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27 de janeiro de 2021

O Destino estrangeiro: Maria Marlie


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Eu me lembro de outros cabelos ruivos que invejava. Regina e as outras meninas, duas ou três, que moravam na Visconde de Sepetiba. Lindas! Cabelos ruivos e crespos, diferentes dos meus quase castanhos e lisos.

Depois, veio a guerra. Acabou a guerra. Nos cinemas, eram mostrados horrores, os judeus eram os gringos, mas muito diferentes dos judeus amigos que conhecia. Tão diferentes dos filmes.

O tempo passou, cresci e passei a saber outras coisas. Eram judeus sim, os nossos amigos. Salomão e as irmãs, da família Rubens, os Grabier, os Grand, os dois nomes um pouco enrolados. Para melhor entendermos, ficaríamos muito tempo falando dessa gente que tão bem nos é apresentada e, ao crescer, vim a conhecê-los melhor. Na mocidade, já casada, seu Leon joalheiro, que trazia em casa fios de pérolas para eu usar. Eu era o que as pessoas chamavam de “mãe das pérolas”. Pérolas têm vida e morrem se não são usadas. E eu com o Dani fazia com que elas revivessem. Meu amigo Leon casou e teve duas lindas filhas. Um dia, partiu para Israel. Perdi de vista os amigos, mas não as suas lembranças. Toda vez que uso minhas pérolas, lembro-me do amigo por quem tenho um eterno afeto.

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(leia o Texto integral no livro "Clube de Leitura Icaraí: Modo de Fazer")










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