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21 de dezembro de 2019

Inércia poética: Monique Brito


Dentro da manhã mofada
sentou em um banquinho na praia das Flechas
e desejou ser apenas Brito sem ser Monique
aguinha caía do céu fraca, ilegítima, restrita

alguém que passava com uma camisa branca
e uma bebida na mão
lembrou-lhe Vinícius (claro, foi a bebida)

Elegia quase uma ode assaltou-a
 e “pouca de idéias”, clamou
venham pra cá, Adélia, Leminski
cheguem perto, Gullar, Cora

deem-me inspiração para escrever
pois vejo daqui o Pão de Açúcar
que me aguça

mas os bondinhos estão parados.



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