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16 de fevereiro de 2022

Madeleines da Elô


Amigos , estou apaixonada por Em busca do tempo perdido. Há muitas descrições! Normalmente elas nos causariam cansaço. Mas Proust as burila como pequeninas joias! Descrever os vitrais da igreja e mais detalhes, faz ecoar em nossa alma ,  toda uma atmosfera quase sagrada. O sol que atravessa os vitrais...acalmam! É um lento correr do tempo atravessando séculos mesmo! É eco em nossas memórias também, se vivemos a atmosfera ( eu vivi. DIARIAMENTE assistia a missa em Campos e em Icaraí, terços,  orações do dia).  Fora as críticas subliminares que faz às relações. Tenho certeza de que ,em algum momento,  qualquer leitor vai encontrar sua madeleine,  lendo Proust.  Preciosidades, entalhes na alma!  A luz que atravessa os vitrais vele meu sono dessa 🌙!


 Interessante essa ideia de tempo perdido!  Tempo desperdiçado, negativo! Tempo vivido,  que se foi,  mas se quer resgatar- positivo, mesmo que  hajam sofrimentos! Eu daria alguns anos,  para recuperar o colo de avó ! Para segurar nas pelanquinhas dos seus braços!

São várias, as madeleines! Proust não se prende somente aos sabores!  Como não li essa obra antes!! 

Estou maravilhada com a avó do menino , no livro Em busca do tempo perdido. Ele cita , dentre os livros ganhos de sua avó , livros de George Sand , como A pequena Fadette (  livro que adquiri). Ela se importava muito com certos valores até caídos em desuso, mas , a seu ver, mais estéticos.  Vejo muito do meu gosto nessa avó. Amo móveis e objetos antigos, mesmo em desuso. Os objetos parecem nos contar histórias.  Os brechós de Paris e imediações que me aguardem! Rsrs  No meu banheiro, p.e., tenho um armário  ( comprei de brechó)  que devia guardar  partituras musicais. Hoje guarda outras coisas. Foi pintado de branquinho. Foi repaginado !



Amigos lembrei de outra coisa. A avó do menino  lê as histórias de George Sand  mas pula nos trechos de beijos. Isso me faz lembrar do Alfredo em Cine Paradiso  que é obrigado pelo Padre a pular os beijos exibidos nas fitas.  Só que um dia,   já quando o menino está adulto, recebe a fita com todas as gravações dos beijos. Eu me acabei de chorar, vendo esses trechos . Alfredo teria se inspirado na avó de Em busca do tempo perdido? (Elô)



Gente  estava lendo mais um trecho do Em busca do tempo perdido. A primeira vez que o menino ao tomar  chá tem uma experiência com o prazer da madeleine. O instante que ultrapassa o instante.  Seria uma sensação de iluminação? Em que seu ser parece ganhar certa magia. Lembro que comentei ter sentido isso por duas vezes: com um poema de Drummond e diante de um quadro : La promenade. São instantes de iluminação, de quase eternidade. Seu ser se expande. (Elô)


Vi esse quadro de perto numa exposição do CCBB.  
Fiquei extasiada diante dele.
(Elô)



Um dia lendo essa poesia, 
uma forte sensação de iluminação  aconteceu. 
Raríssimo , breve momento. 
Mas a conexão com o poeta valeu!
(Elô)



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