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17 de dezembro de 2023

Serotonina: Michel Houellebecq

Compartilho um poema que fiz na época da leitura do livro (Rita Magnago)


A opção, a solidão, o bem consigo, ou não

A opção, a companhia, o bem com o outro, ou não

A decisão, o acerto ou erro

Só experimentando

Não há como evitar o sofrimento de não saber antes

Ou, mesmo se sabido fosse, de acreditar que podia ser diferente

O homem é pulsão, é razão

Mas fica mais feliz quando deixa falar o coração


* * * 





Quando nosso coração já fez um dia sua colheita, viver é um mal. (Baudelaire)



"Marcel Proust, no final de O tempo recuperado, concluía com notável franqueza que não só as relações mundanas, mas também as de amizade, não tinham nada de substancial a oferecer, eram pura e simples perda de tempo, e que o escritor, ao contrário do que todos acham, não precisava em absoluto de conversas intelectuais, mas de amores ligeiros com moças em flor"




"O amor para a mulher é uma potência, uma potência geradora, tectônica, quando se manifesta na mulher o amor é um dos fenômenos naturais mais imponentes que a natureza pode nos oferecer, e tem que ser visto com receio, é uma potência criativa do mesmo tipo que um terremoto ou um desastre climático, a origem de outro ecossistema, outro entorno, outro universo, a mulher com seu amor cria um mundo novo, dois pequenos seres isolados estão chapinhando numa existência incerta e de repente a mulher cria as condições de existência de um casal, uma entidade social, sentimental e genética nova cuja vocação é efetivamente eliminar qualquer traço dos dois indivíduos preexistentes, essa nova entidade é perfeita em sua essência como já apontou Platão, e às vezes pode adquirir a complexidade de uma família, mas é quase um detalhe, ao contrário do que pensava Schopenhauer, a mulher sempre se entrega por completo a essa missão, mergulha nela, se dedica de corpo e alma, como se diz, e aliás não estabelece." (Serotonina: Michel Houellebecq)



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