Vera e Eloisa |
31 de agosto de 2021
Urgência: Vera Lucia Schubnell Freire
27 de agosto de 2021
LEREIAS: Edmar Monteiro Filho
SEIS CONTOS DA ERA DO JAZZ
Recordo-me
de dois grossos volumes que enfeitavam a velha estante de meu pai: “A História
do Brasil”, de Hélio Vianna. À época, o desafio de enfrentar os dois “catataus”
me parecia à altura da chance de compreender tudo o que se passara no país
desde o seu “descobrimento” até meados dos anos 1960. Os tomos pouco
manuseados, mais que traduzir o cuidado que meu pai sempre teve com os livros,
parece traduzir seu desinteresse pelo ambicioso projeto do autor de resumir
quase quinhentos anos de história em pouco mais de mil páginas repletas de
ilustrações, tabelas e mapas.
O
principal desafio das grandes sínteses e dos grandes manuais de história sempre
foi a abrangência, desafio que cresce na proporção que o Big Bang do
conhecimento amplia seus raios em todas as direções. Desde o advento da chamada
“Escola dos Annales”, na França dos anos 1920, as concepções positivistas, que
tratavam a História como um amontoado de datas e nomes, revelaram seus
equívocos, dando lugar à ideia de que toda atividade humana é, por natureza,
histórica. Dessa forma, veio abertura para interpretações e recortes temporais
mais amplos, para abordagens temperadas pela Sociologia e para a identificação
dos interesses por detrás da construção do discurso histórico. Nesse universo,
há que se precaver contra o relativismo extremo, origem de um obscurantismo
ignorante que permite, por exemplo, a negação do Holocausto e a defesa do
terraplanismo.
Quando
se trata de ficção, as fronteiras se alargam. Mediante acordo implícito, o
autor pode se permitir ampla liberdade criativa na abordagem dos fatos. Mas é
fato que o ficcionista dificilmente escapa de retratar sua própria história,
mesmo que veladamente, como é o caso de F. Scott Fitzgerald, em “Seis Contos da
Era do Jazz”.
A
ideia de caracterizar uma denominada “Era do Jazz”, conforme aparece no título,
não se concretiza a partir de uma enumeração descritiva de sinais próprios às
primeiras décadas do século XX, nos EUA, onde nasceu Fitzgerald. Aliás, nos
contos que compõem a coletânea, o jazz comparece somente como música de fundo
para algumas cenas, caso o leitor tenha ouvidos apurados. O que surge, de fato,
é a crônica reveladora de um recorte temporal e espacial restritos, através do
olhar crítico e desolado de seu autor sobre esse panorama e, especularmente, sobre
sua própria vida.
O
esclarecedor ensaio introdutório de Brenno Silveira, bem como a introdução de
autoria do filho do escritor, trazem uma visão acerca da atribulada vida de
Fitzgerald: o talento literário precoce, a busca pelo reconhecimento, o
casamento com Zelda e, por fim, o carrossel de excessos – bebida, festas,
viagens – que destruíram a saúde de ambos. Mas é no conjunto de narrativas de
“Seis Contos da Era do Jazz” que afloram com nitidez as preocupações em torno
das barreiras sociais na conservadora sociedade dos EUA durante os anos 1920
como principais traços da literatura do autor de “O Grande Gatsby”.
Os protagonistas das histórias de Fitzgerald
ora lutam pela ascensão social, ora sofrem pela necessidade de manter as aparências
adequadas ao seu status. Homens e mulheres, aprisionados por padrões de
comportamento impostos por uma sociedade rigidamente estamentada, ensaiam uma
independência fadada ao fracasso, pois a hipocrisia, o preconceito arraigado, a
ditatura de costumes não dão chances aos desajustados e rebeldes. A sutil
ironia que o autor utiliza para forjar as histórias dessas vidas
representativas de um universo claramente delimitado não deixam dúvidas a
respeito do desencanto do escritor perante esse quadro. Nem mesmo em “O Curioso
Caso de Benjamim Button”, tratado fantástico sobre a juventude e a aparência,
Fitzgerald deixa de lado sua contundente veia crítica.
“Seis
Contos da Era do Jazz” oferece uma visão interpretativa da sociedade de uma
época como poucas vezes o relato histórico foi capaz de elaborar. A releitura
desse belo livro, por indicação da amiga Eloisa Rodrigues, do Clube de Leitura
Icaraí, trouxe, como em geral se dá com as releituras, um reencontro
surpreendente. No mais belo conto da coletânea, “Ó Feiticeira Ruiva” – também o
preferido de minha querida Eloisa – uma deslumbrante aparição feminina
enfeitiça a vida um empregado de livraria. A alegórica cabeleira vermelha de
Caroline, tingindo de vivas e ilusórias cores uma vida insípida, simboliza
brilhantemente o sonho de tantos que se movem no encalço das pegadas da ilusão.
FITZGERALD, F. Scott. Seis
Contos da Era do Jazz. Porto Alegre: L&PM. 1987, 264p.
26 de agosto de 2021
Meus Netos: Vera Lucia Schubnell Freire
24 de agosto de 2021
Nas nuvens: Vera Freire
22 de agosto de 2021
Senhorita Else: Arthur Schnitzler
- Como os homens são tontos!
- Por que ele faz esses olhos de bezerro desmamado?
- Sou eu quem está falando?
"- Você sabe o que fez? Imagine, você foi ao salão de música vestida só com o casacão e, de repente, ficou nua na frente de todos e caiu desmaiada. Acham que foi um ataque histérico. Não acredito nisso. Também não acho que você esteja desmaiada. Aposto que está ouvindo tudo o que estou lhe dizendo. "
Sinto a brisa fresca
soprando lá das montanhas.
Gostoso arrepio.
Pagará o empréstimo
mostrando-se nua a ele.
O seu pai merece.
Ela sentia algo
insistentemente olhando-a.
Seria um fantasma?
Vastos são os prados
e negros são as montanhas
e o céu sem estrelas.
Triste é a paisagem!
Não, não é ela que está triste.
Na vida, há tristeza.
Não quero saber
do real me maltratando.
Devaneios, quero.
(Elenir)
- Claro, madame, ficarei de acompanhante. Ou Else, como a senhora quiser.
Descarada. Eu, desmaiada, e ela fazendo piadinhas. (p. 97)
A histeria tem em sua origem greco-latina um caráter exclusivamente feminino sendo caracterizada mais tarde por Hipócrates como uma das “doenças das mulheres”. ... Os escritos de Hipócrates sobre a histeria mantiveram a crença da Antiguidade de que o útero teria a capacidade de se deslocar e causar a sufocação.
De acordo com a psicanálise, a organização histérica, entendida como um modo de funcionamento psíquico, caracteriza-se por uma busca permanente, incansável e inconsciente de uma pessoa em ser o objeto do desejo de outra. ... Uma pessoa com histeria vive sem um lugar próprio, atrelada ao suposto desejo de outra pessoa.
A histeria (do francês hystérie e este, do grego ὑστέρα, "útero") faz referência a uma hipotética condição neurótica e psicopatológica, predominante essencialmente nas mulheres. ... Pessoas histéricas frequentemente perdem o autocontrole devido a um pânico extremo.
O CLIc parece champanha!
Incrível tudo que vai pela cabeça da senhorita Else!
Inquietante o questionamento se, talvez, até sermos enterrados, depois que morremos, nós percebamos tudo que acontece ao nosso redor. Vixe!
O endereço permanece Fiala!
"Acabei de receber uma carta, senhor von Dorsday..."
19 de agosto de 2021
18 de agosto de 2021
O código do diabetes: Jason Fung
“A esteatose hepática, ou deposição da gordura no fígado, é uma das principais causas da resistência à insulina. A gravidade da gordura no fígado tem relação com pré-diabetes, resistência à insulina e funcionamento deficiente das células beta.”
O Dr. Jason Fung diz que o diabetes tipo 2 “é uma doença totalmente reversível”. Será que o seu caso está entre os que vão se beneficiar do conteúdo do livro? Ele não diz que as pessoas com grau elevado de comprometimento da doença estão excluídas do tratamento. Eu penso que o acompanhamento de um médico que esteja ciente deste tratamento descrito no livro possa dar a resposta ao paciente que também deverá se empenhar para a recuperação da saúde. Até que ponto será essa melhora nós não sabemos, pois cada caso tem a sua particularidade. A reversão é possível e esta é a melhor mensagem de esperança que nós podemos dar aos diabéticos tipo 2.
14 de agosto de 2021
8 de agosto de 2021
Levantado do chão: Edmar Monteiro Filho
6 de agosto de 2021
Dom Quixote segundo algumas Cliceanas
Cavaleiro andante,
Dom Quixote de La Mancha
e Eloisa, Viva!!!!!!!
(Elenir)
na bela voz da escritora Elenir
5 de agosto de 2021
Chove! - Vera L. S. F.
4 de agosto de 2021
Aos queridos amigos do CLIc:
Abs,
Newton
1 de agosto de 2021
Poesia nos olhos e pelos olhos de Vera Lúcia Freire
Nos meus olhos, os olhos de minha filha
Como nasce uma criação
Vera relata à Cristiana Seixas o momento que a inspirou: