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31 de dezembro de 2014

Uma Opinião - Ano Novo... Vida Nova?: Angela Ellias

90% das pessoas vestem branco, comem lentilha e uvas, dão sete pulinhos no mar porque acham que isso trará sorte no novo ano. 

CRÍTICA: Muitas dessas pessoas nem sabem porque fazem isso. Fazem porque todo mundo faz. E isso é pura aparência, faz parte do mundo físico, material, é o exterior.  O que comer, o que vestir, pular no mar. Gente, isso é misticismo, engano, aparência. Atenção! Somos Espíritos. Olhemos para além da matéria, para nosso interior. Sim, romper com hábitos inconsistentes, enganosos, aparentes. Vamos nos voltar para o nosso interior, refletirmos como nos tornar melhores do que fomos até aqui. E como Espíritos em busca da perfeição, o que devemos fazer? Avaliar nossos erros e acertos. Pensar em como poderemos corrigir nossas imperfeições. Amar o próximo como a nós mesmos. Traçar nossas metas para o novo ano para podermos buscar “vida nova” no “novo ano”. 

SUGESTÃO: Não vamos seguir os 90% que vestem branco, comem lentilha, dão os sete pulinhos no mar e seguem ano após ano vivendo na superficialidade, valorizando as aparências, as conquistas financeiras, o consumismo. A “vida nova” continua ofuscada pela matéria, vida que muito pouco se renova. Abandonemos esses costumes que não levam a nada. Sejamos mais consistentes nas nossas ações. 




Façamos parte dos 10%, que buscam muito mais do que comer lentilha, vestir branco, dar pulinhos no mar. Sejamos menos materialistas, espíritos menos infantis, menos tolos. Agradeçamos o que possuímos, tracemos metas para nos aprimorarmos, amemos incondicionalmente sempre. Façamos todo e qualquer tipo de caridade, pois caridade é o “amor em ação”. Kardec já dizia “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.”


SUGESTÃO DE METAS PARA 2015:

JAN/15 – CORAGEM

Olhar para dentro de si, buscar o autoconhecimento, para assim darmos o passo inicial para o nosso aperfeiçoamento.

FEV/15 – COMPROMISSO

Com o lar, com a família, com o Grupo Religioso em que estamos inseridos, com a sociedade, com nosso Planeta.

MAR/15 – PACIÊNCIA

Virtude que devemos cultivar para termos saúde. 
Imediatismo nos liga à matéria; Paciência nos liga ao espírito. 

ABR/15 – PRECE/MEDITAÇÃO

Com o hábito da prece e da meditação estaremos prontos para o inesperado em nossas vidas. Estaremos com o psiquismo equilibrado para melhor enfrentar as adversidades.

MAI/15 – FÉ/ESPERANÇA

Estaremos preparados para o bom combate. Virtudes que lembram fidelidade. Aprender a esperar para agir no momento certo com sabedoria. Renovarmo-nos.

JUN/15 – REFLEXÃO

Refletir sobre nossa conduta. Sermos vitoriosos sobre nossas fraquezas, cultivando a persistência sobre o que queremos para nós, sabendo exatamente o que queremos. A reflexão nos traz as respostas que buscamos.

JUL/15 – SENSIBILIDADE

Olhar para o outro sem querer que o outro seja o que nós somos. Respeitar o próximo. Ser agente pacificador. Amar até o mais abjeto criminoso. Em encarnações passadas, fomos exatamente igual a esses criminosos. E melhoramos porque encontramos quem nos amasse e nos perdoasse.

AGO/15 – O NOVO

Caminhamos em busca da renovação, do novo, sempre em busca da perfeição que é a meta de todos nós, espíritos imortais, vivendo muitas existências (reencarnações), em busca da verdadeira felicidade, quando não necessitaremos mais viver num planeta de provas e expiações.

SET/15 – VONTADE

Fundamental na renovação de todos nós.

OUT/15 – A CURA DAS NOSSAS DOENÇAS

Curar nossas doenças, sermos nossos médicos. Curar o próximo também. Quando curamos o próximo, curamos também a nós mesmos.

NOV/15 – DAR E RECEBER

Abrir os canais do Espírito. Quem não dá, não recebe. Quando fazemos caridade, nunca estamos sós e somos sempre amados por nossos companheiros de jornada. Quando praticamos boas ações, os bons espíritos se aproximam e nos acompanham, nos ajudando cada vez mais, nos fortalecendo.

DEZ/15 – AUTOAVALIAÇÃO

Como foi nossa meta durante o ano, nossa conduta, nossas vitórias, nossas dificuldades, nossos erros e as correções que deveremos realizar. Como está nosso movimento de expansão para seguirmos em busca da perfeição, que é a meta de todos nós, espíritos imortais. 




20 de dezembro de 2014

Quatro Cliceanos entre os finalistas do Prêmio UFF de Literatura





As quatro Cliceanas
Em sua oitava edição, nesta quarta-feira, dia 17 de dezembro, a cerimônia de entrega do Prêmio UFF de Literatura voltou a ser realizada no teatro da universidade. Reinaugurado este ano depois de uma grande reforma, o espaço abriu as portas para o evento, no qual são revelados os nomes dos vencedores do já tradicional concurso literário, que, este ano, se inspirou na Copa do Mundo, com o tema “Aquele dia, aquele jogo”.

Destaques para:

  1. Benito Petraglia: 1º lugar na categoria Conto;
  2. Carlos Benites: 2º lugar na categoria Conto;
  3. Rita Magnago: 3º lugar na categoria Crônica;


Novaes/, Rita, Benito & Benites


Com tradução simultânea para Libras, a cerimônia de entrega do 8º Prêmio UFF de Literatura será realizada no dia 17 de dezembro, às 18h, no Teatro da UFF, Reitoria, Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói. O concurso deste ano teve como tema “Aquele Dia, Aquele Jogo”, utilizando o futebol como inspiração. As poesias, contos e crônicas dos autores selecionados integrarão a antologia a ser lançada neste dia, quando será conhecido o resultado final do concurso literário promovido pela Editora da Universidade Federal Fluminense (Eduff).


Os vencedores de cada categoria – conto, crônica e poesia – ganharão um notebook, além do Troféu Itapuca. Realizado em âmbito nacional, o prêmio contou com textos inéditos em forma impressa ou eletrônica. 



O Prêmio UFF de Literatura tem o patrocínio da Fundação Euclides da Cunha e da Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro, e apoio da Pró-Reitoria de Extensão da UFF e da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria.

11 de dezembro de 2014

Aluguel de e-books. Você acha uma boa ideia?

Uma gigante do mercado de livros, a Amazon, lança hoje, 11 de dezembro, um serviço novo: aluguel de até 10 livros por vez ao preço de R$ 19,90/mês. Se quiser outro livro, vai devolvendo o que já leu na mesma proporção.


A novidade chega no momento de férias da garotada e o bom é que os primeiros 30 dias são grátis. Dá pra gente experimentar e ver como flui na prática, que livros encontraremos por lá, se é muito cansativo ler em kindle ou aplicativos para iOS e Android. O que te parece? Deixe sua opinião no campo comentários.

Para ler a íntegra da matéria, clique aqui

3 de dezembro de 2014

Pesadelo: Ilnéa País de Miranda

Contar um sonho. Descrever um sonho. Um sonho sonhado dormindo. Ou quase. Mais que um sonho: um pesadelo. Ou quase. Que diferença? Falar sobre ele, ou outro qualquer, nem tão difícil. Existe algo além das palavras que deslizam da mente pela boca: o gesto, a expressão nos olhos, no rosto, no corpo de quem conta e a resposta de quem ouve, também no gesto ou não, na expressão dos olhos, do rosto, do corpo - ou não - e a interferência, o interesse... É como no teatro. O contador é o ator; o ouvinte a platéia - mesmo sem espectadores presentes: há sempre energia nas poltronas de um teatro - e no palco - e na coxia. Personagens e platéia, sempre lá, de alguma forma.

Mas escrever um sonho, eu, a lembrança, a caneta e o papel...apenas isso e nada mais que eu mesma e o meu sentimento, e o meu susto...fica difícil. Nem sei por onde começar. Quem sabe seja melhor começar antes do começo, se é que isso é possível. Começar dizendo que fui deitar sozinha e ocupar uma estreita faixa da cama larga. Televisão ligada. Quase duas da madrugada. Janela - toda de vidro, com a cortina corrida. Olhei para o lado oposto: lá estava a bolsa amarela de nylon com o 38 dentro.  Me incomoda: acho paranóia dormir com revolver pendurado na cama ou andar com ele pela casa. Sempre me vem à cabeça histórias de acidentes com pessoas queridas e posteriores desesperos por perdas irreparáveis. E não é que não saiba usá-las- as armas, digo. Quer dizer, sabia pelo menos. De há muito não as toco. E continuou lá.

Televisão quase sem som, no timer para 60 minutos. resolvi, senão meditar, tentar relaxar, deitada mesmo, dentro do triângulo colorido. E me senti como levitando, sentada dentro de uma pirâmide, suficientemente grande para me conter, quieta. Eu levitava- eu levitava? A pirâmide levitava a alguns centímetros do colchão. E era toda feita de correntes de metal, grossas pesadas, coladas umas às outras. O me sentir suspensa me agradava: não me agradavam as correntes. Queria continuar levitando, por minha própria força. Mas não queria as correntes. E tentei me livrar delas sem desespero, só com o pensamento. Consegui, mas me desestruturei toda. E despenquei na cama, dentro do meu corpo.

E olhei a janela. Não havia cortinas. E não era noite. Estava claro. E lá estava o homem. Forte, claro, não muito alto. Roupa comum, rosto comum, braços cruzados sobre o peito e sorriso sacana, me olhava através do vidro fechado da janela. Não senti que realmente me quisesse agredir fisicamente, mas me sacanear profundamente e me levar ao pânico, ao desespero. Por instantes fiquei olhando aquela cara debochada, sem conseguir nem respirar. Lembrei de Antonieta, minha empregada, que dormia no outro quarto, não por hábito, mas por acaso, me fazendo companhia porque ... disso porém não lembrei. Quer dizer, lembrei de Antonieta, de que ela estava no outro quarto, mas não lembrei porque. E via o homem parado, me olhando através do vidro fechado da janela. O sorriso cretino, o mesmo. Ele não falava, mas era como se eu pudesse ler seu pensamento. Não se movia, mas eu sabia que a qualquer momento ele iria estar dentro do meu quarto. Queria gritar e sufocava. Não podia respirar. Doía a garganta, doía o peito. "Antonieta! Acorda e me socorre!" Nada. Não havia voz. Nem ar . E ele me olhava da janela. Aconteceu, meu Deus, aconteceu. Que é que eu faço agora? Aquele sorriso cretino, aquele olhar obsceno. O que é que eu faço? o que é que eu faço? O revolver. Não me lembro como, mas, de repente estava em minhas mãos. E eu apontei na direção do peito do homem que ria, mais com os olhos que com a boca. Cada vez mais confiante de seu poder sobre mim. E da minha fragilidade, do meu pavor. O primeiro tiro raspou o braço - continuavam os braços cruzados: nada mudara nele ou em sua posição durante todo o tempo - e lhe entrou no peito. Feriu quase nada. Desdém. Ele desdenhou a mim, a minha atitude, minha pretensa coragem de tentar enfrentá-lo. Seu sorriso era quase galhofa. "Que adianta? Você tem uma arma, mas sua munição é fraca. Não adianta. Pode atirar quanto quiser. Não vai conseguir se livrar de mim." Mais um tiro. Mais outro. O grito não saia, o meu grito é que me sufocava o peito. Meu Deus quero gritar eu preciso gritar senão meu grito me sufoca. Antonieta, é dia, por que você não aparece? está dormindo? por que dormindo? E, de repente, ele estava ali, não sei como pois a janela continuava fechada, o dia lá fora, o grito no peito, o revolver na mão direita, um telefone na mão esquerda: chamar a polícia 189, 189, o número que não conseguia discar e o sorriso e o olhar desdenhoso e o pânico e o pavor e os braços dele já não mais cruzados mas em volta de mim sem me tocar mas me impedindo qualquer forma de fugir do desespero! e vi Antonieta, também no meu quarto. Ele não via. Só continuava me olhando, me dizendo que, se quisesse  eu não me livraria nunca daquele abraço que eu não queria, que pressionava, que oprimia,
que não deixava viver, nem respirar, nem gritar - eu não podia nem pedir socorro. Mais um tiro, mais outro e mais outro. Nada. O sorriso, o olhar, o desdém  "Você não consegue, não consegue." Vou morrer. Não vou ser morta. Ele não vai me matar mas vai me fazer morrer. Preciso gritar, preciso gritar para não morrer sem ar. Antonieta tem um telefone e ele não vê. Eu vejo. Eu sei: a polícia já vem. Mas eu preciso gritar. Se eu gritar eu venço esta. E tento. E tento mais uma vez olhando todo aquele desdém e grito, e grito forte e alto e de verdade.

"Dá uma paulada na cabeça dele Antonieta!

Ë acordo no meio do grito, mas não paro. Termino o grito e ouço grito ainda. E espanto o pesadelo.

Respiro.

Não morri. Não ainda. Não dessa vez.

A televisão continua ligada. O filme continua.

A janela continua fechada. As cortinas continuam corridas. A porta do quarto encostada. A noite continua.

Silêncio.

Quanto tempo faz que levitei na pirâmide de correntes? Parece tanto...

Penso em levantar para ver se tudo está bem. Em telefonar para ... quem? Bobagem. Um sonho mau. Só isso. O sonho mau acabou. Posso dormir. Gritei. Respirei.

No cantinho da tela aparece 25. Tudo então não durou mais que 35 minutos. O pesadelo muito menos: ninguém fica tanto tempo sem respirar. Adormeci. Não sonhei mais. Acordei, fui caminhar ainda noite. Vi o dia amanhecer na praia. Sem medo.

O rosto continua. Os braços cruzados, o sorriso sem riso; o olhar desdenhoso ainda me faz pequena e frágil… de algum lugar…

… ah, como é difícil gritar.

Niterói… há algum tempo atrás...




2 de dezembro de 2014

Carmen - A Bananera

Qual o perfil das "Carmens" do Sec XXI?
Ando revendo perfis...
Isso poderia acontecer à Carmen?
Um romance de mistério envolvendo personagens "Transgressores e anarquistas?
Quais seriam os adjetivos ou as fatalidades?
Isso poderia ser um roteiro atual?
O que é transgressão e traição no SEC XXI? O que é piegas e o que seria violência?




Carmen - a fascinação pelo mal

Habanera en dos etapas



Carmen, há tempo ainda,
Ó minha Carmen, deixe-me
Te salvar, eu, que te adoro
E me salvar contigo





Carmen is a novella by Prosper Mérimée, written & 1st published in 1845. It has been adapted into a number of dramatic works, including the famous opera by Georges Bizet. According to a letter Mérimée wrote to the Countess of Montijo, Carmen was inspired by a story she told him on his visit to Spain in 1830. He said, "It was about that ruffian from Málaga who had killed his mistress, who consecrated herself exclusively to the public...As I have been studying the Gypsies for some time, I have made my heroine a Gypsy." An important source for the material on the Romani people (Gypsies) was George Borrow's book The Zincali (1841). Another source may have been the narrative poem The Gypsies (1824) by Alexander Pushkin, which Mérimée would later translate into French prose (Briggs 2008). The novella comprises four parts. Only the 1st three appeared in the original publication in the 10/1/1845 issue of the Revue des Deux Mondes (Robinson 1992); the 4th 1st appeared in the book publication in 1846. Mérimée tells the story as if it had really happened to him on his trip to Spain in 1830.

18 de novembro de 2014

Prêmio UFF de Literatura 2014: CLIc está representado em todas as categorias

Acaba de sair a relação dos finalistas ao Prêmio UFF de Literatura 2014 e... advinha? Quatro cliceanos estão na disputa: na categoria Crônicas concorrem Benito Petraglia e Rita Magnago. Em Poesias, Novaes Barra e em Contos, novamente Benito Petraglia e Carlos Benites.

Esse ano o tema foi "Aquele dia, aquele jogo". A cerimônia de premiação acontece no dia 17 de dezembro.



Veja a relação completa dos finalistas:

Crônicas
Afonso Caramano
Alfredo Dolcino Motta
Aline Andrade
Ana Maria de Andrade
Benito Petraglia
Cristina Crespo
Cristina Lobo
Edweine Loureiro
Joedyr Gonçalves Bellas
Lygia Roncel
Manoela Braga
Maria Elisa Souto Bessa
Nédia Sales
Nilson Lattari
Ricardo Bedendo
Rita Magnago
Roque Aloisio Weschenfelder
Sávio Freire Bruno
Thiago Luz
Vitor Camargo de Melo

Poesias
Aline Moschen de Andrade
André Telucazu Kondo
Charlene França
Daniel Fraiha
Elcio Cornelsen
Fernanda Bittar
Fernanda Moraes
Hudson Pereira
Isabel Florinda Furini
Ivy Gomide
Jacqueline Salgado
Jessieli AvellarMarcos Nunes
Marinês Pinsson Panozzo
Nédia Sales
Novaes/
Regina Prieto
Simone Mota
Thiago Luz
Valéria Áureo Cerqueira de Souza Lima da Fonseca

Contos
Adriana Riva
André Carlos Moraes
André Kondo
Benito Petraglia
Carlos Benites
Daniela Juliano Silva
Edih Longo
Gilberto Etchaluz Villela
Hector Lumen
Jacqueline Salgado
Jocimar Daolio
José Airton Basquit
Jose Nicolau
Marcos Norabele
Mariana Andrade da Cruz
Paulo Cesar de Almeida
Ricardo Gualda
Samuel Vitorino
Vitor Camargo de Melo
Wellington R. Fioruci

14 de novembro de 2014

A Rosetta e o Cometa: Elenir


O cometa canta
ao receber a Rosetta.
Mistério no espaço.

Ouça a música



Assista ao rendez-vous espacial de Philae com o Cometa 67P  



13 de novembro de 2014

O apanhador de desperdícios: Manoel de Barros





Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios



9 de novembro de 2014

Schöne Grüße für das vereinte Deutschland!!!

Que todos os muros,
visíveis, ou invisíveis,
sejam derrubados.

(Elenir)

Viva a liberdade!




25 Jahre Fall der Berliner Mauer






22 de outubro de 2014

A que vive nas nuvens...: Ilnéa




Vejam só que maravilha
um OVNI vou ganhar
e entre as estrelas, a ilha,
quem sabe vou procurar.

Mas não pra fazer morada
ou ter pra onde voltar
mas mergulhar, encantada,
e - quem sabe? - pernoitar.

Continuando a viagem
sem nunca ficar parada
em busca de uma paisagem
para muito além do nada.

- Quem aceita uma passagem?

Abraço grande,



20 de outubro de 2014

Da prata e o couro às charqueadas

Por Wagner Medeiros Junior


O lucrativo comércio estabelecido pelos portugueses na bacia do rio da Prata durante a União Ibérica (1580-1640) despertou na Coroa Lusa o desejo de consolidar uma posição estratégica naquela região. Por ali escoava a prata de Potosí, que tornara Buenos Aires um porto atraente e local de intenso comércio. Daí a presença de holandeses, ingleses e portugueses, que em busca da prata exploravam o contrabando, burlando o exclusivismo comercial da Espanha.
O entreposto do comércio português no Prata localizava-se na Capitania Real do Rio de Janeiro. Para atender aos interesses dos comerciantes locais e da Coroa, o Infante D. Pedro, rei de Portugal, determinou a D. Manuel Lobo, governador daquela Capitania Real, que construísse uma fortificação à margem esquerda do rio da Prata, em frente à cidade de Buenos Aires. D. Manuel Lobo alcança aquele estuário em janeiro de 1680, quando inicia a construção de um forte e do povoamento que viria a chamar-se Colônia do Santíssimo Sacramento.
A partir de então começaria um longo período de disputas militares e arranjos diplomáticos em defesa daquela posição e das fronteiras meridionais lusas com a colônia espanhola. A Espanha defendia a linha imaginária de Tordesilhas, enquanto Portugal não se dispunha a aceitá-la. Por isto, a Coroa portuguesa procurava sustentar a sua presença desde a Vila de Santo Antônio dos Anjos de Laguna – Atual Laguna (SC) – até a Colônia do Sacramento, no atual Uruguai.
Há então um grande afluxo de comerciantes e militares oriundos do Rio de Janeiro e de São Vicente, para reforçar a defesa ou retomar dos espanhóis a Colônia do Sacramento. É durante essas jornadas que em incursões à bacia do rio Uruguai os militares e comerciantes portugueses constatam a abundância de gado à solta, desde a banda oriental ao atual estado do Rio Grande do Sul.
O gado descoberto havia sido abandonado pelos jesuítas, depois que suas reduções foram arrasadas pelos paulistas na preia do índio guarani catequisado, para escravizá-los. À deriva, o gado se reproduzira, tornando-se bravio e formando imensos rebanhos, que vieram a chamar-se por “Vacaria Del Mar”.
A Vacaria Del Mar logo passou a ser disputada por espanhóis, portugueses e índios das reduções dos jesuítas. Do gado era retirado o couro e o sebo, para exportação em larga escala para Europa. Uma atividade extremamente predatória. Conforme nos conta Caio Prado Junior, em “Formação do Brasil Contemporâneo”, a carne era desprezada, pois não havia quem a consumisse; a parca população local e o pequeno mercado catarinense não davam conta dos imensos rebanhos.
Entretanto, com a descoberta do ouro nas Minas Gerais e a decadência da pecuária nordestina, esse gado passou a ser levado em pé para o abate na região mineradora. E com o aumento da demanda do consumo de carne, ainda na primeira metade do século XVIII, mesmo à solta o gado passa a ser engordado em invernadas. Surgem assim as primeiras estâncias, com as sesmarias concedidas pela Coroa a militares e tropeiros bem sucedidos, que passam a ocupar definitivamente a terra. A atividade da pecuária começa a ser organizada.
Em 1779 é iniciada a construção da primeira charqueada, na localidade que viria a chamar-se Freguesia de São Francisco de Paula, atual Pelotas (RS). Na charqueada o gado era abatido e a carne salgada, depois exportada para ser consumida pela população pobre e escravos. A atividade expande-se rapidamente, a ponto de transformar a cidade de Pelotas em um centro rico e próspero, de grande importância social e cultural.
No ano de 1807 o atual Rio Grande do Sul é elevado à condição de Capitania-Geral, com o nome de São Pedro do Rio Grande do Sul. Nessa época a Capitania contava com mais de 550 estâncias e uma população de aproximadamente 30 mil habitantes, dos quais cerca de um terço era de escravos - a energia motora das Charqueadas.

Visite o blog: 
http://wagnermedeirosjr.blogspot.com.br/2014/10/dissimulando-para-ocultar-verdade.html?spref=fb

9 de outubro de 2014

O livro dos lobos: Rubens Figueiredo



Crônica Off-UFF 2014, autor Carlos Benites


Além dos textos classificados no Prêmio UFF de Literatura deste ano, cuja publicação não pode ocorrer antes da data da premiação, descolados cliceanos liberaram seus textos não classificados, os Off-UFF, no caso melhor seria um Out-UFF. O intuito é mesmo rir de si, mostrar que para sair algo bom é preciso ousar, tentar. Com vocês a crônica de Carlos Benites.

Aquela moça

Tenho recebido cartas me perguntando sobre meu começo aqui no jornal. Comecei a escrever crônicas quase como uma única saída. Ou escrevia ou corria risco de ser despejado e moraria debaixo do viaduto. Não, não estou fazendo pouco caso desse espaço e nem dos meus fiéis leitores desse jornal de bairro, tanto que hoje só escrevo por prazer e não por necessidade. Renato, o dono do jornal Lig, era meu amigo e soube do famoso caso em que me envolvi e, imaginando as conseqüências que viriam, tratou de pedir a todos os amigos comuns pelo número de meu celular. Ele só me encontrou três meses depois daquele 10 de outubro de 2009. Renato sabia que eu rabiscava uns versos e que até já tinha tentado a sorte escrevendo em parceria a letra de um samba enredo para a  Viradouro, que para a sorte de nossa escola de samba, não foi o escolhido. Mas crônicas nunca. Porém, como ele insistiu e não tinha outra oferta, aceitei o desafio. Li crônicas do Veríssimo, depois vi num dicionário de termos literários que “o cronista é essencialmente um observador, um espectador que narra literariamente a visão da sociedade em que vive, através dos fatos do dia-a-dia”.  Percebi que se me preocupasse em atender às definições teóricas ou se procurasse imitar alguém, me estreparia e dois meses depois estaria na rua. Então decidi que deveria seguir meu instinto e aqui estou.

Meus leitores devem estar curiosos sobre o que houve em 2009. Mas eu tenho certeza absoluta que alguns de vocês devem conhecer o fato, e vão lembrar quando eu terminar de narrá-lo. Em 2009 eu desempenhava o importante cargo de diretor de imagens da Sportv, ofício que, tal qual ocorreu com as crônicas, aprendi na marra. Era eu quem decidia, diante de todas as imagens das diversas câmeras num estádio, qual que iria para a sua televisão.  Na época, eu era um ser solitário, mas que tinha um único e grande amigo, ali mesmo na emissora.  Ambrosio era um cinegrafista boa praça, que era escalado comigo em todos os jogos. Ele ficava naquelas gruas, suspenso no ar, pegando lances dos jogos e imagens da arquibancada. Sua especialidade era captar imagens de beldades. Estádio vazio ou cheio, ele sempre conseguia achar uma linda mulher, mesmo se tivesse só uma, e mandava para nossa central num caminhão fora do estádio. Tínhamos um canal secreto no nosso rádio para que não fôssemos escutados pelo restante da equipe e enquanto mandava as imagens das beldades, fazia seus comentários, sempre com tiradas espirituosas. A que eu mais gostava era “abriram as portas do céu e fez cair um anjo aqui no estádio, Carlitos”. Naquele dia estávamos em Curitiba, no Estádio Couto Pereira, num dia chuvoso e com o estádio recebendo um  público pequeno, pois o Coritiba estava tentando escapar do rebaixamento contra o modesto Grêmio Barueri. 


  Eu pensava que seria um dia como outro qualquer, mas parecia mesmo que estava escrito que não seria como os outros. Para começar, fatos inexplicáveis fizeram com que a equipe naquele dia estivesse reduzida à metade.  Faltou gente justamente no caminhão.  Entre as causas teve até um caso de adultério, que foi descoberto pelo marido da amante de um dos funcionários. Mas eu e o Ambrósio estávamos lá, firmes e fortes, como em todos os jogos. De repente, no nosso canal exclusivo ouço o meu amigo falar: “olha esse pitel de cabelo colorido. Parece a Lola daquele filme alemão que vive correndo pela rua. Conhece, Carlitos? Corra, Lola, Corra! Me apaixonei. É a nora que minha mãe sempre sonhou”. Sorri, mas dessa vez não fixei na musa escolhida pelo meu amigo. Meu olhar mirou a cadeira ao lado. Desconsertado, por pouco não deixo passar um lance de perigo para o Coritiba, que tentava abrir o placar. Voltei para a imagem do Ambrosio e ele ainda mostrava a sua Lola em close, reagindo com um grito depois do gol perdido pelo Coxa.  Mas antes dele voltar com a imagem ao campo, ele tirou o zoom e pegou por dois segundos a responsável pela minha ligeira desatenção ao jogo. Era uma morena clara, um misto de Sandra Bulock com Scarlet Johanson morena e Diane Lane, tão bela que justificaria qualquer distração. Durante o jogo Ambrosio nos brindou com várias imagens da dupla e as mandei para a rede duas ou três vezes, sendo uma em câmera lenta – ah, bendito inventor da câmera lenta! - A Lola mexia em seus cabelos, fazendo caracóis, arregalava os olhos, socava o ar, esbravejava com o atacante do Coritiba. A minha musa mordia os lábios, nervosa, se assustava, pulava, voltava a sentar-se, pegava sua câmera, fotografava alguém, depois parecia filmar lances do jogo. Certa hora virou-a para a câmera do Ambrosio. Estavam ambos filmando e sendo filmados, mas a impressão era que eu estava sendo filmado. O segundo tempo já estava na metade final e a torcida aborrecida com o time perdendo por um a zero. 


O jogo nervoso me fez sentir saudade das imagens de minha tágide. Então Beto, o rapaz que ficou mais sobrecarregado por conta das ausências em nossa equipe, me pediu para sair para fumar um cigarro. Eu iria negar, pois quem teria que assumir suas funções seria eu, mas vi que ele merecia o descanso e o autorizei, pedindo que não demorasse. “Só umas tragadas, hein”. Lembrei-me dos anos em que era eu quem sentava na cadeira do Beto e me senti tão à vontade que relaxei demais e chamei o Ambrosio no nosso canal. “Manda as imagens das nossas musas novamente. Estou sentindo falta”. Então Ambrosio me presenteou com a minha Scarlet Bullock em close. Estava atenta ao jogo, com um ar sereno. Percebi que ela tinha uma mecha descolorida, e começou a brincar com ela. Fiquei hipnotizado com sua beleza na tela inteira, tanto que esqueci do jogo, e fiquei ali olhando seus movimentos. Batia palmas e seus lábios pintados de vermelho claro cantavam e incentivavam o time. Olha para o lado, comenta algo com a Lola, estica o pescoço e fala com um senhor (seria seu pai?). Ela canta, se acalma, se decepciona e senta. Novamente se levanta, de repente, arregala os olhos.  Algo acontecia, um sorriso se forma.  Ouço um grito ao longe vindo da pequena multidão do estádio e minha musa começa a pular de alegria, abraça-se a todos em volta. Só aí percebi que não estava mostrando o jogo, e puxei a imagem de uma das câmeras mostrando o gol do Coxa Branca para passar o replay, quando Beto voltou. Vi que fizera uma grande besteira, mas não sabia que a besteira tinha sido maior ainda. Ouço conversas de canto do restante da equipe que a chefia fora notificada . Mas não liguei. A imagem da musa da mecha descolorida não saía de minha cabeça. Fui ao banco de vídeos e gravei a imagem congelada da moça, depois passei para um pendrive e fui rapidamente em meu notebook. Entrei no facebook, usando um perfil fake que tinha e postei num grupo de torcedores do Coxa a foto daquela linda mulher, pedindo que ela entrasse em contato, deixando um email que só Ambrosio conhecia - oreportermaislegaldomundo@gmail.com - e também um número de telefone que igualmente só o Ambrosio tinha. Estavam todos ainda no estádio, quando meu celular apita avisando a chegada de uma mensagem.  Como meu celular era de dois chips, pensei que fosse já alguma resposta sobre o que postara no facebook no meu número alternativo.  A mensagem dizia “Veja seu email. É urgente”.  Fui no notebook e chequei primeiro o email do repórter mais legal do mundo, mas só havia duas mensagens e, pelos assuntos, eram trotes. Os títulos das mensagens eram “TÁ A PERIGO” e “É TRAVECO”. Nem me dei ao trabalho de ler o que era. Fui então ao meu email profissional. Nesse momento chega Ambrosio, um pouco assustado, dizendo que recebera um torpedo pedindo para abrir seu email. Abro meu email e vejo que tinha uma mensagem do chefão, com cópia para Ambrosio. Tinha um link do youtube e mais abaixo eu leio: “Depois de assistirem, procurem o RH”. Chamo Ambrosio e levo o notebook para um canto e abro o link.  Aparece um vídeo postado naquele dia já com 300 mil visualizações e cujo título era “As gostosas no Couto Pereira e o chilique do chefe”.  Atrás da gente ouço o Beto comentando com uma amiga: “ele trocou os canais de áudio e deixou  vazar tudo ao vivo para todo o Brasil”. Ponho o vídeo pra rodar e ouço a voz do Ambrosio : “Aí, Carlitos! Sua gata balzaca não é de se jogar fora não, mas prefiro minha Lola. Gostosa! A sua também. Vai, Lolinha, pula mais e balança esse cabelo. Vai, danada! Sabe de nada, inocente! Sorria, você está sendo filmada pelo tio Ambrosio. Carlitos, Carlitos, se você bobear, eu fico com as duas”. Então, junto com a voz do Ambrosio aparece uma voz mais forte, berrando, justo quando sai o gol do Coritiba: “QUEM É O IMBECIL QUE FEZ ESSA MERDA? JURO QUE MATO, MAS ANTES DE MATAR EU COLOCO NA RUA. PORRA, AGORA SOU EU QUE ESTOU NO AR“.


            Pois é, amados leitores, foi assim que parei aqui. Ambrosio? Ele está trabalhando num site especializado em flagras de atrizes e outras celebridades famosas. E está faturando alto.

Poesia Off-UFF 2014, autor Rita Magnago

Além dos textos classificados no Prêmio UFF de Literatura deste ano, cuja publicação não pode ocorrer antes da data da premiação, descolados cliceanos liberaram seus textos não classificados, os Off-UFF, no caso melhor seria um Out-UFF. O intuito é mesmo rir de si, mostrar que para sair algo bom é preciso ousar, tentar. Com vocês a poesia de Rita Magnago
5 DE MARÇO DE 1961     



Pela minha pele-grama
rola a bola-cheia
da sua arte-passe.

Você vai e vem
e no meu
meio-campo
faz finta
corre
para
bate falta
escanteio
semeia o grito iminente:
GOOOOL!

Você sua a camisa
mas não se cansa,
vai pra zaga
marca
cobre
faz chapéu
cabeceia
ataca.

Tentam derrubar você
mas você é fominha
é peixe
se apruma
continua o gingado,
quarenta minutos
e com super gás,
quer marcar seu segundo
ainda no primeiro tempo.

Então recua ...
recebe na intermediária...
arranca ...
dribla...
Que lance!
Vejo você pelo meu canto direito
com toda categoria
converter:
GOOOOL!

G e n i a l.
Eu deliro
dois minutos de aplausos
bendizem a rara beleza do momento.
Que golaço!
Gol de placa meu rei,
insuperável
o mais bonito que já vi.

Uma semana depois
na minha área coberta
seu tento tatuado em bronze
e você definitivamente imortalizado.


Poesia Off-UFF 2014, autor Carlos Benites

Além dos textos classificados no Prêmio UFF de Literatura deste ano, cuja publicação não pode ocorrer antes da data da premiação, descolados cliceanos liberaram seus textos não classificados, os Off-UFF, no caso melhor seria um Out-UFF. O intuito é mesmo rir de si, mostrar que para sair algo bom é preciso ousar, tentar. Com vocês a poesia de Carlos Benites.

F.S.C. – uma canção em várias vozes, 
ou pra não dizer que não falei em jogo


90 milhões em ação
Pra frente se marcha
Entra em campo a Seleção
Craques canarinhos,
Representem a Nação
Tragam o Tetra, nos dêem essa emoção
Anos de chumbo não, senhor
Anos de Milagre sim, senhor.
Fale logo, seu Fernando!
Seu safado e desgraçado
COMUNISTA
Tome um tapa,
Fique esperto
Estudante entreguista
Dos sovietes
E da Ilha do Fidel
Contra a Argentina, bola rolando
Show de craques
Fenomenais, Prodigiosos
Orgulhos do Brasil
- Ame-o ou deixe-o -
O Garoto do Parque, de bigode,
com um tirambaço abre o placar
Para delírio popular (Viva!)
E também (principalmente)
Pro frenesi em verde-oliva



Minha paciência é muito Santa
Subversivo, endiabrado, cabra safado
Estou calminho mas o pau-de-arara te espera
Ouça lá os seus amigos
Eles Gritam e choramingam
Que parecem mulherzinhas
Diga um nome e um lugar
Que eu te bato devagar
– eu te prometo -
Só alicate vou usar
Contra  os hermanos
Es siempre muy  difícil
Jogo empatado
Nego Zé driblou ao fundo
Fez firula, humilhou
Cruzou ... bola voando
E o Furacão desempatou
Com um cabeçaço  pôs na rede
E o povo inteiro
- até os revoltados, os tais camaradas -
Em frente à TV a aplaudir
Vibra o Brasil dos Generais
Povo na rua bem feliz
- O país está em paz!
É o que disse aquele moço
Que nos grisalhos, traz brilhantina,
No JN diz boa noite.
Essa é a minha Cruz
Aguentar esses moleques
Que em nada colaboram



Abra o bico, cabra teimoso!
Fale alto, não sussurre.
- Ana Lúcia
Quem é essa vadia?
- Amei daquela vez como se fosse a última
Coopere, seu moleque!
- Deeeus lheee PAGUE
Tome uma bifa
- Por me deixar respirar, por me deixar existir
Seu abusado, piá folgado!
Ô, Guerra, ligue a corrente
No máximo, não tenha pena
 Você não gosta de mim, mas sua filha ...
Esses frangotes, vejam só, não agüentam o rojão
É mais um que bate as botas
E por causa desse bocó,
Sou obrigado a preencher na papelada:
“Desaparecido, foragido”
Mas, enfim, em paz  posso assistir
O que o comuna implorou pra espiar
Na TV tem jogo da Seleção
E depois vou batucar
Um samba na escuridão
- Coronel, o que eu faço?
- Limpe esse lixo, por favor
Quero por ponto final
Nesses versos sem muita métrica
Do samba chato e que incomoda desses  meninos teimosos.


♫ Amanhã vai ser outro dia ... ♫