29 de agosto de 2020
Quase memória - Quase romance: Carlos Heitor Cony
26 de agosto de 2020
A terceira margem do rio: João Guimarães Rosa
25 de agosto de 2020
Livro: Destino Estrangeiro, Daniel Chutorianscy
A história dessa família é contada com muita verdade, fazendo com que o leitor consiga imaginar a trajetória dos protagonistas.
24 de agosto de 2020
Ubu rei: Alfred Jarry & Macbeth: Shakespeare
Le sommeil du père Ubu: Joan Miró |
Vou tão bem como posso, indo mal como vou |
A noite é boa conselheira. Durmamos. Amanhã a gente vê o que se deve fazer |
23 de agosto de 2020
Venha ver o por do Sol: Lygia Fagundes Telles
12 de agosto de 2020
Diário de quarentena - 2
Hoje o dia começou torto, explico.
Acordo muito cedo, acordo bem. Vou para varanda e ainda pego o céu escuro, lua alta, iluminação pública se desligando e o entregador de jornal circulando na rua vazia. Me surpreendo com a quantidade de jornais a serem entregues. Eu tinha um ritual com jornal de papel que se foi com a informação digital. O jornal chegava desatualizado. Tudo agora tem muita rapidez, tudo fica obsoleto rápido.
Comecei contando isso para dizer que meus dias são longos, mas passam rápido.
Ando esquecendo se tomei ou não tomei o cálcio. Tem dias que tomo duas vezes e tem dias que não tomo. Meus ossos não mandam sinais.
Acontece que tomo um remédio fitoterápico para ajudar o intestino. Pois bem, esse é um caso de remédio tomado duas vezes sem querer. Acordei com dor de barriga.
Depois de escrever no meu caderno, tenho caderno para tudo, agora perfumo os cadernos, fui para cozinha preparar uma insalatona que aprendi numa live do Instituto Italiano de Cultura, ótimo canal.
Como meu modo faxineira está ativado, tEnho borrifado minha super mistura de água sanitária naquela coisa preta que é a cola da Cuba da pia.
Resolvi usar meu secador de folhas dentro da pia VAZIA, fazendo uma leve pressão e a Cuba desabou. White people problem que não é nada tendo em vista tudo que acontece aqui e por exemplo em Beirute. Estou ligada.
Chamei o porteiro faz-tudo que não quis tirar o sapato para entrar na minha imaculada casa, já perceberam que sou virada na faxineira.
Meu porteiro me disse que ultimamente isso tem acontecido muito, que já colou a do Sr. Rodolfo e outra no primeiro andar, ou seja, não tentem limpar a cola que segura a Cuba.
Marquei com meu faz-tudo para segunda-feira. Uma vez ele me disse que faria o trabalho para mim sem cobrar, soltava um pozinho branco para dentro do armário.
Como não compactuo com trabalho sem pagamento, nunca chamei.
Fui interrompida pela notícia urgente de sermos 100 mil mortos no Brasil por Covid, a cada morte morro junto.
Voltando ao trabalho sem pagamento, nunca concordei em trabalhar de graça e quando me detinham depois do expediente eu considerava isso uma afronta. Nunca chamei o faz-tudo de graça.
Não vou esquentar, vou arrumar um canto no tanque até segunda-feira, já perceberam que sou boa na higiene.
Tirei a foto da insalatona no prato amarelo, de acordo com o pedido da professora, fotografar com algo amarelo, mas não consegui postar no perfil do instituto.
Ah! Me inscrevi na maratona gratuita do crochê. Não sei fazer crochê, mas deu vontade.
Estou procurando minha tecla desliga.
Quase esqueci de contar! Ao abrir a lata de atum a pecinha que abre lata fácil quebrou. Tive que usar um abridor.
Ainda bem que hoje tem encontro com o clube de leitura.
O conto de hoje meio que me absolveu, pois toda vez que um relacionamento não ia bem e terminava eu desejava que o meu ex-parceiro ficasse brocha, muito mais tranquilo que o conto da Lygia Fagundes Telles. Aliviada.
Fiz uma gambiarra para aguardar o bombeiro segunda-feira.
10 de agosto de 2020
Diário de quarentena - 1
9 de agosto de 2020
Dia dos Pais
teu carinho e amor.
Viu, por toda a vida,
pela janela do trem,
paisagens correrem.
5 de agosto de 2020
Sobre Destino Estrangeiro
3 de agosto de 2020
2 de agosto de 2020
1 de agosto de 2020
A trégua: Mario Benedetti
O que achou quem leu?
Amor aos oitenta
1ª) “Na segunda parte do meu festim, entram os jornais.
Há dias em que compro todos. Gosto de reconhecer suas constantes. (...). Como são diferentes e como são iguais! Entre eles, jogam uma espécie de truco, enganando uns aos outros, fazendo-se sinais, trocando de parceiros. Mas todos se servem do mesmo maço, todos se alimentam da mesma mentira. E nós lemos, e, a partir dessa leitura, acreditamos, votamos, discutimos, perdemos a memória, esquecemos generosa e cretinamente que eles hoje dizem o contrário de ontem, que hoje defendem ardorosamente aquele de quem ontem disseram coisas terríveis, e, o pior de tudo, que hoje esse mesmo aquele aceita, orgulhoso e ufano, essa defesa. (...). Para ver os jornais, é preciso baixar os olhos.”
2ª) “A trégua” é tem seu argumento central orientado pela questão do tempo. E por isso mesmo invoca a questão da memória e indaga sobre as incertezas e fragmentações a que as recordações estão sujeitas no transcorrer do tempo. O que recordamos tem o que de real?
Aqui, e nunca me canso de lembrar, podemos invocar a magnífica frase de Gabriel Garcia Marquez:
“A vida não é a que a gente viveu e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la”
A provocação de Benedetti fica por conta da frase:
“Afinal, a memória importa alguma coisa?”
Blanca, a filha de Santomé, pode nos indicar uma pista:
“Às vezes me sinto infeliz, só por não saber do que tenho saudade”
“Ela me dava a mão e nada mais faltava. Bastava para que eu me sentisse bem acolhido. Mais que beijá-la, mais que dormirmos juntos, mais do que qualquer outra coisa, ela me dava a mão e isso era amor." (A trégua: Mario Benedetti)
Egoísmo
Espaço vazio
O ócio da aposentadoria
deixou-me assim
Perdoa-me, não é isso...
Sinto a sua falta
Na memória, os seus movimentos
palavras, momentos
Na garganta, um nó
Lágrimas nos olhos
Eu pensei só em mim
Num futuro que não veio
que não vivi
Eu fui egoísta
A morte a levou... esta palavra forte
assim, sem dizer nada
Doçura no olhar
sensibilidade nas palavras
Eu queria ter sido mais intenso
como se vivesse o último dia da vida
e quisesse aproveitar tudo
mas não foi possível
Sonia Salim 23/02/16
Fonte: Focus Portal Cultural
23 de Setembro
Meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Es evidente, Dios me concedió un destino oscuro. Ni siquiera cruel. Simplemente oscuro. |
Um grande amor pode ser uma trégua na vida
Escrito em formato de diário e com fina ironia, 'A trégua' traz a história de Martín Santomé, um 'homem maduro, de muita bondade, meio apagado, mas inteligente'. Prestes a completar 50 anos, viúvo há mais de vinte, Santomé mora com os três filhos. Não se relaciona bem com nenhum deles, tem poucos amigos e mantém uma rotina monótona e cinzenta. No diário, conta os dias que faltam para a aposentadoria; mas não tem idéia do que fará assim que se livrar do trabalho maçante. Seu destino, no entanto, mudará quando conhecer Laura Avellaneda, uma jovem discreta e tímida contratada para ser sua subalterna. Com ela, Martín Santomé voltará a conhecer o amor, numa luminosa trégua para uma vida até então triste e opaca. Mas será que essa relação conseguirá ir adiante? Muito mais do que uma história de amor, 'A trégua' é um questionamento sobre a felicidade e um retrato às vezes bem-humorado, às vezes ferino, dos difíceis relacionamentos humanos.
Palacio Salvo - Montevideo |
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