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1 de dezembro de 2023

O Silêncio das Montanhas: Khaled Hosseini

 O Silêncio da Montanha – Mônica Ozório – COMENTÁRIOS DESCONEXOS.


Estou aproveitando uns parágrafos que inseri quando ficava mexida ao longo do livro... vou pelo meio e sem muito sentido. Desculpem. É um rascunho que não terminei, que não consegui voltar e fazer do início ao fim... Perdida no Afeganistão que me comove:

...e vejo um Idris dolorido com a situação de Roshi, fazendo promessas que eu sabia que ele não iria cumprir. Somos tragados pelo conforto do cotidiano, da segurança do lar, da comodidade de nossa cultura cosmopolita, estafados, cheios de cobranças sociais que sabemos serem supérfluas... mas que corremos atrás (tem um livro aí que diz: "Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela"). Entendo Idris, mas almejo ser como Markos naquele hospital indiano, olhando para Manaar, menino sofrido, com menos amor do que era dado por Pari ao seu amigo cão Shuja que me fez chorar.

Como chorei por Shuja, eu choro por Manaar. As únicas desgraças que me emocionam nesse livro. E me lembro de quando fiz estágio de enfermagem: Uma mulher abandonada no matadouro que era o hospital Santa Lúcia... (só conheci o inferno do setor do SUS desse hospital). Eu tenho 57 anos. Naquela época eu era muito jovem. Uns 27 anos? Nós, estagiários, levávamos nossas luvas descartáveis, porque o hospital não disponibilizava para o setor do SUS. Um dia encontrei nossas luvas penduradas num varal num setor da enfermagem. Passei a rasgar e hoje me pergunto o que era pior: os enfermeiros lavarem e reutilizarem ou não terem luva nenhuma? Eu não sei. No dia que fui aprovada no curso, em pleno hospital, virei as costas e fui embora. Uma “Idris”. Não passaria no teste “Markus”) – desculpem, divagando. (... outra paciente totalmente abandonada pela enfermagem porque tinha Aids. Eu e uma outra estagiária demos banho, as injeções que precisava e tudo que podíamos fazer num sábado. Ela era esquelética como Manaar... E tinha uma idosa que teve alta e a família não veio buscar. Ela chorava tanto!!! Em pleno São Gonçalo nos anos 2005! País rico como o Brasil, mas cheio de pobreza, no entanto. Eu e minha amiga dando banho num senhor com AVC. Largado no leito. Sem lençol em cima ou embaixo. Nu. Cheio de fezes ressecadas da semana. Somos iguais.)

“Sinto uma coisa dentro de mim me atraindo, me puxando, como um rebocador. Quero ceder àquela sensação, ser envolvido por ela, quero renunciar a tudo, me desnudar do que sou, jogar tudo fora...” eu infelizmente não cedi ao meu sonho junto aos Médicos Sem Fronteira. Cedi às minhas fraquezas, às desculpas fracas e insidiosas do emocional, da preguiça... Dei anos de contribuição aos MSF ao invés de estar lá. Preguiçosa, acomodada, refastelada. Adorei Markos. O mesmo vazio que ele descreveu, eu sentia. Só fui preguiçosa e acomodada. Desculpa, desculpa e DESCULPASSSS. Minha nudez.

Frases que ia coletando (pena que parei): 

“Lembrei que, quando era garoto, eu me remoía com todas as coisas que mamãe não fazia, coisas que as outras mães faziam. Segurar minha mão quando caminhávamos. Ler histórias para dormir, dar um beijo de boa-noite no meu rosto. Tudo isso era mesmo verdade. Mas em todos aqueles anos eu estivera cego para uma verdade maior, despercebida e desapreciada, que estava enterrada no fundo das minhas mágoas. Que era a seguinte: minha mãe jamais me abandonaria.”

“A beleza é uma dádiva imensa e imerecida, distribuída aleatória e imerecidamente. As pessoas vão tocando a vida.”


https://pt.m.wikipedia.org/wiki/And_the_Mountains_Echoed 

https://youtu.be/4JF_lctG08w?si=AtZ8sY93uHsG8mP8 

https://youtu.be/KjscIssid7Y?si=j6u3ON9naV4XiWe3 





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