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26 de setembro de 2019

Se o passado não tivesse asas: Pepetela





Reunião 13/06/2019

Quinta feira - 19:00 hs

Varanda do Teatro da UFF





Será esse o nosso futuro,a ditadura da ganância?

Futuro? Creio que não. Este é o nosso presente. E a ganância não é apenas por dinheiro e as coisas que ele pode proporcionar. Não, não é. É também pelo poder, assim mesmo com pê minúsculo.

Vejamos,

Quando você passa na frente do outro em uma fila, você fica um tantinho mais rico?

Quando você compra uma peça do vestuário de uma grife caríssima, você está melhor agasalhado?

Quando você troca o celular por outro mais famoso, você aprendeu a esgotar os recursos do antigo?

E a TV? A sua sala de 12 m2 comporta uma tela maior do que 32 polegadas?

Ponto nevrálgico, o carro. Você realmente necessita de um novo? Ouvi tanto a desculpa que cheguei a pensar que fosse válida:
      -"Vendo este, dou uma boa entrada no novo, e a diferença faço parcelada." Não disse à família que o             dito e repetido era em 36 meses. Tempo longo... para a economia forçada.

Aquela poupança iniciada faz décadas para uma provável necessidade, doença, faculdade para os filhos, nascimento de um outro ou de um neto, já foi encerrada, sem volta.

Lembrei muito rapidamente dos parágrafos acima. Quem puder que lembre mais.

E viva o Clic e Deus me dê saúde para que um dia possa estar com vocês.

(Elvira)




Toulouse Lautrec

Será esse o nosso futuro, a ditadura da ganância?


Na janela com Ezequiel

"Olha, 
tenho uma coisa para te dizer, 
ouve com atenção..." 
é muito importante!


17 de setembro de 2019

Clássicos no CLIc - Papéis avulsos: Machado de Assis




No fim de cinco meses e meio estava vazia a Casa Verde; todos curados! O vereador Galvão tão cruelmente afligido de moderação e eqüidade, teve a felicidade de perder um tio; digo felicidade, porque o tio deixou um testamento ambíguo, e ele obteve uma boa interpretação, corrompendo os juízes, e embaçando os outros herdeiros. A sinceridade do alienista manifestou-se nesse lance; confessou ingenuamente que não teve parte na cura: foi a simples vis medicatrix da natureza.


Como tornar-se um Medalhão:


  • Não expresse ideias, gostos, ou atitudes que possam realmente mudar alguma coisa na sociedade; 
  • Use sempre frases prontas, feitas por grandes filósofos, quando lhe fizerem alguma pergunta; 
  • Deve-se viver para ser conhecido na sociedade, e desta chamar atenção de forma a ser lembrado durante e após a vida, mas sem fazer nenhum esforço;
  • As pessoas devem achá-lo sábio, engraçado e presença indispensável em festas, mesmo que de fato não o seja;
  • Para ser tudo isso, o principal é não ter ideias; 
  • Nunca fique sozinho;
  • Esteja por dentro do que dizem os filósofos, mas não se deixe se influenciar por suas ideias; 
  • Leia compêndios de retórica, ouça discursos, etc. 
  • O voltarete, o dominó e o whist são remédios aprovados; 
  • O whist tem até a rara vantagem de acostumar ao silêncio, que é a forma mais acentuada da circunspecção;
  • Evite a natação, a equitação e a ginástica, embora elas façam repousar o cérebro; mas por isso mesmo que o fazem repousar, restituem-lhe as forças e a atividade perdidas; 
  • O bilhar é excelente.


Forever - never! Never - forever

"O cérebro secreta pensamentos assim como o fígado libera a bile."




Sim, senhores, descobri uma espécie araneida que dispõe do uso da fala; coligi alguns, depois muitos dos novos articulados, e organizei-os socialmente. O primeiro exemplar dessa aranha maravilhosa apareceu-me no dia 15 de dezembro de 1876. Era tão vasta, tão colorida, dorso rubro, com listras azuis, transversais, tão rápida nos movimentos, e às vezes tão alegre, que de todo me cativou a atenção. No dia seguinte vieram mais três, e as quatro tomaram posse de um recanto de minha chácara. Estudei-as longamente; achei-as admiráveis. Nada, porém, se pode comparar ao pasmo que me causou a descoberta do idioma araneida, uma língua, senhores, nada menos que uma língua rica e variada, com a sua estrutura sintáxica, os seus verbos, conjugações, declinações, casos latinos e formas onomatopaicas, uma língua que estou gramaticando para uso das academias, como o fiz sumariamente para meu próprio uso. E fi-lo, notai bem, vencendo dificuldades aspérrimas com uma paciência extraordinária. Vinte vezes desanimei; mas o amor da ciência dava-me forças para arremeter a um trabalho que, hoje declaro, não chegaria a ser feito duas vezes na vida do mesmo
Ao deus das fronteiras - Terminus
homem. Guardo para outro recinto a descrição técnica do meu arácnide, e a análise da língua. O objeto desta conferência é, como disse, ressalvar os direitos da ciência brasileira, por meio de um protesto em tempo; e, isto feito, dizer-vos a parte em que reputo a minha obra superior à do sábio de Inglaterra. Devo demonstrá-lo, e para este ponto chamo a vossa atenção. Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava quatrocentas e noventa. Duas forças serviram principalmente à empresa de as congregar: — o emprego da língua delas, desde que pude discerni-la um pouco, e o sentimento de terror que lhes infundi. A minha estatura, as vestes talares, o uso do mesmo idioma, fizeram-lhes crer que era eu o deus das aranhas, e desde então adoraram-me. E vede o benefício desta ilusão. Como as acompanhasse com muita atenção e miudeza, lançando em um livro as observações que fazia, cuidaram que o livro era o registro dos seus pecados, e fortaleceram-se ainda mais na prática das virtudes. A flauta também foi um grande auxiliar. Como sabeis, ou deveis saber, elas são doidas por música.  


21/06/2019 - 180 anos de Machado de Assis

Libellus vere aureus, nec minus salutaris quam festivus.


Sereníssima República de Veneza

Como todos os corações que se entregam ao regime do eventual,
o do Custódio era supersticioso.




A vida é um cavalo xucro, 
ou manhoso, 
quem não for cavaleiro, 
que o pareça.




Soudain, je ne sais comment, le cas fut subi, je n’eus loisir de le considérer, Panurge, sans autre chose dire, jette en pleine mer son mouton criant et bêlant. Tous les autres moutons, criant et bêlant en pareille intonation, commencèrent à se jeter et à sauter en mer après, à la file. La foule était à qui le premier y sauterait après leur compagnon. Il n’était pas possible de les en empêcher, comme vous savez du mouton le naturel, toujours suivre le premier, quelque part qu’il aille”.
Rabelais, Pantagruel: Le Quart Livre, chapitre VIII.


Anel de Polícrates

A difícil arte de pensar o pensado
não andar sozinho porque a solidão é oficina de ideias.


Simão Bacamarte


Um homem de Ciência, 
e só de Ciência, 
nada o consterna fora da Ciência


Escolas Literárias


Trovadorismo (1189 – 1418)



É o primeiro movimento literário da língua portuguesa, por meios quatro diferentes tipos de cantigas: Cantigas de amor, de Amigo, de Escárnio e de Maldizer. As cantigas do trovadorismo eram carregadas de valores típicos de Idade Média. 



Humanismo (1418-1527)



É do Humanismo que nasce o Renascimento cultural, as prosas eram dirigidas a nobreza e as poesias eram feitas por fidalgos. Deus para de ser o centro do universo e o homem começa a ser o centro de tudo. 





Quinhentismo (1500 – 1601)



Essa escola literária se resume a toda e qualquer produção feita em 1500, na época do descobrimento do Brasil. Eram cartas, crônicas, sermões que foram produzidos nesse período. 





Classicismo (1527 – 1580)



Camões é o grande nome desse período, existe uma valorização da cultura greco-romana e do racionalismo. As verdades universais passam a principal preocupação e os assuntos pessoais são deixados de lado. 





Barroco (1601 – 1768)

Enquanto no mundo havia uma crise do homem com a igreja, essa escola literária aparece com a intenção de reconciliar o homem com a fé. Era comum encontrar o uso de imagens contrastante como o crepúsculo (dia/noite) e a aurora (noite/dia)


Arcadismo (1768 – 1836)

A principal característica dessa escola é a exaltação da natureza. Resgata elementos da antiguidade clássica e busca sempre a conciliação entre homem e os elementos da natureza. 


Romantismo (1836 – 1881)

Essa escola literária se caracteriza pelo tema do amor constante e do sofrimento e, também, a subjetividade e a liberdade formal. Muitos autores desse período eram jovens e morreram cedo. 


Realismo e Naturalismo (1881 – 1922) 

O mundo romântico é substituído pelo desencanto e pela crença no material e no racional. O escritor vira apenas um observador da vida das personagens. 


Parnasianismo (1882 – 1922) 

Nessa escola a liberdade formal do Romantismo era desprezada e a busca pela perfeição era exaltada.


Simbolismo (1893 – 1922) 

Reagindo aos avanços tecnológicos essa escola literária era espiritualizada e se concentrava no poder da sugestão. 


Pré-Modernismo (1902-1922)

Nessa escola literária começa a surgir um olhar critico aos problemas sociais do Brasil e um nacionalismo crítico começa a aparecer. 


Após o pré-modernismo surge o Modernismo (de 1922 a 1945) e suas outras correntes, cada uma com a sua característica. 



Tendências contemporâneas (Pós Modernismo) - Pós 1945





Contos do livro (Wikipedia)



  1. Advertência — Machado avisa que apesar de serem contos separados há pontos comuns.
  2. O alienista
  3. Teoria do Medalhão — narrado como um diálogo entre pai e filho.
  4. A Chinela Turca — um homem preso em um diálogo tedioso começa a se imaginar em uma narrativa fantástica.
  5. Na arca — narrado como uma escritura, com versículos. Os filhos de Noé, Sem, Jafé e Cam discutem sobre como dividir a terra após o Dilúvio.
  6. D. Benedita
  7. O Segredo do Bonzo — narrado como um relato de um desbravador, Fernão Mendes Pinto, que visita o reino de Bungo e descobre o milagroso Bonzo Pomada, capaz de convencer outras pessoas.
  8. O anel de Polícrates — narrado como um diálogo entre transeuntes.
  9. O empréstimo — narrado como anedota.
  10. A Sereníssima República — Narrado como um texto científico, descrevendo a "política das aranhas".
  11. O Espelho
  12. Uma Visita de Alcibíades — Narrado como uma carta, em que um chefe de polícia descreve como o general grego Alcibíades apareceu em sua casa.
  13. Verba testamentária — A história de um homem que nunca aceitava ser inferior, Nicolau B.


A cidade do Sol







16 de setembro de 2019

Confra 2019 do CLIc: qual livro vamos ler?


Já foram indicados os seguintes livros









Participe da escolha 


envie sua preferência para concierge do clube de leitura


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(21) 9-8233-7760 (zap)





15 de setembro de 2019

Loucura total: Sonia Salim

Poema inspirado no conto de Machado de Assis, O alienista - do livro Papéis avulsos. Não, eu não tive inspiração logo que terminei a leitura, mas somente depois que travei conversa com um "anônimo" no blog CLIc. Um anônimo bem-humorado por sinal. Achei meio louco conversar sem saber identidade, rosto, coisa e tal. Enfim, um anônimo inspira-dor. Sim, a loucura deve ser uma espécie diferente de dor. Dor de todo tipo, cor, matiz. Enfim, eu me vi no poema. 





O mundo é uma fábrica de loucos
Há louco de todos os tipos
Loucos famosos e loucos anônimos
Há poeta louco e loucos poetas
Sim, completamente
A vida é cheia de pessoas que falam sozinhas
balbuciam pelas ruas
Não têm com quem conversar ou pedir sugestão
por causa da solidão
Há loucos varridos e loucos intelectuais
Ou são os mesmos?
Os esfarrapados são loucos legais
Há médicos pirados por não suportarem
cuidar da alienação alheia
Será que a loucura é um tanto contagiosa?
Estou ficando louca de tanta variedade
A vida, um manicômio
Agora a coisa ficou séria
porque há loucos de verdade
que inspiram cuidados especiais
Papo sério, casos melindrosos
Quais motivos levam à loucura?
Há cura para tantas complexidades?
Talvez




E você, tem algum tipo de loucura? Conta pra gente!