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29 de julho de 2022

O avesso da pele: Jeferson Tenório







 











Debate sobre o livro "O avesso da pele" de Jeferson Tenório.


ID da reunião: 849 2666 2615
Senha de acesso: 778654

A Reunião contará com a presença do autor.

Dia : 19/12/2020 Sábado
Hora: 17:00 h


(R.M.)




Com a pele negra,  
a essência que o estruturava
dentro de si achou.

Era negro e a amava.
Belas reflexões fazia...
Sua cor afastou-os.

Negro, ele enfrentou 
e superou preconceitos.
Confiava em Ogum.

(Elenir)





Emocionada...
Sensibilizada...
Maravilhada...
Termino a leitura de:
"O Avesso da Pele"

Assim como o poeta Ciro Costa agradeceu, de joelhos, ao "Pai João", agradeço ao colega que indicou esta leitura e, principalmente, ao grande Escritor, Professor e Doutor em Literatura, Jeferson Tenório, cujo romance me encantou, levando- me a inesperadas lembranças e reflexões que me comoveram.
Elenir.






"Toco a tua boca, com um dedo toco o contorno da tua boca, vou desenhando essa boca como se estivesse saindo da minha mão, como se pela primeira vez a tua boca se entreabrisse e basta-me fechar os olhos para desfazer tudo e recomeçar. Faço nascer, de cada vez, a boca que desejo, a boca que a minha mão escolheu e te desenha no rosto, uma boca eleita entre todas, com soberana liberdade eleita por mim para desenhá-la com minha mão em teu rosto e que por um acaso, que não procuro compreender, coincide exatamente com a tua boca que sorri debaixo daquela que a minha mão te desenha.

                 Tu me olhas, de perto tu me olhas, cada vez mais de perto e, então, brincamos de ciclope, olhamo-nos cada vez mais de perto e nossos olhos se tornam maiores, aproximam-se, sobrepõem-se e os ciclopes se olham, respirando indistintas, as bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios, apoiando ligeiramente a língua nos dentes, brincando nas suas cavernas, onde um ar pesado vai e vem com um perfume antigo e um grande silêncio. Então, as minhas mãos procuram afogar-se nos teus cabelos, acariciar lentamente a profundidade do teu cabelo enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragrância obscura. E se nos mordemos, a dor é doce; se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela. E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura, e eu te sinto tremular contra mim, como uma lua na água."

(Julio Cortázar, O Jogo da Amarelinha - Capítulo 7. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. Tradução de Fernando de Castro Ferro)



A Lua é gema de ovo no copo azul lá do céu


"A-LUA-GEMA-DE-OVO-NO-COPO-AZUL-LÁ-DO-CÉU"




"A infância nos fornece certas mágoas e é com elas que lutamos".












"Nada nos protege melhor da estupidez do preconceito, do racismo, da xenofobia, do sectarismo religioso ou político e do nacionalismo excludente do que esta verdade que sempre surge na grande literatura: todos são essencialmente iguais. Nada nos ensina melhor do que os bons romances a ver nas diferenças étnicas e culturais a riqueza do legado humano e a estimá-las como manifestação da multifacetada criatividade humana." Mario Vargas Llosa.


"Negro" ou "Preto"

Fonte: Último Segundo - iG @ https://ultimosegundo.ig.com.br/colunas/afro-igualdade/2017-06-01/negro-ou-preto.html





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