Ah, moça dos olhos verdes que vem e que passa balouçante e
graciosa a caminho do calçadão. Vai correr, eu sei. Vai correr como
correm ‒ e como correm! ‒ essas moças de hoje: atléticas,
espartanas, germânicas, douradas. Ah, dourada moça dos olhos
verdes, por que cravas em mim essa íris cor de folha? Eu que já não
corro, só ando?
Verdes íris que gosto de ver. Parecem as folhas das amendoeiras
deste inverno: verdes com áureos laivos. Não sei o que vês quando
me olhas, mas me sinto bem adjetivado.
Qualquer dia desses, procuro o meu velho livro de ginástica
calistênica dos pilotos canadenses e me ponho em forma. Fico só
imaginando no que pensarás ao me ver ligeiro, ligeiro trotando ao
teu lado. Apressarás o passo? Darás um sorrisinho de verdes olhos
convidativos? Não sei... Talvez o melhor não seja correr, e sim,
andar. Andar para só cruzar por ti, e poder sentir, livre, livre,
esse verde olhar.
O repugnante agora sou eu!
ResponderExcluirCurto, simples e lindo. Um brinde ao romantismo. Se ela te ouvisse, Carlos, cairia na tua conversa, rsrsrs.
ResponderExcluirBelo texto, Carlos. O chato vai ser quando ela te chamar de "tio". Mó balde de água fria...... rsrsrsrs...
ResponderExcluirÉ isso mesmo, Newton, por isso é que vou apressar o passo!
ResponderExcluirCarlos.
Adoro textos sobre musas. Eu estou escrevendo um texto sobre uma moça ruiva que participa dessas corridas de rua, mas que precisa ser esmerilhado...rssss
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