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29 de setembro de 2018

Amor e Ilusão: Riva Silveira


Flor de Lotus
Beleza infinita
No rio dourado
Luz refletida.
Coração curado
Momento iluminado
Lágrima contida
Corpo arrepiado.
Nessa natureza sagrada
Tudo agrada.
No sentimento profundo
Não mais me afundo
Faço da vida uma bela arte
E o amor em mim agora faz parte.


Gerardo de Souza



Dei a volta ao mundo 
Pensamentos intensos
Procurei profundo
Com passos imensos
Caminhei em areias infinitas
Fragilidade contida
Sem pensar para dentro
E nem olhar atento
Vislumbrei um futuro
Por de trás do muro
Coração trancado
Força desviada
Não me permiti
Pois não imaginava
Que tão perto estava
O que  procurava
E me deixaria sorrir.

19 de setembro de 2018

Poemas: Riva Silveira




Reencontro

Fruto proibido 
Amor incompreendido.
Desiludido estou
Sem saber o que se passou
Fechado o céu ficou.
Não  quero saber quem errou
E me decepcionou
Nesse deserto meu coração secou. 
Mas uma razão para enfrentar essa luta  vou achar.
As feridas vou guardar
E tudo ao se transformar
Com a vida vou me casar
A  chuva meu coração vai molhar
Cheiro de flor vou exalar.
Vivendo agora então 
No céu estrelas vão querer me iluminar
E com coragem nessa luta vou  caminhar.





Inspiração

Suspiro
Brisa refrescante
Luz refletindo                                         Sol escaldante
Mãos acalentando 
Abraço sincero
Assim eu sinto...
Borboletas voando
Tons colorindo 
Flores se abrindo 
Olhar penetrando 
Assim eu vejo...
Cheiro de mel
Gosto do fruto
Doces palavras 
Beijo molhado 
Assim eu desfruto...
Tudo perfeito 
Tudo inteiro
Assim eu desejo...
Então me inspiro.




16 de setembro de 2018

Um chapéu para viagem: Zélia Gattai


Pablo Neruda

O chapéu era todo um sistema de comunicação. Usado de forma normal, revelava dignidade. Inclinado para trás, indicava descontração e simplicidade. E, inclinado para a frente, exprimia mistério e sedução. Sem chapéu temos, além disso, de encontrar uma solução urgente para, por exemplo, quando estamos a cavalo e queremos despedir-nos de alguém ao longe. Antigamente, era só agitar o chapéu enquanto nos afastávamos, a caminho do pôr-do-sol.  (Ricardo Araújo Pereira)


Virgem da Capistola







9 de setembro de 2018

Livro e filme: Os Vestígios do dia, de Kazuo Ishiguro

Olá queridos!
Reproduzo o post que fiz no meu blog Mar de Variedade. 
Esse foi o livro de agosto do Clube de Leitura Icaraí. Que livro!

Sinopse da Folha: "O mordomo Stevens, já próximo da velhice, rememora as três décadas dedicadas à casa de um distinto nobre britânico, lord Darlington, hoje ocupada por um milionário norte-americano. Por insistência do novo patrão, Stevens sai de férias em viagem pelo interior da Inglaterra. O mordomo vai ao encontro de miss Kenton, antiga companheira de trabalho, hoje mrs. Benn. No caminho, recorda passagens da vida de lord Darlington e reflete sobre o papel dos mordomos na história britânica. Num estilo contido, o narrador-protagonista acaba por revelar aspectos sombrios da trajetória política do ex-patrão, simpatizante do nazismo, ao mesmo tempo que deixa escapar sentimentos pessoais em relação a miss Kenton, reprimidos durante anos."



Que livro mais encantador! Adorei a escrita do Kazuo Ishiguro, vencedor do Nobel de Literatura do ano passado. 
Nesse livro, o Mordomo Stevens aceita a proposta de seu novo patrão de sair de férias no carro de seu empregador. 
Como só pensa em trabalho, O Mordomo vai atrás de Miss Kenton, que foi governanta da casa, na época em que o patrão era Lord Darlington, simpatizante do nazismo, para tentar trazê-la de volta. 
Ele deixa transparecer seu afeto por ela, que não era só de amizade. 
Ele sai de carro pelo interior da Inglaterra e vai revivendo toda a história como mordomo daquela casa. 
Nós leitores conseguimos saber o que se passa na cabeça do mordomo, que é o narrador, com riqueza de detalhes, e conseguimos entender seus sentimentos.
Ele era extremamente fiel ao seu patrão, não questionava nada, mesmo que fosse uma ordem descabida, era muito profissional, e colocava a vida de seu empregador até mesmo acima da sua, pois acreditava que assim estava desempenhando de forma digna o seu trabalho.  Portanto, acabava não tendo vida pessoal e deixou passar a oportunidade de viver um grande amor. Não vou falar mais do que isso para não dar spoiler. 
"Dei trinta e cinco anos  de minha vida a serviço de Lord Darlington. E certamente não seria injustificado afirmar que durante esse tempo estive, nos termos mais exatos, 'vinculado a uma casa de distinção'." (p. 143)
O filme:
Está disponível na Netflix. Achei o filme bem fiel ao livro, mas não conseguimos ter as percepções que o livro nos passa com a maestria do autor, pois, realmente, entramos nos pensamentos do mordomo Stevens, que é o narrador, no livro, o que não acontece no filme. Mas o filme também é muito interessante e conta com os excelentes atores Anthony Hopkins e Emma Thompson. 

Recomendo ambos!