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31 de julho de 2022

O espelho : Guimarães Rosa


A tristeza pode ser má paixão, quando não está voltada para um mal que possa ser removido através da audácia. 


Não se deve transformar a ordem das coisas ainda que se deva confiar fervorosamente em sua transformação.


Comum correr cotidiano, a gente se aquieta, esquece-se de muito. 

O tempo, em longo trecho, é sempre tranquilo. 



O espelho, sempre mágico, sempre místico, mostrando e ocultando, hipnotizando, trazendo a vaidade a reboque.

Hoje se filtram imagens, suavizam-se expressões, atenuam-se rugas. Já antes também se podia fazê-lo, com menos técnica, meia luz, luz e sombra, mas não é disso que se trata.

O espelho exibe partes ou conjunto fluidos, passageiros, nunca o todo, porque a imagem é apenas um componente, forjado e ainda a forjar pelo tempo, principal ancestral ao revés.

Tirem-me quem fui, de onde vim, meu antes do começo. Será que sem o início eu terei o que ver? E ver é sentir, é ser? A imagem desejada, essa busca pela beleza da qual o espelho é meio, ela existe?

E o que está por trás, atrás do antes, o que não vejo, o que brota e desbota, o que chora e ri, o que toca essa alma invisível e indelével. Isso, eu reflito?

Rita Magnago



_ In memoriam a *Guimarães Rosa*, pelo seu aniversário natalício. Este que teria 114 anos.
( *27/06/1908* -19/11/1967)

*Dia:* 03/07/2022
*Hora:* 17:00h
*Conto:* O Espelho
*Moderação:* Ana Patrícia Aquino
*Google Meet:* meet.google.com/agg-bzzr-vio

*"Seria eu um... desalmado?" O espelho, de Guimarães* 🌹 

Um comentário:

  1. Parabéns, Rita! Perfeita a indagação "Será quem sem o início eu terei o que ver? " Sou o que sou, pois trouxe todos os inícios e todos os anseios, completo...se me permitem. Eloisa

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