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29 de agosto de 2020

Quase memória - Quase romance: Carlos Heitor Cony



Dia de São João...
Quadrilha,balões,fogueira...
Lembranças... Infância... 🔥👶👧






Volta, minha infância,
no dia de São João.
Vestido de chita,
quadrilha, fogueira,
batata-doce e melado.
                                         Sabor de saudade.

.

                                               Os Balões
“O balão vai subindo, vai caindo a garoa...”
                     
                        Meus olhinhos  de criança
                        presos ficavam no céu.

                        Vendo os balões que subiam,
                        eu contava os que passavam
                        e descontava os queimados.

                        Eles eram tantos... tantos...
                        que eu até me confundia:
                        via estrelas ou balões?  

                        Na hora do meu jantar,
                        eu tendo que interromper
                        aquela conta engraçada,
                        perdendo, talvez, a aposta,
                         “quem irá ver mais balões?”
                        a minha amiga eu pedia
                        para ela continuar,
                        pois, na volta, eu lhe daria,
                        de quebra, muitos balões
                        que tivessem lanterninhas,
                        esses valiam dobrado.

                        Cento e cinco... cento e seis...
                        iam serenas no céu
                        essas novas estrelinhas.

                        Balões de luz,  de inocência,
                        balões de sonho e alegria...

                        Bem mais tarde, compreendi
                        que não eram inocentes
                        os meus queridos balões,
                        deixando, na sua queda,
                        marcas de destruição.

Mesmo assim, me surpreendo,
                        muitas vezes, distraída,
                        contando os poucos balões
                        que enfeitam os céus de agora...

Nesse mágico momento,
                        sinto renascer em mim
                        a menininha de tranças
                        que apostava nos balões.


Elenir



26 de agosto de 2020

A terceira margem do rio: João Guimarães Rosa



22/08/2020

Sábado 17h00

LINK (Google Meet)







IMPRESSÕES FLUIDAS
Rita Magnago

não rio
eu choro
o rio das três margens me emociona
as margens soltas
me deixam amarradas
não sei ficar assim desatada de mim

o pai, a mãe, os filhos
os vínculos indo-se, fluindo 
o rio levando quase tudo
a terra levando quase todos

palavras eternamente proibidas
lembranças fincadas às margens do coração
os anos se amontoando em cãs
e a dúvida ainda marolando
por quê?


O PAI

Fiz-me âncora foi no navegar
minha terra, o rio-mar

não espero que me entendam
mas nesse parecer não podia mais
sou sujeito, não me assujeito
aqui o mesmo é sempre novo
estou onde me coloco
e me coloco entre

o rio é um tempo sem relógio
despreocupado das regras dos homens

da canoa me navego como as ondas 
vou e volto no perto das distâncias
contemplando as margens, 
penso não interferir, mas sim,
mudo e moldo o miúdo

O FILHO

serei raso como as margens
no profundo desse rio?
tenho medo e culpa
sou velho-criança
a quem a falta nunca foi suprida
só suprimida a coragem
de encarar minhas águas
sou passado sem futuro


O FILHO E O PAI

ir ou permanecer?
voltar, se outro for
e ir de vez
se outro ficar
qual o tamanho da liberdade nas margens que não enxergo?










25 de agosto de 2020

Livro: Destino Estrangeiro, Daniel Chutorianscy

Olá queridos!

Vou reproduzir o post que fiz no meu blog Mar de Variedade.

Esse foi o livro do mês do Clube de Leitura Icaraí, do qual faço parte.

Sinopse: "Esta obra de Daniel Chutorianscy traz um pouco da história de migração do povo judeu para o Brasil. E o faz não como relato, não como memória, não como História, mas através de um texto poeticamente construído, breve, conciso e enxuto, que brilha com a força da boa literatura. Pode-se dizer que, aqui, Chutorianscy prossegue uma linha que vai de Bashevis Singer a Scliar, pasando por Phillip Roth, Saul Bellow, Primo Levi...
Neste percurso o autor aborda temas que são comuns não só a este grupo, mas que fazem parte da experiência humana: perseguições, guerras, guetos, matanças, saques e migrações. Tudo isso sugere selvageria, mas ao mesmo tempo também é capaz de revelar a potência e a força da migração e daqueles que, por opção ou por necessidade, arriscaram-se no mundo desta forma. 
Tal potência confere a este livro um tom de protesto contra o gueto, a guerra, o genocídio e os demais superlativos da perversidade humana, seja em terras frias que congelam ou nas terras quentes que sufocam. Mas também, num texto envolvente e burilado, o oposto de tudo isto: saga, sonho, poesia, esperança e a convicção de que tudo vai dar certo, como tantas vezes."


Essa obra, apesar de abordar temas como guerras e preconceito, por contar a vida de uma família de imigrantes, é um livro escrito com certa leveza. 
Gostei da forma objetiva com que o autor escreveu cada capítulo. É um texto conciso, sem deixar de passar as informações necessárias sobre o recomeço dessa família no Brasil.
A história dessa família é contada com muita verdade, fazendo com que o leitor consiga imaginar a trajetória dos protagonistas.
Ótima leitura!
Recomendo!

24 de agosto de 2020

Ubu rei: Alfred Jarry & Macbeth: Shakespeare



Reunião de 15/08/2020







Debate 

Sábado - 15/08/2020

17h00

Link (Zoom)


A origem da expressão "Merda!" ditas por artistas antes de um espetáculo é de origem francesa e surgiu no século passado, quando as pessoas ainda se locomoviam a cavalo ou com carruagens. Os artistas se desejavam “merda” porque, quanto mais carruagens e fezes de cavalo em frente ao teatro, mais pessoas haviam comparecido. Logo, significava sucesso ao espetáculo e à companhia de dança.


Mère Ubu - Joan Miró - UCLA

“Em um mundo cada vez mais delirante, convém analisá-lo de forma delirante.”
(Jean Baudrillard)





Le sommeil du père Ubu: Joan Miró


Vou tão bem como posso, indo mal como vou


A noite é boa conselheira. Durmamos.
Amanhã a gente vê o que se deve fazer


Macbeth: Se o acaso quer que eu seja rei, o acaso me poderá coroar sem que eu me mexa. 




23 de agosto de 2020

Venha ver o por do Sol: Lygia Fagundes Telles


08/08/2020
Sábado
17h00

Por do Sol na Terra à esquerda
Venha ver o por do Sol 
na Terra à esquerda e em Marte à direita




No Clube de Leitura
08/08/2020 - 17h00
08/08/2020 - 17h00


Venha ver o por do Sol no Clube de Leitura


Vendo o por do Sol



O por do Sol a partir da Conciergerie



12 de agosto de 2020

Diário de quarentena - 2

Hoje o dia começou torto, explico.

Acordo muito cedo, acordo bem. Vou para varanda e ainda pego o céu escuro, lua alta, iluminação pública se desligando e o entregador de jornal circulando na rua vazia. Me surpreendo com a quantidade de jornais a serem entregues. Eu tinha um ritual com jornal de papel que se foi com a informação digital. O jornal chegava desatualizado. Tudo agora tem muita rapidez, tudo fica obsoleto rápido.

Comecei contando isso para dizer que meus dias são longos, mas passam rápido.

Ando esquecendo se tomei ou não tomei o cálcio. Tem dias que tomo duas vezes e tem dias que não tomo. Meus ossos não mandam sinais.

Acontece que tomo um remédio fitoterápico para ajudar o intestino. Pois bem, esse é um caso de remédio tomado duas vezes sem querer. Acordei com dor de barriga.

Depois de escrever no meu caderno, tenho caderno para tudo, agora perfumo os cadernos, fui para cozinha preparar uma insalatona que aprendi numa live do Instituto Italiano de Cultura, ótimo canal.

Como meu modo faxineira está ativado, tEnho borrifado minha super mistura de água sanitária naquela coisa preta que é a cola da Cuba da pia.

Resolvi usar meu secador de folhas dentro da pia VAZIA, fazendo uma leve pressão e a Cuba desabou. White people problem que não é nada tendo em vista tudo que acontece aqui e por exemplo em Beirute. Estou ligada.

Chamei o porteiro faz-tudo que não quis tirar o sapato para entrar na minha imaculada casa, já perceberam que sou virada na faxineira.

Meu porteiro me disse que ultimamente isso tem acontecido muito, que já colou a do Sr. Rodolfo e outra no primeiro andar, ou seja, não tentem limpar a cola que segura a Cuba. 

Marquei com meu faz-tudo para segunda-feira. Uma vez ele me disse que faria o trabalho para mim sem cobrar, soltava um pozinho branco para dentro do armário.

Como não compactuo com trabalho sem pagamento, nunca chamei.

Fui interrompida pela notícia urgente de sermos 100 mil mortos no Brasil por Covid, a cada morte morro junto.

Voltando ao trabalho sem pagamento, nunca concordei em trabalhar de graça e quando me detinham depois do expediente eu considerava isso uma afronta. Nunca chamei o faz-tudo de graça.

Não vou esquentar, vou arrumar um canto no tanque até segunda-feira, já perceberam que sou boa na higiene.

Tirei a foto da insalatona no prato amarelo, de acordo com o pedido da professora, fotografar com algo amarelo, mas não consegui postar no perfil do instituto.

Ah! Me inscrevi na maratona gratuita do crochê. Não sei fazer crochê, mas deu vontade.

Estou procurando minha tecla desliga.

Quase esqueci de contar! Ao abrir a lata de atum a pecinha que abre lata fácil quebrou. Tive que usar um abridor.

Ainda bem que hoje tem encontro com o clube de leitura.

O conto de hoje meio que me absolveu, pois toda vez que um relacionamento não ia bem e terminava eu desejava que o meu ex-parceiro ficasse brocha, muito mais tranquilo que o conto da Lygia Fagundes Telles. Aliviada.

Fiz uma gambiarra para aguardar o bombeiro segunda-feira.


10 de agosto de 2020

Diário de quarentena - 1




O bicho aqui tá doido. Fazendo muita coisa ao mesmo tempo. Essa lua cheia ativou meu Urano Natal. 

Na terça-feira embarquei em mais uma leitura no clube do livro do meu amigo. É um livro que eu queria ler há muito tempo. Já tinha lido muito sobre o livro. Quarto de despejo da Carolina Maria de Jesus. Recebi o pdf, pois já é de domínio público. Fiquei horas lendo o livro no celular. Resultado, estou com tendinite no braço que eu segurei o celular.

Comprei plantas, temperos, uma gastança.

Hoje acordei inspirada pela lua cheia de Peixes e resolvi fazer uma intervenção em um passaporte expirado.

Meu sonho era ter um passaporte com muitos carimbos e resolvi dar o meu jeito.

Fiz um carimbo de borracha e vou carimbar meu passaporte para onde a minha imaginação me levar.

Tem um caderno que vou escrever minhas viagens imaginadas. Pensei num blog, mas meu negócio é papel e caneta, caderno e grafite.

Comecei por uma viagem que não fiz no ano passado feita para uma apresentação do curso de espanhol. 

Dei a viagem por feita. É um lugar para ir com muito dinheiro ou jovem, como não me enquadro em nenhuma alternativa, considero o lugar visto.


9 de agosto de 2020

Dia dos Pais

"Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto..."  
(Antes que eles cresçam - Affonso Romano Sant'Anna)



(Haicais em homenagem ao meu pai)


Paisagens correrem,
o caixeiro-viajante
viu, na vida breve.

Pai, cedo partistes,
mas, para sempre carrego,
teu carinho e amor.

Viu, por toda a vida,
pela janela do trem,
paisagens correrem.

Em sua vida breve,
viu, da janela do trem,
paisagens correrem

Range o trem nos trilhos...
Lembra meu pai... sua boina...
fumaça... saudade


Queridos amigos, papais, estou certa de que vocês deram aos seus filhos, não só quando crianças, mas até hoje, já crescidos, e muitos também papais, todo o carinho e afeto que trazem em seus sensíveis corações. 

Desejo-lhes um dia muito feliz, pleno de amor e alegria.

Abraços afetuosos de

Elenir

5 de agosto de 2020

Sobre Destino Estrangeiro


Daniel, ao abrir a primeira página do seu livro, me lembrei imediatamente de Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach, uma de minhas paixões infantis. Lírico, acordando a criança que habita os adultos. Fui logo envolvida pela escrita diferenciada, marcando com repetições o que importa perceber. Gostei muito da anonimidade. Embora não seja estrangeira, partilhei o sentimento de angústia e temor, tanto mais agora que recentes acontecimentos terroristas nos deixam tão à mercê do ‘de repente’.

Reflexões acerca do comum e do diferente: escrever sobre sua casa para abranger o mundo; ser simples para abarcar a complexidade da vida, a mistura dos tempos, das memórias, dos afetos e dos medos.

Ao terminar, lembrei também de Vermelho Amargo, do Bartolomeu Campos. Um livro igualmente pequeno em número de páginas e igualmente rico em conteúdo. Um livro que também conta de uma família, um livro belo como o seu.

Foi um prazer conhecê-lo através de sua escrita. O poema que segue, fiz inspirada nas ilustrações do livro e no sentimento despertado.

Grande abraço,

Rita Magnago



Pássaros. 

Vejo pássaros em todas as folhas
árvores em formação
ex-árvores em floração.

Pássaros solitários

em voo
mergulhando
planando
sendo aves.

Pássaros em busca de pouso
posados
pensando
refletindo sobre outros serem que voam.
Patos.

Bicos abertos
bicos calados
asas em exibição
de quem pode sonhar.
Esperteza de gavião.


Pássaros variados

espécies-exceção.
Homobirds dividindo galhos
família com garras.

É preciso pinicar a madeira de que somos feitos
porque o melhor está por dentro 
e há que sair.

1 de agosto de 2020

A trégua: Mario Benedetti

O que achou quem leu?


1- "Grande livro/leitura, uma lição de vida! Eu não sei o que eu vi neste livro em especial, mas tive todos os sentimentos através da leitura. A ansiedade com a aposentadoria, uma certa impotência no relacionamento com os filhos... não vou falar mais porque muitos estão lendo neste exato momento. Temas maravilhosos a abordar." - Sonia;

2- "Gostei muito. Para mim, ele está entre os melhores livros lidos no CLIC." - Elenir;

3- " Livro bom demais!" - Rosa;

4- " Passagens memoráveis que o livro tem!" - Evandro

5- Já li e gostei muito. Nos faz refletir sobre a solidão dos idosos. (Zilka)

6- Não atendeu às minhas expectativas. (Rose);

7- "Estou encantada com a leitura . Excelente livro . Gostei muito Poema" (Rita)

8- Meu Deus. Meu Deus. Meu Deus. Meu Deus. Meu Deus. Meu Deus. Meu Deus. Por que não me avisaram? Povo cruel, insensível. Fui dormir arrasado, moído, como se eu estivesse de verdade ali, naquela história, empaticamente ligado a Santomé. Não quero mais falar sobre o livro. Estou exaurido após uma leitura de dois dias, e estou aborrecido, chateado. Terminei ontem, às 22:00h, depois de ler mais de 100 páginas de um fôlego só. Não sei o que aconteceu, fui tomado por uma "compulsão emocional" depois do "Meu Deus". Que livro! Estava na minha estante há mais de um ano essa preciosidade. Como se dizia lá na minha terra, na minha infância, o livro me buliu todo. Não sei quem o indicou, mas agradeço profundamente. Hoje amanheci outro, já não sou o mesmo que começou a ler o livro. E isso é fantástico. Isso é a literatura! (Antonio)

9- Destaco as seguintes passagens - "Tomara que se sinta ao mesmo tempo protetor e protegido, uma das mais agradáveis sensações que o ser humano se pode permitir." e "...quando essa solidão se transforma em rotina, ele vai perdendo inexoravelmente a capacidade de sentir-se sacudido, de sentir-se viver. Mas vem Avellaneda e faz perguntas, e, sobre as perguntas que ela me faz, eu me faço muitas mais, e então sim, agora sim, sinto-me vivo e sacudido." (Vera);





Amor aos oitenta
é tudo o que eu gostaria.
Trégua em minha vida.
(Elenir)


As provocações de Antonio:

1ª) “Na segunda parte do meu festim, entram os jornais.


Há dias em que compro todos. Gosto de reconhecer suas constantes. (...). Como são diferentes e como são iguais! Entre eles, jogam uma espécie de truco, enganando uns aos outros, fazendo-se sinais, trocando de parceiros. Mas todos se servem do mesmo maço, todos se alimentam da mesma mentira. E nós lemos, e, a partir dessa leitura, acreditamos, votamos, discutimos, perdemos a memória, esquecemos generosa e cretinamente que eles hoje dizem o contrário de ontem, que hoje defendem ardorosamente aquele de quem ontem disseram coisas terríveis, e, o pior de tudo, que hoje esse mesmo aquele aceita, orgulhoso e ufano, essa defesa. (...). Para ver os jornais, é preciso baixar os olhos.”

2ª) “A trégua” é tem seu argumento central orientado pela questão do tempo. E por isso mesmo invoca a questão da memória e indaga sobre as incertezas e fragmentações a que as recordações estão sujeitas no transcorrer do tempo. O que recordamos tem o que de real?  

Aqui, e nunca me canso de lembrar, podemos invocar a magnífica frase de Gabriel Garcia Marquez: 

“A vida não é a que a gente viveu e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la”

A provocação de Benedetti fica por conta da frase: 
“Afinal, a memória importa alguma coisa?” 

Blanca, a filha de Santomé, pode nos indicar uma pista: 
“Às vezes me sinto infeliz, só por não saber do que tenho saudade”





 “Ela me dava a mão e nada mais faltava. Bastava para que eu me sentisse bem acolhido. Mais que beijá-la, mais que dormirmos juntos, mais do que qualquer outra coisa, ela me dava a mão e isso era amor." (A trégua: Mario Benedetti)



“(...) a vida é muitas coisas (trabalho, dinheiro, sorte, amizade, saúde, complicações), mas ninguém vai me negar que, quando pensamos nessa palavra Vida, quando dizemos, por exemplo, que “nos apegamos à vida”, estamos fazendo com que seja assimilada por outra palavra mais concreta, mais atraente, mais seguramente importante: estamos fazendo que seja assimilada pelo Prazer. Penso no prazer (qualquer forma de prazer) e estou certo de que isso é a vida.”




Egoísmo


Espaço vazio

O ócio da aposentadoria
deixou-me assim
Perdoa-me, não é isso...
Sinto a sua falta
Na memória, os seus movimentos
palavras, momentos
Na garganta, um nó
Lágrimas nos olhos
Eu pensei só em mim
Num futuro que não veio
que não vivi
Eu fui egoísta
A morte a levou... esta palavra forte
assim, sem dizer nada
Doçura no olhar
sensibilidade nas palavras
Eu queria ter sido mais intenso
como se vivesse o último dia da vida
e quisesse aproveitar tudo
mas não foi possível

Sonia Salim 23/02/16




Fonte: Focus Portal Cultural

23 de Setembro

Meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus!








Es evidente, Dios me concedió un destino oscuro. Ni siquiera cruel. Simplemente oscuro.









Um grande amor pode ser uma trégua na vida


Escrito em formato de diário e com fina ironia, 'A trégua' traz a história de Martín Santomé, um 'homem maduro, de muita bondade, meio apagado, mas inteligente'. Prestes a completar 50 anos, viúvo há mais de vinte, Santomé mora com os três filhos. Não se relaciona bem com nenhum deles, tem poucos amigos e mantém uma rotina monótona e cinzenta. No diário, conta os dias que faltam para a aposentadoria; mas não tem idéia do que fará assim que se livrar do trabalho maçante. Seu destino, no entanto, mudará quando conhecer Laura Avellaneda, uma jovem discreta e tímida contratada para ser sua subalterna. Com ela, Martín Santomé voltará a conhecer o amor, numa luminosa trégua para uma vida até então triste e opaca. Mas será que essa relação conseguirá ir adiante? Muito mais do que uma história de amor, 'A trégua' é um questionamento sobre a felicidade e um retrato às vezes bem-humorado, às vezes ferino, dos difíceis relacionamentos humanos.







Palacio Salvo - Montevideo



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