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1 de julho de 2019

Joia preciosa: Eloísa Helena


O sol estava esplendoroso. Vapores eram exalados da terra inchada, carregando consigo perfumes de mangueiras, das mangas caídas pelo terreno após a chuva que caíra à noite. Mas a menina ouvia do quarto o chamado para seu novo dia, sem qualquer entusiasmo. Sabia que fizera algo errado, muito errado. Sua cama ficara molhada. E agora, acocorada num canto da copa, parecia entorpecida. Repreensões, em breve, ouviria... Maria mijona! Preguiçosa! Seu colchão iria para o sol, e sua vergonha muda, silenciosa, ficaria gritante aos poucos vizinhos. Que torpor era aquele que a deixava assim desanimada? Teria lombrigas, bichos-de pé, como o Jeca-Tatu que vira no rótulo de remédio? Uma angústia enorme lhe embaçava os pensamentos. Que motivações teria para o novo dia? Seu corpo parecia crescer, mesmo estando ela toda encolhida.

...


(continua no livro "Clube de Leitura Icaraí: Modo de Fazer")



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