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7 de novembro de 2012

Clube do Conto - Verde olhar: Carlos Rosa Moreira



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Ah, moça dos olhos verdes que vem e que passa balouçante e graciosa a caminho do calçadão. Vai correr, eu sei. Vai correr como correm ‒ e como correm! ‒ essas moças de hoje: atléticas, espartanas, germânicas, douradas. Ah, dourada moça dos olhos verdes, por que cravas em mim essa íris cor de folha? Eu que já não corro, só ando?

Verdes íris que gosto de ver. Parecem as folhas das amendoeiras deste inverno: verdes com áureos laivos. Não sei o que vês quando me olhas, mas me sinto bem adjetivado.

Qualquer dia desses, procuro o meu velho livro de ginástica calistênica dos pilotos canadenses e me ponho em forma. Fico só imaginando no que pensarás ao me ver ligeiro, ligeiro trotando ao teu lado. Apressarás o passo? Darás um sorrisinho de verdes olhos convidativos? Não sei... Talvez o melhor não seja correr, e sim, andar. Andar para só cruzar por ti, e poder sentir, livre, livre, esse verde olhar.


5 comentários:

  1. Curto, simples e lindo. Um brinde ao romantismo. Se ela te ouvisse, Carlos, cairia na tua conversa, rsrsrs.

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  2. Belo texto, Carlos. O chato vai ser quando ela te chamar de "tio". Mó balde de água fria...... rsrsrsrs...

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  3. É isso mesmo, Newton, por isso é que vou apressar o passo!
    Carlos.

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  4. Adoro textos sobre musas. Eu estou escrevendo um texto sobre uma moça ruiva que participa dessas corridas de rua, mas que precisa ser esmerilhado...rssss

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