Fundado em 28 de Setembro de 1998

30 de junho de 2016

Tiro de misericórdia: Flávio Ricardo Vassoler




Trechos do prefácio do livro, escrito pelo Prof. Dr. Daniel Puglia:

.“‘Tiro de Misericórdia’, de Flávio Ricardo Vassoler, é um livro perturbador, essencial. Não deve ser lido por todos aqueles que desejam permanecer anestesiados. Os espíritos assumidamente sensíveis devem evitar suas páginas. As almas autoindulgentes correm o risco de ficar ligeiramente enojadas. Os dogmáticos podem ser acometidos por momentâneos surtos de irritação. Tudo porque a sofisticação que flui ao longo dos textos não aplaca, não suaviza, nem acalenta. Em vez disso, oferece pequenos exercícios de violência domada pela força da linguagem – uma linguagem que é a razão em movimento. Como se lançasse pequenas cartas de punhos cerrados contra nosso tempo, um tempo que acolhe os mais variados irracionalismos, todos eles bastante ferozes, pouco receptivos ao gesto que ilumina e explica. Como se endereçasse sua violência comedida ao futuro, ao horizonte que estivesse preparado para uma nova comunidade – ainda que em nova desordem, talvez menos iníqua, possivelmente mais bela, e muito mais complexa. Por isso os punhos estão cerrados. Contudo os leitores perceberão que sua poesia anseia por um momento em que o soco possa ser desarmado, em que as mãos abandonem a defesa como estratégia de ataque e, finalmente, toquem uma realidade passível de ser transformada. Por outro lado, parece ser um anseio antes poético que político – ainda assim, um pedido de atenção, um aviso de incêndio. Mas para isso os sensíveis, os autoindulgentes e os dogmáticos terão de estar preparados para abandonar suas posições de combate. Sabemos da dificuldade dessa mudança. Entretanto, tudo isso não quer dizer que a pedagogia a golpes de martelo que emerge de cada sentença e de cada trecho não possa eventualmente oferecer alguma ajuda aos indiferentes convictos. Antes de morrerem de fato, os coniventes com o sistema em que vivemos bem podem aproveitar uma ou outra chance para recuperar algum traço de humanidade. Seja como for, ‘Tiro de Misericórdia’ é um sol de agonias: oferece suas inúmeras dúvidas a todos os que já tropeçamos demais em infindáveis certezas. E todos os que desejamos o horizonte preparado para uma nova comunidade teremos de saber lidar com esse sol de agonias”.
“O narrador faz flamejar um vasto material: aforismos, poemas em prosa, ensaios de cunho ficcional, ficções com tom ensaístico, todos talvez mais bem agrupados pela provisória classificação de fragmentos. O conjunto em sua totalidade é notável. Revela a saudável ambição de trafegar pelos mais variados assuntos, sempre com certa tinta de melancolia. Jamais sisuda, nunca trombuda, apenas fiel às horas escuras que ainda enfrentamos. O caleidoscópio de fragmentos revela, assim, algumas das preferências do narrador: um encantamento cada vez mais raro por obras e autores, um embate corpo a corpo com a literatura, uma mistura contínua de vida mediada pela arte e da arte enriquecida pela vida. Caminhamos por um bosque onde as observações a respeito de um livro, de um filme ou de uma ocorrência cotidiana adquirem todas as sombras, todos os rumores das copas das árvores as quais, quando crianças, observávamos em deleite, vislumbrando vez por outra os raios de sol que, atravessando as folhagens, pareciam tocar nossa face e revelar os mistérios do universo. O ímpeto de descoberta está presente em cada um dos fragmentos. O bosque é imenso, penumbra e luz mescladas, pois tem a dimensão das memórias que somos induzidos a esquecer, a talvez sequer observar, no eficiente trabalho de adestramento social, do esforço disciplinar da falsa maturidade útil, instrumental. Em virtude disso, o narrador dos fragmentos, construtor do bosque, é movido por um impulso contraditório: a energia verbal e vocabular carrega afinidades com a sagacidade infantil e seu destemor frente aos aparentes enigmas; porém as conclusões desenham a silhueta idosa, de um olhar absorto na chama que se extingue em restos, cinzas, e vazio. Se não estivermos errados em nossa percepção, existe no narrador uma luta – quem sabe reverberando antagonismos mais amplos, que emolduram todo o livro e seu funcionamento interno –, uma luta nada velada entre forma e conteúdo, entre a elaboração estética e o seu teor de verdade. Derrotadas todas as esperanças de redenção na vida real, restaria o consolo do pensamento que questiona a si mesmo. A palavra e o estilo elevados ao grau de templo onde deve ser velado o corpo das desilusões políticas. Entre a frase vívida e a ação prática mortificada residiria a chave do mistério: a charada insolúvel da assim chamada condição humana”.




Sobre o autor:
Flávio Ricardo Vassoler é escritor e professor universitário. Mestre e doutorando em Teoria Literária e Literatura Comparada pela FFLCH-USP, é autor de O Evangelho segundo Talião(Editora nVersos, 2013) e organizador de Dostoiévski e Bergman: o niilismo da modernidade(Editora Intermeios, 2012). Apresentador do Espaço Heráclito, um programa de debates políticos, sociais, artísticos e filosóficos com o espírito da contradição entre as mais variadas teses TV Geração Zwww.tvgz.com.br. Periodicamente, atualiza o Portal Heráclitowww.portalheraclito.com.br, e o Subsolo das Memórias,www.subsolodasmemorias.blogspot.com, páginas em que posta fragmentos de seus textos literários e fotonarrativas de suas viagens pelo mundo. E-mail: within_emdevir@yahoo.com.br e antíteses – para assistir ao programa, basta acessar a página da 

27 de junho de 2016

Envolvimento e alienação: Norbert Elias

Há uma lenda Maia relatando que no final dos tempos potes, panelas e todos os outros utensílios domésticos vingariam as batidas, empurrões e esfregadelas sofridas e, por sua vez, bateriam e empurrariam as pessoas por todos os lados.




Às vezes os membros das sociedades mais desenvolvidas parece acreditar que o âmbito mais amplo, o menor teor de fantasia e o maior realismo de seu conhecimento são devidos não à sua posição na ordem sequencial do desenvolvimento social, mas a certas qualidades pessoais superiores - de "racionalidade", "civilização" ou "autocontrole" - inerentes à sua própria natureza e que os indivíduos das fases primitivas, incluindo seus ancestrais, não possuíam ou não possuem, ou, então, só possuem em pequenas doses.


Problemas e dificuldades também podem ser encontrados em nível e em forma diferente no prolongado debate acerca do relacionamento de "indivíduo" e "sociedade". Mais uma vez parece ter-se ficado diante da escolha entre duas alternativas insatisfatórias. Por mais que se tente alguma espécie de compromisso, no geral as opiniões estão até agora dispostas em dois campos mais ou menos irreconciliáveis. É possível se aproximar daqueles que pensam as sociedades como coleções ou massas de indivíduos e de suas propriedades e de seu desenvolvimento, como mero resultado de intenções e atividades individuais; ou daqueles que pensam as sociedades, os processos sociais em seus vários aspectos, mais ou menos como se, de certa forma, existissem fora e apartados dos indivíduos por que são formados.


Há em todos os grupos um ponto além do qual nenhum de seus membros pode avançar em sua alienação sem parecer e, no que diz respeito ao grupo, sem se tornar um perigoso herético, não importa o quanto as suas ideias ou suas teorias possam ser consistentes, internamente e em relação aos fatos observados, nem o quanto possam estar próximas daquilo que denominamos "verdade".



  A questão que desafia aqueles que estudam algum aspecto dos grupos humanos é a de como manter seus dois papéis, de participantes e de pesquisadores, clara e consistentemente separados e, enquanto grupo profissional, estabelecer em seu trabalho a incontestável predominância do último. 





Este livro focaliza, sobretudo, a sociologia do conhecimento, embora contribua para as teorias do processo civilizatório e da formação dos Estados, além de elucidá-las. O autor, Norbert Elias, apresenta suas reflexões sobre assuntos como a guerra fria e a corrida armamentista, e, acima de tudo, demonstra inequivocamente que a teoria do processo civilizatório não é uma roupagem moderna da teoria do progresso linear.






Norbert Elias

23 de junho de 2016

Lançamento do Livro Dentro das Palavras, de Inês Drummond

Olá queridos!
Esse é o post que fiz no meu blog Mar de Variedade.
Hoje foi dia de lançamento do livro da escritora e participante do Clube de Leitura Icaraí, Inês Drummond.
Esse é o seu segundo livro: Dentro das Palavras.
A autora, que é formada em Letras e Comunicação Visual, já escreveu também Des-Caminhos em 2014 e participou da Antologia "Gavetas Acesas", em 2015.


Pude participar desse lançamento, juntamente com alguns amigos do CLIc, bem como de outros convidados da autora, que aconteceu no Empório Del Gusto, em Icaraí, Niterói-RJ.

Eu com a querida escritora à esquerda e com Elenir, à direita

Esse é um livro que é dividido em verso e em prosa.
A primeira parte contém poemas sobre várias situações da vida, escritos com muita sensibilidade.
Na segunda parte, em prosa, são pequenas histórias escritas de forma poética, também. 

É o tipo de livro para se ter na cabeceira e saborear as palavras aos poucos.

"Convite

Quem estamos nos tornando?
Aonde vamos com tanta pressa
Além do nosso próprio encontro?
Melhor mesmo
É reaprender a caminhar.
Mover-se com graça
Resgatar um pouco
Da beleza
Da delicadeza.

Eu sei,
Às vezes a vida cansa
Esmaga a gente
Mas, aí a gente dança
Deixa acontecer o encontro
Da terra com o espírito
Firma pactos
E experimenta um sorriso de criança."
(p. 35)



Recomendo!

21 de junho de 2016

As incursões portuguesas na costa africana


Por Wagner Medeiros Junior

Ao final da Primeira Dinastia portuguesa, a de Borgonha (1139-1383), o território que compreende hoje Portugal já estava estabelecido. Sua reconquista começou pelo Condado Portucalense, de onde D. Afonso Henrique obteve sucessivas vitórias sobre os mouros, que desde o início do século VIII dominavam a Península Ibérica. D. Afonso Henrique foi aclamado rei em 1139, após vitória contra os muçulmanos na batalha de Ourique. Porém, a independência de Portugal só seria reconhecida pelo Reino de Leão e Castela em 5 de outubro de 1143.
O território constituído era extremamente carente de recursos naturais, com raríssima presença de metais preciosos e poucas terras férteis apropriadas à agricultura, o que tornava dramático o provimento de cereais por ocasião das adversidades climáticas e da incidência de pragas. Os mais pobres, durante esses períodos, chegavam ao limiar da própria sobrevivência. Outros fatores adversos eram a localização geográfica, que restringia a expansão do comércio com as grandes potências européias, e a dominação do Mediterrâneo pelos turcos e italianos.
O historiador português Bernardo Vasconcelos e Sousa, em História de Portugal, diz que Portugal estava, de fato, entalado entre o poderoso vizinho e o mar, confinado num espaço periférico. À época, a única via possível de buscar um caminho próprio era o mar. E desde há muito o mar ocupava um lugar de grande importância na vida do reino. A extensão da costa, a participação direta das populações do litoral em atividades marítimas como a pesca, a extração do sal e até a familiarização com o vaivém de embarcações... tudo concorria para uma relação de proximidade com os elementos marinhos.
Não foi ao acaso, portanto, que os portugueses se lançassem ao mar em busca de riquezas e de novos recursos. O primeiro grande impulso à expansão marítima portuguesa ocorreu no reinado de D. João I (1385-1433), com a conquista de Ceuta, no norte da África, em 1415. É a partir de Ceuta que o Infante D. Henrique, quinto filho de D. João I, inicia a exploração da costa ocidental africana penetrando em territórios e em regiões do Atlântico antes desconhecidas.
Ao conquistar Ceuta os portugueses saqueiam todas as riquezas encontradas e instalam uma linha de defesa de onde passam a praticar o corso contra embarcações muçulmanas em toda a entrada do Mediterrâneo. Com esse alargamento da navegação, em 1418 é encontrada a ilha de Porto Santo e em 1419 a ilha de Madeira. Tais triunfos valeriam a nomeação de D. Henrique como administrador da Ordem de Cristo, em 1420.
Na sequência, as frotas portuguesas chegam aos arquipélagos dos Açores e de Cabo Verde, enquanto no continente são instalados aparatos bélicos e de coerção e construídas as primeiras feitorias, para a efetivação do comércio com os africanos. 
O início do movimento comercial, entretanto, envolveu a aquisição e transporte de uma centena de escravos, ouro e alguns produtos exóticos. Supõem-se que entre meados do século e XV e 1530 os portugueses terão transportados a partir destas paragens cerca de 150 mil escravos, conforme fonte já mencionada. Outro produto com valor comercial extraído da África era o marfim. Em contrapartida às trocas com os africanos os portugueses forneciam cavalos, tecidos e trigo, entre outros produtos.

Em 1460, ano da morte do D. Henrique, os navegantes lusitanos já haviam ultrapassado o obstáculo do cabo Bojador e conheciam, além deste ponto, cerca de 2 mil quilômetros no sentido sul da costa, o que facilitou Diogo Cão chegar ao estuário do Rio Zaire e aos limites de Angola. Depois, Bartolomeu Dias dobra o cabo da Boa Esperança, em janeiro de 1488, e Vasco da Gama aporta na Índia em maio de 1498, abrindo, assim, um novo caminho de comércio com o oriente.

Visite o blog: 

Preto no Branco por Wagner Medeiros Junior

5 de junho de 2016

"Viver para Contar" - Gabriel García Márquez




Só quem viveu a reunião do dia 11 de março pode contar o quanto foi animada. Devido ao Carnaval, o encontro, regado a champanhe e caju, ocorreu excepcionalmente na segunda sexta-feira do mês. A proximidade da festa não reduziu o número de presentes. Pelo contrário. Tivemos novos participantes e mais de um deles compartilharam estórias similares de que realizavam o desejo que há tempos tinham de ir aos encontros do Clube de Leitura. Também, como prova de que este clube tem história, tivemos o bem vindo retorno de um freqüentador da fase Ver & Dicto.

Participei ontem pela primeira vez do grupo e gostei mais do que imaginava............
senti um encantamento, apenas pelo fato de estar numa discussão sobre um livro lido por diversas pessoas interessadas em trocar idéias, não somente sobre o conteúdo literário, mas também sobre as emoções e lembranças suscitadas com a leitura.
Este sentimento me fez perceber como minha paixão pela leitura tem sido absolutamente solitária, pois raramente tenho com quem trocar idéias sobre um livro...às vezes tento estimular comentando sobre algo que li, mas não são muitas as pessoas que eu conheço que encontram na leitura o prazer que me fascina e acabo preferindo manter somente pra mim este meu pequeno prazer........
Acordei me perguntando porque demorei tanto tempo para participar do grupo.......

Também tive a mesma sensação que você sentiu. Cheguei a escrever na época exatamente o que você escreveu, que eu era um leitor solitário. E o Clube tornou-se uma experiência enriquecedora para mim, minhas leituras nunca mais foram as mesmas.

"Viver para Contar" despertou nos leitores lembranças mil, entre elas a percepção tantas vezes manifestada em nossas reuniões das conexões existentes entre passagens e temas abordados nos diferentes livros lidos, que nos fazem pensar que até "parece que não lemos um livro, mas que continuamos a ler todos os livros que já lemos a partir destas conexões". Para citar apenas associações com leituras recentes, temos a referência à guerra da Coreia, como em "Indignação" de Philip Roth, a participação de jovens  colombianos nessa guerra, a volta de alguns e a morte de tantos outros. Destacamos a frase da pág. 456/457 quando o autor conta que “não houve lágrimas suficientes para os incontáveis que regressaram transformados em mil quilos de cinzas.” Outros destinos para diferentes Marcus Mesners, que se não tombaram em batalha, voltaram para perderem o rumo na vida, como o jovem que declara no tribunal que não entendia por que podia matar 100 na Coreia e não poderia matar 10 em Bogotá.





"Com tantos anos vividos
tenho muito pra contar.
E fatos quase esquecidos
vêm, hoje, me iluminar."






Outro livro "conectado" seria Ulisses, de James Joyce ("um tijolão assustador" – pag. 241) :
"... o Ulisses de James Joyce, que li aos pedaços e tropeços até que minha paciência acabou. Foi uma temeridade prematura. Anos depois, já adulto e domado, me dei ao trabalho de relê-lo a sério, e não apenas foi o descobrimento de um mundo próprio que jamais suspeitei existir dentro de mim, mas também uma ajuda técnica incalculável para a liberdade da linguagem, o manejo do tempo e as estruturas dos meus livros".
Ulisses está sendo lido por um subgrupo do Clube, interessados na leitura dos clássicos em ritmo mais lento que as leituras mensais.

E mais um, "A Menina que Roubava Livros", de Markus Zusak, é lembrado quando Gabito xereta os livros de um companheiro de viagem e vê "O sósia", de Dostoievski (pag. 173) confessando que tentou roubá-lo de uma livraria de Barranquilla e não conseguiu. Salvar livros da fogueira é um ato mais louvável, não há dúvida, o que fez Liesel impressionar até mesmo a indesejável das gentes.

A escolha de "Viver para Contar" havia sido posta em questão já no encontro de fevereiro por se tratar de uma biografia, o que supostamente não seria apreciado por muitos do grupo, por destoar de uma também suposta ‘vocação’ de leitura. No encontro de março, alguns participantes mostraram, de fato, desagrado quanto ao estilo de leitura, alegando a preferência por romances ficcionais. Contudo, grande parte dos presentes se manifestou positivamente em relação à escolha da obra. Uma participante declarou ter interrompido a leitura de "Viver para Contar" anos atrás, de forma que a escolha do Clube serviu-lhe como boa oportunidade para tentar novamente, o que foi feito com novos olhos.

Sendo um livro de memórias, por analogia, feito uma madeleine proustiana, "Viver para Contar" nos remeteu boas lembranças de um passado também envolto por quintais com goiabeiras e cajueiros.

"...a nossa infância, a cheiros de pomares, quintais, doces de goiaba sendo feitos no fogão de lenha, a vertigens que nos salvam dos varais nas janelas que mancham a paisagem de nossos horizontes.

Varais nas janelas,
hoje, mancham a paisagem.
Já não há quintais!

Que bom que o concreto que toma conta da cidade não tenha demolido em nós os quintais de nossa infância!


Goiaba macia,cheirosa...
Goiabas de minha infância,
goiabas de meu quintal!...
Fogão à lenha, tacho de cobre,
colher de pau.
Minha mãe preparando saudosa
a sobremesa gostosa do jantar
de sexta-feira.
Meu pai iria voltar.
"

O conhecimento da biografia de Gabriel Garcia Márquez fez com que nos encantássemos e passássemos a admirar a pessoa do autor, nomeado por alguns de "grande homem".



"A poesia é a única prova concreta da existência do homem."