estimulasse a curiosidade de saber onde se dava a trama do livro e até saber o autor.

"Nesse remoto tempo, eu era muito jovem e vivia com meus avós numa quinta de paredes brancas da rua XXXXXX, em YYYYYYYYYY ."


14 de maio de 2021

O único amigo de Gilliatt - Pergunta nº 7 - Jogo da Pergunta - Os Trabalhadores da* MAR - Fernando Costa





Pergunta nº 7 –  Qual foi o único amigo que Gilliatt conseguiu conquistar sobre a ilha de Guernesey e porque?

A – O velho capitão Gertrais Gaboureau, por ser ótimo velejador

B – O timoneiro Tangrouille, por ter-lhe dado de presente uma boa garrafa de

11 de maio de 2021

O maior inimigo dos marujos - Pergunta nº 6 - Jogo da Pergunta - Os Trabalhadores da* MAR - Fernando Costa




Pergunta nº 6 – Quais são as principais características do temível "Rei dos Auxcriniers", o maior inimigo dos marujos durante as tempestades?

A – É anão e surdo

B – Conhece a fundo o cemitério oceano

C – Possui cabeça larga em baixo e

7 de maio de 2021

Grande Perversidade - Pergunta nº 4 - Jogo da Pergunta - Os Trabalhadores da* MAR - Fernando Costa






Pergunta nº 4 Que grande perversidade o diabo em pessoa costumava realizar junto à população católica do arquipélago normando durante o século XVIII, segundo o autor de OS TRABALHADORES DA* MAR?

A – Apavorar as mocinhas virgens durante a noite

B – Poluir a água dos

4 de maio de 2021

Astronomia Literária - Dom Quixote de La Mancha: Cervantes

 











Tens toda razão, Sancho - respondeu dom Quixote -, e será mais prudente deixar passar a influência maligna das estrelas que nos atinge agora.