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25 de dezembro de 2019

Mais um Natal... e todos tão diferentes!: Aquiles E.





Hoje, véspera de Natal, amanheci com algumas perguntas na cabeça: por que os Natais, sendo todos iguais, são sempre tão diferentes? O que confere a esta festa esse seu caráter tão único? Por que, mesmo eu tendo vivido tantos Natais, oitenta e quatro no total, ainda consigo ver a especificidade de cada um? Enfim, por que o tempo, mesmo sendo aparentemente cíclico, com primavera, verão, outono, inverno e depois tudo novamente, nunca volta ao mesmo ponto?

Passei o dia “matutando” sobre essas questões, tentando  compreender com meu frágil “equipamento” intelectual aquilo que, talvez, nos seja mesmo absolutamente incompreensível.  O máximo que consegui foi dividir  a resposta em duas dimensões, uma religiosa, filosófica e sonhadora e outra prática, empírica e, como diriam os pragmáticos, “pé-no-chão”.

Começando pela dimensão religiosa, pus-me a pensar sobre o significado desta data e, como sempre acontece quando me lanço nessas aventuras, me ocorreu aquilo que os discípulos de Emaús sentiram, em Lucas, 24, 32, quando se deram conta que o Jesus ressuscitado estivera caminhando com eles: “Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras?”.

Pensei com meus botões, sempre eles, como pode um Deus vir morar no meio de nós e renovar todos os anos essa sua intenção eterna de estar com as suas criaturas? Pois é disso que nos fala o Natal! Um Deus que nasce sempre de novo e novamente reafirma sua presença amorosa, compassiva e cheia de graça. Um Deus cuja Presença já é suficiente para tornar novas todas as coisas e renovar sempre a face da terra. Um Deus que nos permite, e mais do que isso, nos impulsiona, a sempre de novo fazer o “CRTL+ALT+DEL” desse nosso frágil mas interessantíssimo sistema operacional. E está aí a primeira resposta que encontrei: o Natal é uma porta para, como crianças, renovarmos o nosso sistema operacional.

Quanto à segunda dimensão, querendo ser o mais pragmático que consigo, pus-me a pensar em quantos Natais anteriores recebi e peguei ao colo a pequenina Catarina, a mais nova bisnetinha, com sua fisionomia tranquila e que nos inspira paz e presença do Deus amoroso? A resposta é nenhum. Apenas este Natal trouxe a Catarina. Mas cada um dos anteriores trouxe outros bisnetos queridos, como o Leozinho, a Julia, o Pedro, a Carolina e o Guilherme. E outros Natais ainda, trouxeram os onze netos, começando com o Julio e seguindo com a Carolina, a Thais, o Gustavo, o Emmanuel, o Lucas, o Fernando, o Bruninho, o Vitinho, a Lis e, mais recentemente, o presente querido de Deus que foi o Nicolas. Em outros Natais, ganhei de presente noras e genros queridos, e esposos e esposas dos netos. E recuando mais ainda, em outros Natais recebi os filhos e assim por diante, retrospectivamente e, recuando mais e mais, cheguei até a vó Genuína, minha lembrança mais antiga de quão amoroso e gentil é o Pai que nos presenteia com tantos Natais diferentes.

Definitivamente, nenhum Natal é igual ao outro, mas todos são profundamente inspiradores e delicadamente esperançosos! E de todos eles, eu não podia me esquecer daquele Natal de 1953, que antecedeu em cinco dias o meu casamento com a querida e saudosa Isabel.


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