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9 de outubro de 2014

Poesia Off-UFF 2014, autor Carlos Benites

Além dos textos classificados no Prêmio UFF de Literatura deste ano, cuja publicação não pode ocorrer antes da data da premiação, descolados cliceanos liberaram seus textos não classificados, os Off-UFF, no caso melhor seria um Out-UFF. O intuito é mesmo rir de si, mostrar que para sair algo bom é preciso ousar, tentar. Com vocês a poesia de Carlos Benites.

F.S.C. – uma canção em várias vozes, 
ou pra não dizer que não falei em jogo


90 milhões em ação
Pra frente se marcha
Entra em campo a Seleção
Craques canarinhos,
Representem a Nação
Tragam o Tetra, nos dêem essa emoção
Anos de chumbo não, senhor
Anos de Milagre sim, senhor.
Fale logo, seu Fernando!
Seu safado e desgraçado
COMUNISTA
Tome um tapa,
Fique esperto
Estudante entreguista
Dos sovietes
E da Ilha do Fidel
Contra a Argentina, bola rolando
Show de craques
Fenomenais, Prodigiosos
Orgulhos do Brasil
- Ame-o ou deixe-o -
O Garoto do Parque, de bigode,
com um tirambaço abre o placar
Para delírio popular (Viva!)
E também (principalmente)
Pro frenesi em verde-oliva



Minha paciência é muito Santa
Subversivo, endiabrado, cabra safado
Estou calminho mas o pau-de-arara te espera
Ouça lá os seus amigos
Eles Gritam e choramingam
Que parecem mulherzinhas
Diga um nome e um lugar
Que eu te bato devagar
– eu te prometo -
Só alicate vou usar
Contra  os hermanos
Es siempre muy  difícil
Jogo empatado
Nego Zé driblou ao fundo
Fez firula, humilhou
Cruzou ... bola voando
E o Furacão desempatou
Com um cabeçaço  pôs na rede
E o povo inteiro
- até os revoltados, os tais camaradas -
Em frente à TV a aplaudir
Vibra o Brasil dos Generais
Povo na rua bem feliz
- O país está em paz!
É o que disse aquele moço
Que nos grisalhos, traz brilhantina,
No JN diz boa noite.
Essa é a minha Cruz
Aguentar esses moleques
Que em nada colaboram



Abra o bico, cabra teimoso!
Fale alto, não sussurre.
- Ana Lúcia
Quem é essa vadia?
- Amei daquela vez como se fosse a última
Coopere, seu moleque!
- Deeeus lheee PAGUE
Tome uma bifa
- Por me deixar respirar, por me deixar existir
Seu abusado, piá folgado!
Ô, Guerra, ligue a corrente
No máximo, não tenha pena
 Você não gosta de mim, mas sua filha ...
Esses frangotes, vejam só, não agüentam o rojão
É mais um que bate as botas
E por causa desse bocó,
Sou obrigado a preencher na papelada:
“Desaparecido, foragido”
Mas, enfim, em paz  posso assistir
O que o comuna implorou pra espiar
Na TV tem jogo da Seleção
E depois vou batucar
Um samba na escuridão
- Coronel, o que eu faço?
- Limpe esse lixo, por favor
Quero por ponto final
Nesses versos sem muita métrica
Do samba chato e que incomoda desses  meninos teimosos.


♫ Amanhã vai ser outro dia ... ♫

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