"Andávamos sem nos procurar, mas sabendo sempre que andávamos para nos encontrar"
Foto: Rose T |
Enfim leremos "O jogo da amarelinha" de Julio Cortázar, mas será no CLIc-Rio.
Amarelinha
Vejo sulcos na calçada...
Eles me fazem lembrar
a amarelinha da infância,
a casquinha de banana
caminhando à minha frente
e eu feito um saci branquinho
saltando em uma perna só.
Equilibrista, então era,
cheia de graça a pular,
e a gurizada gritando:
"Cuidado que vai pisar!"
Trago sulcos na minha alma...
Estes não pude evitar!
Pisei em todas as linhas
que encontrei ao caminhar.
Já não mais tinha equilíbrio
para delas me afastar,
e nem havia guris
gritando pra me alertar!
Beijos.
Elenir
Elenir , trouxe REFLEXÃO, poesia, para nosso domingo.ADOREI!
ResponderExcluirElô (Helena, no Face)
Nossa, Elenir, parece que estou me vendo quando criança...
ResponderExcluirLindo o que você escreveu.
Parabéns, mais uma vez.
Beijinhos ternos lusitanos.
Vera Lucia Schubnell Freire.
Estou na página 233 de "O ano da morte de Ricardo Reis" e eis que Saramago me traz à lembrança a querida Elenir: "Algumas crianças brincavam ao pé-coxinho, saltando sobre um desenho traçado a giz no chão, de casa em casa, todas com seu número de ordem, muitos são os nomes que deram a esse jogo, há quem lhe chame a macaca, ou o avião, ou o céu-inferno, também podia ser roleta ou glória, o seu nome mais perfeito ainda será jogo do homem, assim de figura parece, com aquele corpo direito, aqueles braços abertos, o arco de círculo superior formando cabeça ou pensamento, está deitado nas pedras, olhando as nuvens, enquanto as crianças o vão pisando, inconscientes do atentado, mais adiante saberão o que custa, quando lhes chegar a vez." Que lindo!
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