Olho as águas caindo sem pararNum moto-contínuode força, energia, vibração, poder.Quedas sem fim me fascinam.Estonteante, de tão belo.Um imenso entorno- florestaverde-água, verde-bandeira, verde-vidanum límpido céu de azul-contraste.Chuviscos de energia me atingem.Respiro o molhadoque sobe das pedrase esfumaça o ar.Olhos fechados,braços abertosouvidos atentosà grande concha sem mar.Fico ali, absorvendo.Me absolvendo?Imagem-memóriaquero tecer metáforaspara os abismos do eu:é depois que caímos que podemosreerguer o ser humano à sua altura?Água-mãeque deixa teus filhos beberem da fonteda pedra que canta(como encantou aos índios e a Santos Dumont)Deságue, foz de tudote conserve Iguaçu*.
* Iguaçu significa a pedra que canta, na língua Guarani
Rita Magnago é jornalista carioca autora dos livros "Travessia do Verso" e "Porque a vida pulsa". Participou com Textos e Poemas nas duas Antologias comemorativas dos 15 e 20 anos do Clube de Leitura Icaraí.
Belíssimo poema, Rita Magnago! Parabéns! ;)
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