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27 de fevereiro de 2020

Há 7 anos passados: Que tal participar de nossa brincadeira de Carnaval?



Vamos construir uma crônica a várias mãos, que nem aquela brincadeira onde um fala uma frase e o outro continua a história, lembra?

Para você se inspirar, e já que este ano comemoramos o centenário do escritor Rubem Braga, mestre da crônica brasileira, selecionamos, com a ajuda do escritor Carlos Rosa, duas crônicas de Carnaval do Rubem. Clicando nos links abaixo você pode lê-las.






Para participar da construção coletiva, basta você publicar no campo “Comentários” uma frase ou parágrafo sobre o tema Meu carnaval preferido. Ao final teremos nossa estória montada.

Você tem até o dia 1º de fevereiro às 12h para participar, ok? mas quanto antes, melhor, para que a estória se desenvolva e permita acréscimos e outras considerações.

Os participantes concorrem ao sorteio de um livro, que será efetuado na reunião do CLIc, na sexta, dia 1º de fevereiro, na livraria da EdUFF.

Participe e boa sorte!

Há 5 anos passados: O Rei do Rio

 "Um Griô conta a história: 
um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. 
Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade"


Teodoro Obiang Nguema Mbasogo
Presidente da Guiné Equatorial

Enredo mostrou as belezas e a cultura da Guiné Equatorial



Rainha da Bateria da Beija Flor


Vem na batida do tambor

Voltar na memória de um griô

Fala cansada, mãos calejadas
Ouça menino beija-flor
Ceiba árvore da vida
Raízes na verde imensidão
Na crença de tribos antigas
Força incorporada nesse chão
O invasor singrou o mar, 
Partiu em busca de riquezas
E encontrou nesse lugar
Novas índias, outras realezas
Destino trocado, tratado se faz
Marejam os olhos dos ancestrais



Nego canta, nego clama liberdade

Sinfonia das marés saudade
Um africano rei que não perdeu a fé
Era meu irmão, filho da guiné



Formosa divina ilha testemunha dos grilhões

Eu vi a escravidão erguer nações
Mas a negritude se congraça
A chama da igualdade não se apaga
Olha a morena na roda e vem sambar
Na ginga do balelé, cores no ar
Dessa mistura, eu faço o carnaval, 
canta Guiné Equatorial
Criança, levanta a cabeça e vai embora
O mar que trouxe a dor riqueza aflora
Tem uma família agora
Quem beija essa flor não chora



Sou negro na raça, no sangue e na cor

Um guerreiro beija-flor
Óh minha deusa soberana
Resgata sua alma africana








26 de fevereiro de 2020

Há 6 anos passados: Folia de textos literários

by Rita Magnago


Contos de Carnaval

Em breve estaremos discutindo no Clube de Leitura "O amor de uma boa mulher", conto que empresta o título ao excelente livro da Nobel Alice Munro. E enquanto esse dia não chega, e para os que preferem a companhia dos textos nessa semana de folia momesca, O Globo vem publicando a página Para quem é doente do pé, com contos inéditos que não têm a ver com o carnaval, apenas são veiculados durante. 



Você pode ir se deliciando com as narrativas, que serão atualizadas na medida em que os contos estejam disponíveis na internet, e depois nos brindar com sua opinião sobre os contos e, terminados os festejos, votar no seu conto predileto. Vamos começar?





15 de fevereiro de 2020

Preocupações um tanto esquizofrênicas de um engenheiro metido a filósofo

Emmanuel Paiva de Andrade 

A revista Piauí deste mês (Fevereiro de 2020) trouxe uma matéria extensa (12 páginas tamanho tabloide) sobre o dono da Amazon, Jeff Bezos. O título da matéria é "O grande plano: os métodos de Jeff Bezos, o dono da Amazon, para fazer o mundo aceitar os seus valores", escrito por Franklin Foer. 

Mergulhei na matéria com o sentimento de amor e ódio que tenho por esse personagem, sobre quem já li bastante coisa, inclusive na disciplina "Economia e Gestão da Inovação", que ofereço para a graduação em Engenharia de Produção. Um marco dessas leituras na disciplina foi o livro "Os Quatro: Apple, Amazon, Facebook e Google. O Segredo dos Gigantes da Tecnologia", de Scott Galloway. 

A razão do meu amor e ódio é que, se por um lado, sou um consumidor compulsivo do produto por excelência sobre o qual se erigiu o império Amazon, e adoro a eficiência com que ela faz chegar até minha casa meu último objeto do desejo, por outro, não deixo de me entristecer ao perceber que os lugares que eu amava frequentar, como a Livraria Leonardo Da Vinci na Avenida Rio Branco e outras do mesmo estilo, estão desaparecendo.

Se por um lado, como engenheiro, sou um observador um tanto apaixonado da tecnologia e sua relação transformadora com a ciência e a sociedade, e vejo na Amazon a linha de frente do que está acontecendo nessa área e pode acontecer no mundo, por outro, vejo, com preocupação, que dimensões que durante séculos se forjaram como valores para a humanidade, como a ética, a igualdade, a democracia e a liberdade, estão subliminarmente sob ameaça com a emergência de um novo império, diferente de todos que se viram anteriormente, porque construído sobre as bases da ciência e da tecnologia.

Enfim, quando comecei a leitura, senti uma pontinha de satisfação, porque me parecia estar lendo um autor que fortalecia meu lado ódio ao personagem. Pra não ser tão radical, vou dizer que fortalecia meu lado crítico ao personagem. Mas, qual o que! Com o avanço da leitura fui vendo que estava diante de alguém que, como eu, fora capturado pelas doces contradições que o mundo da ciência e da tecnologia nos colocam, sem a mínima consideração pelo nosso romantismo e convicção de que um mundo melhor é possível. 

Que ao menos nos reste, então, a compreensão e a aceitação de que o olhar crítico talvez seja a única forma de, como diziam Nonaka e Takeuchi no seu seminal "Criação de conhecimento na empresa", conviver com o paradoxo, sem pretender eliminar um dos seus lados. Fora disso, é mergulhar na esquizofrenia nossa de cada dia.



11 de fevereiro de 2020

Retrato da FARMACÊUTICA quando ARTISTA: Monique Brito



Adquira o teu: R$ 30,00
conciergeclic@gmail.com

A poeta


"tens noção de que em cada coisa ordinária
encontras um elemento químico de estima?" 

(Sobretudo
 sem
 gravidade)








10 de fevereiro de 2020

Clube da Lua




LUA

Disco prateado,encantado.
Dos amantes,inspirador.
Violado,desbravado.
Não perde,do brilho,
o esplendor.
Quero seguir sua trilha:
derramar-me inteira,
sem preconceitos.
Devassada,
pródiga,
iluminada!

(Mariney Klecz)





Mulheres são como a lua
a natureza assim fala,
e, cheia, a lua flutua
enquanto a mulher se cala.

(Ilnéa, lembrando uma lenda indígena.)




Mansa e bela noite.
Sobre o mar, faixas de prata...
Presente da lua.


Céu azul e rosa.
Lua de prata e a ave negra.

Cintilam estrelas.

(Elenir)



9 de fevereiro de 2020

D'As Nuvens virtuais do CLIc: Rejane

Boa noite  Clube da Leitura!



Quanto ao livro, confesso que me frustrei um pouco, esperava um pouco mais adentrar no mundo imaginário dos "loucos" .  Há mais descrições externas do que internas.  Tratando-se de tema da loucura acreditava que fosse tratado mais do subjetivo.  Mas valeu.  

Gostei dos comentários da Cristiane Seixas e do Newton, principalmente quando remete ao tema silêncio.  Sem dúvida essencial para encontrarmos a nós mesmos, mas que na maior parte das vezes relutamos.

Quanto filme "bicho de sete cabeças" com o Rodrigo Santoro, assisti há um tempo atrás e retrata bem a situação dos manicômios há época, tendo como pano de fundo a história de um adolescente que por ser meio esquisitão, calado e maconheiro foi visto como "louco", pelo o que lembro.  Bacana o filme.

Mas o que gostaria de acrescentar mesmo é como é impressionante essa linha tênue que separa a chamada "normalidade"  da "loucura".   Muitos artistas foram considerados loucos, quando na realidade tinham uma visão a frente de seu tempo. Já os chamados normais, mesmo vivendo suas neuroses cotidianas dentro de uma grande ilusão a respeito de si mesmos e do mundo, são vistos como tais.

Certa vez manuseando um livro de CID's (os chamados códigos de doenças utilizado pelos médicos) fiquei perplexa com a quantidade de doenças psíquicas assolam o ser humano.  Se você for ler com calma, com certeza irá identificar-se com algumas delas...

Voltando ao tema loucura, há um documentário excelente disponível no YOUTUBE que trata dos trabalhadores do antigo lixão de Camacho no Rio, em que um famoso artista plástico fez que com os trabalhadores produzissem verdadeiras obras de arte com o lixo e que foram leiloadas por excelentes preços.  Mas uma personagem que me chamou a atenção no documentário foi Estamira, que se não me engano, deu nome ao filme.

Ela, diagnosticada como esquizofrênica tinha pronunciamentos muitas vezes lúcidos.  Na época cheguei a registrar alguns.

Vejam:



“é melhor não ser normal, normaticamente encaixotado na violência hipócrita e trivial do burguês com 90% de cifras na alma enferrujada”

“eu não sou como vocês que são apenas robôs sanguíneos”

“neste mundo de maldades não tem mais o inocente; o que tem, isto sim, por todo lado, é o esperto ao contrário”

“Tempo eterno é tempo infinito, mas tem o além e o além do além. Nenhum cientista foi até o além, quanto menos no além do além. Para mim tudo o que nasce é nativo, isto é natal”

“Tudo o que é imaginário existe, é e tem”

“A morte é a dona de tudo”

“Isto aqui é um depósito de resto e descuido. Às vezes vem também descuido. O resto e descuido."

“Quem revelou o homem, ensinou ele a conservar as coisas. E conservar as coisa é proteger. É lavar, limpar e usar mais. O quanto pode. Miséria não! Mas a regra sim! Por que economizar é maravilhoso!”

"A criação é abstrata. A água é abstrata, o fogo é abstrato e a Estamira também é abstrata!”

“ A minha missão além de ser Estamira é revelar somente a verdade e capturar a mentira”. 

“ Eu sou a Estamira, sou a beira do mundo, estou lá, estou cá, estou em todo lugar”

“Trocadilho é o que faz as pessoas viverem na ilusão, quem engana o homem e faz acreditar em coisas que não existem”.

“Diz que os “astros” ruins têm inveja do cometa que vive em sua cabeça e raiva por ele ter escolhido um corpo frágil como o dela” 

“ A solução é o fogo!”

“ vocês vão para escola para copiar! Até meu neto de dois anos sabe disso. Ele que anda não foi para escola copiar … hipocrisias, mentiras, charlatanice"

Um abraço e boa reunião amanhã!

Rejane

Como participante virtual







6 de fevereiro de 2020

O Multiverso de Fernando Pessoa


A melhor maneira de começar a sonhar é mediante livros. Os romances servem de muito para o principiante. Aprender a entregar-se totalmente à leitura, a viver absolutamente com as personagens de um romance e eis o primeiro passo. Que a nossa família e as suas mágoas nos pareçam chilras e nojentas ao lado dessas, eis o sinal do progresso.

(Bernardo Soares)

* * * 
[Em um trecho de Carta a Adolfo Casais Monteiro - 13 Jan. 1935]

Creio na existência de mundos superiores ao nosso e de habitantes desses mundos, em experiências de diversos graus de espiritualidade, subtilizando até se chegar a um Ente Supremo, que presumivelmente criou este mundo. Pode ser que haja outros Entes, igualmente Supremos, que hajam criado outros universos, e que esses universos coexistam com o nosso, interpenetradamente ou não. Por estas razões, e ainda outras, a Ordem Extrema do Ocultismo, ou seja, a Maçonaria, evita (excepto a Maçonaria anglo-saxónica) a expressão «Deus», dadas as suas implicações teológicas e populares, e prefere dizer «Grande Arquitecto do Universo», expressão que deixa em branco o problema de se Ele é criador, ou simples Governador do mundo. Dadas estas escalas de seres, não creio na comunicação directa com Deus, mas, segundo a nossa afinação espiritual, poderemos ir comunicando com seres cada vez mais altos. Há três caminhos para o oculto: o caminho mágico (incluindo práticas como as do espiritismo, intelectualmente ao nível da bruxaria, que é magia também), caminho místico, que não tem propriamente perigos, mas é incerto e lento; e o que se chama o caminho alquímico, o mais difícil e o mais perfeiro de todos, porque envolve uma transmutação da própria personalidade que a prepara, sem grandes riscos, antes com defesas que os outros caminhos não têm. Quanto a «iniciação» ou não, posso dizer-lhe só isto, que não sei se responde à sua pergunta: não pertenço a Ordem Iniciática nenhuma. A citação, epígrafe ao meu poema Eros e Psique, de um trecho (traduzido, pois o Ritual é em latim) do Ritual do Terceiro Grau da Ordem Templária de Portugal, indica simplesmente — o que é facto — que me foi permitido folhear os Rituais dos três primeiros graus dessa Ordem, extinta, ou em dormência desde cerca de 1881. Se não estivesse em dormência, eu não citaria o trecho do Ritual, pois se não devem citar (indicando a ordem) trechos de Rituais que estão em trabalho.





Na pessoa de Bernardo Soares em "O livro do desassossego"





3 de fevereiro de 2020

Você já leu? O que achou?

A água estava clara: Carlos Rosa

Mário de Andrade, Câmara Cascudo, Sérgio Buarque de Holanda, Darcy Ribeiro, Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior, Florestan Fernandes e outros, são grandes nomes esquecidos. Homens que traduziram o Brasil e seu povo e os colocaram no papel. Estão cada vez mais esquecidos porque fazem parte  da cultura brasileira, paulatinamente destruída. Por isto escrevi, em "A água estava clara", uma humílima crônica, "Alguma coisa acontece". É a descrença no futuro, caso a coisa continue. (Carlos Rosa)




"Dá para a gente passear por Icaraí junto com Carlos, usufruindo da paisagem, da beleza da cidade. 

'O piano do Tom, no intervalo das estrofes, me faz imaginar um casal a passear de mãos dadas.' (Momento, p. 146)" (Cyana)

"Já iniciei a leitura de "A água estava clara" e estou saboreando cada crônica feito aquela comida que a gente mais gosta. Meu livro já está cheio de grifos. Vejam esse: "Recorro à memória para ver as pedras daquele trecho sem vento, e o dia em que ficamos parados, Luísa, na calmaria do mar e do tempo" (que lindo!). Outro: "São profissionais em vias de extinção, os vassoureiros, os afiadores de facas, os funileiros, os vendedores de pirulito a bater uma alça de metal na madeira para chamar a criançada...são coisas que vão ficando ontem" (construção de frase bem original; lembranças que são minhas também, pois vivi esse tempo). Só mais uma: "Eu tenho cá meus casos, histórias humildes dos meus mares; ele tem oceanos" (poesia pura). Bjs. para a turma do Clube de Leitura Icaraí." (Angela Ellias)



Vivências em Biblioterapia: Cristiana Seixas





Obras debatidas no CLIc cujas citações compõem o tear apresentado pela autora em seu livro:

  • A montanha, o mar, a cidade: Carlos Rosa Moreira;
  • O primeiro homem Albert Camus;
  • Equador: Miguel Sousa Tavares;
  • As nuvens: Juan José Saer;
  • A paixão segundo G. H.: Clarice Lispector;
  • Livro do desassossego: Fernando Pessoa;
  • Pequenas Epifanias: Caio Fernando Abreu;
  • A caixa-preta: Amós Oz;
  • Infâmia: Ana Maria Machado;
  • Eu menina, toda prosa... e alguma poesia: Ilnéa País de Miranda;
  • O homem comum: Philip Roth;
  • Vermelho amargo: Bartolomeu Campos de Queirós;
  • A máquina de fazer espanhóis: valter hugo mãe;
  • O rochedo de Tânios: Amin Maalouf;
  • As mulheres do meu pai: José Eduardo Agualusa;


QUE MOSAICO!







"Nas práticas do cuidado através da literatura, uma fonte inesgotável de informação, faz a gente querer trabalhar com biblioterapia também. 

'As artes em geral ( literatura, pintura, música, dança e outras expressões) são modos de visitar nossa loucura e dar um receptáculo para as imagens que nos governam.  Uma via possível para a sanidade.' ('Costurando com linhas psicológicas', p. 110)" (Cyana) 









Ainda não leu? 

Está esperando o quê?

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Vivências em Biblioterapia: Cristiana Seixas - R$ 50,00

A água estava clara: Carlos Rosa - R$ 30,00


Bastou anunciar os livros, olha o que aconteceu com as visualizações do blog