Documentário sobre Lima Barreto, veja aqui.
MESTRES DA LITERATURA
Alguns locais citados no livro "Vida e Morte de Manuel Joaquim Gonzaga de Sá" de Lima Barreto
Paço Imperial |
Gonzaga de Sá acreditava que com o desenvolvimento da viação urbana, o trajeto entre Méier e Botafogo que na época levava cerca de 2 horas de charrete ou de bonde, seria feito muito mais rapidamente. Mal sabia ele que hoje em dia deve estar demorando umas 4 horas apesar de todo o desenvolvimento realizado ao longo de um século inteiro. Ele não conhecia a maldição dos engarrafamentos.
Av. Central |
Lima Barreto zeitgeist
Cais do Valongo |
Morro do Castelo |
Rua do Ouvidor |
"É a Rua do Ouvidor! Então é a vertigem; todas as almas e corpos são arrebatados e sacudidos pelo vórtice. Há uma energia poderosíssima nelas todas e nas coisas de que se vestem; há atração, fascinação para esquecimento de nós mesmos e apagamento da nossa personalidade na luminosidade dos seus olhos. É mágico e sobrenatural. Esvaziam-se os pecúlios pacientemente acumulados; vão-se as heranças que tantas dores resumem, e os cofres das repartições e dos bancos sangram..."
Baía da Guanabara par Marc Ferrez |
"Por que não sou assim como aquele barrigudo senhor, inconscientemente animalesco, que não pensa nos fins, nas restrições e nas limitações? Longe de me confortar a educação que recebi, só me exacerba, só fabrica desejos que me fazem desgraçado, dando-me ódios e, talvez despeitos! Por que ma deram? Para eu ficar na vida sem amor, sem parentes e, porventura, sem amigos? Ah! se eu pudesse apagá-la do cérebro! Varreria uma por uma as noções, as teorias, as sentenças, as leis que me fizeram absorver; e ficaria sem a tentação danada da analogia, sem o veneno da análise. Então, encher-me-ia de respeito por tudo e por todos, só sabendo que devia viver de qualquer modo..."
Praça Mauá |
Bondinho de Santa Tereza - Arcos da Lapa |
... Era uma preta retinta, de uma pele macia de veludo ... A gratidão devia ser grande. Aquele homem agora morto lhe dera as mais gratas satisfações de sua humilde vida. Casara com a filha, apoiara com seu prestígio de homem a sua fraqueza de condição de menina, arrebatara-a ao ambiente que cerca as raparigas de cor, dignificara-a, ela, a quem quase todo o conjunto da sociedade, sem excetuar os seus iguais, admitem que o seu destino natural é a prostituição e a mancebia. Do outro lado, lá estava o neto... Coitado! Nem o estudo lhe valeria, nem os livros, nem o valor, porque, quando o olhassem diriam lá para os infalíveis: aquilo lá pode ser nada!
Tive uma pena infinita, imensa, afetuosa por aquela pobre alma órfã tantas vezes; eu tive uma imensa tristeza que aquela inteligência não se pudesse expandir livremente, segundo o próprio caminho que ela própria traçasse...
"Não se lê Lima Barreto para aprender português. Lê-se Lima Barreto para aprender a ser Brasileiro"
Estação de Trem da Piedade |
Leia o livro na íntegra
Muito boas pesquisas de imagens! E excelente comentário sobre o trânsito!
ResponderExcluirObrigada, concièrge, por esta viagem através das fotos.
ResponderExcluirSapopemba e Maxambomba
ResponderExcluirZeca Pagodinho
Composição: Nei Lopes / Wilson Moreira
Tairetá hoje é Paracambi
E a vizinha Japeri
Um dia se chamou Belém (final do trem)
E Magé, com a serra lá em riba
Guia de Pacobaiba
Um dia já foi também (tempo do vintém)
Deodoro também já foi Sapopemba
Nova Iguaçu, Maxambomba
Vila Estrela hoje é Mauá (Piabetá)
Xerém, Imbariê
Mas quem diria
Que até Duque de Caxias
Foi Nossa Senhora do Pilar
Xerém, Imbariê
Mas quem diria
Que até Duque de Caxias
Foi Nossa Senhora do Pilar
Tairetá...
Tairetá hoje é Paracambi
E a vizinha Japeri
Um dia se chamou Belém (final do trem)
E Magé, com a serra lá em riba
Guia de Pacobaiba
Um dia já foi também (tempo do vintém)
Deodoro também já foi Sapopemba
Nova Iguaçu, Maxambomba
Vila Estrela hoje é Mauá (Piabetá)
Xerém, Imbariê
Mas quem diria
Que até Duque de Caxias
Foi Nossa Senhora do Pilar
Xerém, Imbariê
Mas quem diria
Que até Duque de Caxias
Foi Nossa Senhora do Pilar
Atualmente a nossa velha Baixada
Tá pra lá de levantada
Com o progresso que chegou
Tá tudo "Olinda"
O esquadrão fechou a tampa
O negócio é Rio-Sampa
Grande Rio e Beija-Flor
Morreu Tenório
Terminou sua epopéia
E Joãozinho da Goméia
Foi Oló, desencarnou
Naquele tempo
Do velho Amaral Peixoto
Meu avô era garoto
E hoje eu sou quase avô
Tairetá...
Tairetá hoje é Paracambi
E a vizinha Japeri
Um dia se chamou Belém (final do trem)
E Magé, com a serra lá em riba
Guia de Pacobaiba
Um dia já foi também (tempo do vintém)
Deodoro (que bonito!) também já foi Sapopemba
Nova Iguaçu, Maxambomba
Vila Estrela hoje é Mauá (Piabetá)
Xerém, Imbariê
Mas quem diria
Que até Duque de Caxias
Foi Nossa Senhora do Pilar
Xerém, Imbariê
Mas quem diria
Que até Duque de Caxias
Foi Nossa Senhora do Pilar
Atualmente a nossa velha Baixada
Tá pra lá de levantada
Com o progresso que chegou
Tá tudo "Olinda"
O esquadrão fechou a tampa
O negócio é Rio-Sampa
Grande Rio e Beija-Flor
Morreu Tenório
Terminou sua epopéia
E Joãozinho da Goméia
Foi Oló, desencarnou
Naquele tempo
Do velho Amaral Peixoto
Meu avô era garoto
E hoje sou quase avô
Naquele tempo
Do velho Amaral Peixoto
Meu avô era garoto
E hoje sou já sou avô
Caro Concierge...Mais uma vez sua postagem e analise sb o livro que iremos ler,me causou um prazer enorme...seu esmero , cuidado e preocupação em nos dar tais informaçoes, tao valiosas, sao proprios da pessoa que vc e Cynthia sao....Obrigada...ceci
ResponderExcluirExcelente! Muito bacana o "estofamento" da leitura deste mês. Tem o clima do livro e contribui bastante com a leitura do livro. Parabéns!
ResponderExcluirpara grupo-de-leitura> Mensagem do nosso Concièrge para ficar guardada.Elô.
ResponderExcluirpara grupo-de-leitu.
Bom dia, Clube!
Seguindo a nova onda sul americana, inspirada na Cristina Kirchner e no Evo Morales, após intensas e repetidas moções de nosso participante ultra radical, Benito, contra os ventos liberais que sempre soprou no CLIc, decidimos democraticamente estatizar 50% das nossas ações de leituras ontem, em acirrada disputa interna no clube: a partir de agora alternaremos as leituras entre autores nacionais e estrangeiros. Assim, a enquete para escolha do livro de Setembro, apenas com autores nacionais que me foram sugeridos, já está no blog. Peço a todos que façam sua pré-seleção para chegarmos no dia da reunião com apenas 2 opções preferenciais, de forma a tornar rápida e objetiva a escolha final do livro.
Achei a reunião de ontem extraordinária. Excelente análise da obra e vida de Lima Barreto, feita pelo Winter, que foi quem sugeriu a leitura do livro, especialmente das informações sobre a gênese dos personagens de “Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá”. Benito, como sempre, fez a costumeira e riquíssima crítica literária da obra. Belíssimo o que a leitura de Lima Barreto proporcionou às leitoras Niza e Marli, uma oportunidade de diálogo e reencontro com seus pais, e a leitura arrebatadoramente poética que a Elenir sempre faz. O bastão da fala, uma faca envolta por palavras afiadas do autor do mês, genial! As diferentes visões dos participantes sobre o autor e sua obra: conservadorismo do autor, atualidade das questões abordadas no livro, escrita visionária, identidade com as cidades de Niterói e Rio de Janeiro, ingenuidade, revolta, angústia, amargura, loucura, pobreza, racismo, etc. A delícia de percorrer os locais da cidade descritos na obra, como pontuou Antonio, saber que o autor andou por essas ruas que andamos hoje quase nos insere na narrativa. As importantes informações que muito acrescentam na nossa compreensão da obra trazidas pela Eloisa, que eterniza os momentos da reunião com os registros fotográficos e conduzindo a votação da escolha do livro de Agosto, a saber, “Homem Comum” de Philip Roth, que vai certamente sacudir o grupo como sempre faz o autor de Indignação.
Apesar da dificuldade de conseguir o livro do mês, mostramos mais uma vez que sabemos garimpar livros que nos interessam independentemente de ser ou não lançamento ou edições recentes. Buscamos em bibliotecas, sebos, fazemos cópias, emprestamos nossos livros uns aos outros, lemos cópias eletrônicas online e tudo o que for preciso, o que mostra o vigor do nosso clube de leitura.
Antes da leitura do livro desse mês, acho que eu tinha medo do Lima Barreto. O que me falavam dele não me estimulava a lê-lo: alcoolismo, loucura, um autor regional, pobre, negro, brasileiro, nacional, infeliz, ressentido, amargurado … acho que tinha medo de mim mesmo, fugia disso porque me apavorava descobrir que era e tinha tudo isso dentro de mim. Repugnante! A Literatura me libertou e eu adorei lê-lo, me identifiquei muito com sua escrita, do fundo do coração, de alma. Obrigado CLIc!
Que venham mais autores brasileiros!
[ ] Evandro