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30 de novembro de 2018

Olhos D'água, de Conceição Evaristo, e evento

Olá queridos!
Segue post que fiz no meu blog Mar de Variedade no ano passado.
Em fevereiro, iremos debater sobre esse livro no CLIc.

No dia 17 de maio, participei do Evento Encontros Malê na Travessa - CCBB, com Conceição Evaristo. 
Acabei de ler o seu livro "Olhos D'água" e amei.
O bate-papo foi muito interessante, com participação da plateia. 
A Conceição citou a escritora Carolina Maria de Jesus e falou da importância da sua obra.
Falou também que a vivência de cada autor influencia ao escrever seus livros. 
Ao final do bate-papo, ela autografou seus livros. Foi um evento incrível!






Sinopse: conjunto de contos, onde são abordados temas como: feminismo, preconceito racial, pobreza, vida na comunidade.



Eu amei os contos. Claro que gostei mais de uns que de outros. A escrita da Conceição é muito boa. Cada conto que li, eu mergulhei na história. Ela escreve com tanta sensibilidade e verossimilhança, que não tem como você não ficar totalmente absorto na narrativa.
Lendo a biografia da autora que nasceu em uma favela da zona sul de Belo Horizonte, percebemos o quanto a autora colocou um pouco de sua vivência em cada conto. 
Segue um trecho do primeiro conto, que dá título ao livro:
"Lembro-me que muitas vezes, quando a mãe cozinhava, da panela subia cheiro algum. Era como se cozinhasse, ali, apenas o nosso desesperado desejo de alimento. As labaredas, sob a água solitária que fervia na panela cheia de fome, pareciam debochar do vazio do nosso estômago, ignorando nossas bocas infantis em que as línguas brincavam a salivar sonho de comida." (p. 16)

Muito impactante esse trecho, não? E, apesar de triste, a forma como a autora escreve tem certa poesia.
Pretendo ler outros livros da autora.


Recomendo! 

29 de novembro de 2018

Assim foi o Clube de Leitura, dia 13/02/2015, na Livraria Icaraí


O Bloco CLIc-Folia que se reuniu na Sexta Feira 13 de Carnaval para debater a obra-prima de Lúcio Cardoso

Considero "Crônica da casa assassinada" um dos melhores que já li no CLIC e situo Lúcio Cardoso entre os melhores romancistas, não só da nossa literatura, como da universal. Personagens riquíssimos: Nina; Valdo; o Coronel; Ana; Demétrio; Beth; Timóteo; André; Padre Justino; o Médico; o Farmacêutico; cujos relatos e confissões, nos contam a história da casa dos Menezes, sombria, solitária, e seus habitantes, parecendo fantasmas.  Difícil, certamente, para a exuberante Nina adaptar-se. Com um final excelente e inesperado. Cheguei a pensar que houvera um incesto. 

Interrompi  a leitura para fazer meu Haicai:

Buscou no seu filho
encontrar o pai já morto.
Incesto... Loucura...


Fala de André: 

"Amar, amei outras vezes, mas como se fosse um eco desse primeiro amor. Não são pessoas diferentes as que amamos ao longo da vida, mas a mesma imagem em seres diferentes." 

(Elenir)



18 de novembro de 2018

Leitura em Domicílio


Para todas as pessoas que amam Literatura e gostam de conversar sobre Livros.

Contate-nos (conciergeclic@gmail.com) 

Será um prazer organizarmos um grupo para ler para você.

10 de novembro de 2018

Amerigo Vespucci - Sublinhando um Novo Mundo

Por Wagner Medeiros Junior
Resultado de imagem para Américo Vespúcio

Cosmógrafo, geógrafo, navegador e mercador, Amerigo Vespucci nasceu em Florença, em março de 1454, no centro de uma família de classe alta, que lhe oportunizou uma avultada formação, sob a orientação de seu ilustrado tio, o frade dominicano Giorgio Antonio Vespucci. Seus estudos foram completados na França, onde aprofundou-se em astronomia, cosmologia e geografia. Depois retornou à Florença, quando foi trabalhar na casa bancária dos Médici, firmando grande amizade com ricos comerciantes, banqueiros, embaixadores e membros da casa real.
Em outubro de 1492 foi transferido para Sevilha. Então, cansado das atividades burocráticas, já no remate do século XV, decide-se por aventurar-se ao mar, aproveitando-se de operar no financiamento à navegação, com o propósito do lucrativo comércio das especiarias. A primeira viagem comprovada de Vespucci aconteceu em maio de 1499, na expedição de Alonso de Ojeda, a serviço dos reis católicos de Aragão e Castela. Nessa expedição percorreu o atual mar do Caribe e alcançou a foz do rio Orinoco, na Venezuela, e a Ilha Margueritta, em busca das Índias.
Após retornar a Sevilha Vespucci viajou para Portugal, a convite do rei D. Manuel I, aonde chegou em fevereiro de 1501. Prontamente foi contratado para participar da primeira expedição exploradora que seria enviada ao Brasil, presumivelmente como cosmógrafo ou geógrafo. A expedição, sob o comando de Gaspar de Lemos, partiu de Lisboa em maio de 1501, com o objetivo de conhecer e explorar as riquezas que as terras aportadas por Pedro Álvares Cabral possuíam. Entretanto, só seria encontrado o pau-brasil.
A expedição de Gaspar de Lemos mapeou e nominou os principais acidentes geográficos da costa brasileira, atribuindo nomes do calendário litúrgico e de datas festivas à medida que a expedição avançava. Todavia, deve-se a Amerigo Vespucci o único relato que sobrou da viagem, que é uma carta enviada ao amigo e chefe Lorenzo di Pierfrancesco de Médici logo após a chegada da esquadra, em julho de 1502. Nela, Vespucci descreve a beleza da fauna e da flora e os costumes dos nativos.
Tempo depois a carta recebeu o nome de “Mundus Novus”, quando é publicada na forma de panfleto. Transforma-se, assim, em grande sucesso editorial em toda Europa, não obstante aos exageros que foram acrescidos. Contudo, não se sabe se teve, ou não, a aquiescência de Vespucci em troca de fama e dinheiro.
Amerigo Vespucci tinha pleno conhecimento das pretensões de Cristóvão Colombo e de suas incursões no Atlântico. Somou a isso suas conversas com os navegantes portugueses acerca dos mares por eles alcançados, como o caminho para as Índias. Então, veio-lhe a certeza de que as novas terras desvendadas no ocidente formavam um novo continente, e não região periférica da Ásia, conforme se pensava.
A segunda viagem de Amerigo Vespucci com o pavilhão português aconteceu entre junho de 1503 e junho de 1504, na segunda expedição exploradora, sob o comando de Gonçalo Coelho. A expedição foi organizada com seis caravelas, de modo a atender ao contrato assinado entre o rei D. Manuel I e comerciantes portugueses, liderados por Fernão de Noronha, para exploração do pau-brasil, com encargo de impostos e de construir feitorias.
É no retorno dessa viagem que Vespucci escreveu uma nova carta ao nobre florentino Piero Soderini, seu amigo de infância, relatando a antropofagia do nativo brasileiro. Dois anos depois, em julho de 1506, a carta é publicada com o nome de “Lettera a Soderini”, tornando-se um novo sucesso editorial, com fantástica repercussão. Mas, novamente, o panfleto é marcado por muitas invenções e exageros. Porém, consolida o nome do novo continente, chamado de América, em sua homenagem.
O nome acabou por permanecer no feminino, pois todos os demais continentes conhecidos – Europa, Ásia e África – tinham esse atributo.