Fundado em 28 de Setembro de 1998

28 de julho de 2018

Personalidade: Frida Kahlo

Leituras relacionadas: 

  1. O homem que amava os cachorros: Leonardo Padura (grupo);
  2. Trótsky, exílio e assassinato de um revolucionário: Bertrand M. Patenaude (subgrupo);




Like many paintings by Frida Kahlo, Self-Portrait Dedicated to Leon Trotsky focuses on a particular event in the artist’s life. It commemorates the brief affair Kahlo had with the exiled Russian revolutionary leader Leon Trotsky shortly after his arrival in Mexico in 1937. In this painting, she presents herself elegantly clothed in a long embroidered skirt, fringed shawl, and delicate gold jewelry.  Flowers and coils of red yarn adorn her hair and adroitly applied makeup highlights her features. Poised and confident in her stage-like setting, Kahlo holds a bouquet of flowers and a letter of dedication to Trotsky that states, “with all my love.” Interestingly, Clare Boothe Luce, the American playwright, socialite, and U.S. Congresswoman, donated Self-Portrait Dedicated to Leon Trotsky to NMWA in 1988. - See more at: http://nmwa.org/works/self-portrait-dedicated-leon-trotsky#sthash.pMAyv2HL.dpuf




Also known as The Flying Bed , this is arguably the most painful self portrait that Frida Kahlo ever painted. Not only had she just suffered her second miscarriage, she was also beginning to realize that she could never carry a pregnancy to term. Additionally, these physical and emotional agonies had to be faced in a foreign city that she detested, and in which she felt completely estranged.


Fulang-Chang e eu

"Fazer amor, tomar um banho, fazer amor de novo" (Frida Kahlo)



Frida y el piochitas





16 de julho de 2018

Em Outubro - Machado: Silviano Santiago




Rio de Janeiro, começo do século XX. VIúvo e solitário, Machado de Assis sofre fortes dores e crises nervosas enquanto testemunha a modernização da antiga cidade do Rio de Janeiro. EM Mário de Alencar, filho de José de Alencar, o presidente da Academia Brasileira de Letras encontrará um precioso interlocutor, que também sofre terríveis crises nervosas e o encaminhará ao dr. MIguel Couto. QUal é a relação entre as convulsões de Machado e sua genial criação? Depois de narrar passagens inauditas das vidas de Graciliano Ramos e Antonin Artaud, Silviano Santiago oferece uma perspectiva totalmente original e audaciosa dos últimos anos de vida de um dos maiores romancistas de todos os tempos.

14 de julho de 2018

A noite da espera - o lugar mais sombrio: Milton Hatoum

"Um riso cansado...
Um sussurro de saudade...
Tão longe meu vô!..."

"Cerca-me o silêncio...
 Prédios escondem o sol...
Cidade vazia?..."


Martim e a solidão em Brasília.
(Haicais de Elenir)


OS DESERTOS DO AMOR

Tradução de Lucas Bertolo

Estes escritos são de um homem, todo jovem, cuja vida tem desenvolvido-se não importa onde; sem mãe, sem país, indiferente a tudo que se conhece, fugindo de toda força moral, como outros jovens lastimáveis já fugiram. Mas, ele, tão entediado e chate- ado, não fez mais que levar-se à morte como a um pudor terrível e fatal. Não tendo amado as mulheres – embora pleno de sangue! – teve sua alma e seu coração, toda a sua força, educados nos erros estranhos e tristes. Dos sonhos seguintes – seus amores! – que viriam-lhe em suas camas ou nas ruas, de sua continuação e de seu fim, emergiriam do- ces considerações religiosas. Talvez lembre-se do contínuo sono dos Maometanos le- gendários – corajosos e ainda assim circuncidados? Mas, como este bizarro sofrimento possui uma autoridade inquietante, há de desejar que esta Alma, perdida entre nós, que- rendo a morte, ao que parece, reencontre nesse instante sérias e dignas consolações!

É, decerto, o mesmo campo. A mesma casa rústica dos meus pais: a mesma sala donde se vê nas partes de cima das portas currais chamuscados, com armas e leões. Para o jantar, há um salão, com velas e vinhos e madeiras rústicas. A mesa de jantar é bem grande. As serventes! Eram várias, até quando recordo-me. Havia também um dos meus antigos jovens amigos, padre agora, e assim vestido: o fez para ser mais livre. Recordo- me de seu quarto púrpura, de vidros de papel amarelo; e seus livros, escondidos, que molharam-se no oceano! Eu estava abandonado, nesta casa de campo sem fim: lendo na cozinha, secando o barro de minhas roupas diante dos anfitriões, durante as conversas de salão: comovido até a morte pelo murmúrio do leite matinal e pela noite do último século.


Estava em um quarto muito sombrio: que fazia eu? Uma servente veio até mim: poderia dizer que era um pequeno cão: embora fosse bonita, e de uma nobreza maternal inexprimível para mim: pura, familiar, toda charmosa! Ela beliscou-me o braço. Não lembro-me muito bem de seu rosto: e não é para lembrar de seu braço, cuja pele retorcia entre meus dois dedos; nem de sua boca, que a minha tomou como uma pequena onda desesperada, minando algo sem fim. Eu derrubei-a num cesto de almofadas e de toalhas de navio, num canto escuro. Lembro-me somente de suas calças de rendas brancas. Logo, o desespero, a parede a tornar-se vagamente sombras das árvores e, eu, abismado na tristeza amorosa da noite.

Desta vez, trata-se da Mulher que vi na cidade, que saudei e que me saudou. Es- tava num quarto sem luz. Vieram dizer-me que ela estava em minha casa; então, a vi na minha cama, toda para mim, sem luz: comovi-me, e muito, porque era a casa de minha família: também fui tomado por uma aflição; estava em farrapos, ela, mundana, que se entregava, devia-se ir! Uma aflição sem nome: eu a tomei, e a deixei cair fora da cama, quase nua; e, na minha fraqueza indescritível, sobre ela caí, arrastando-nos sobre os ta- petes sem luz. A lâmpada da família incandescia todos os quartos vizinhos. Então a mu- lher desapareceu. Derramei mais lágrimas do que Deus poderia pedir.

Saí à cidade sem fim. Ó Cansaço! Inundado na noite surda e na fuga da felicida- de. Era como uma noite de inverno, com uma neve para sufocar o mundo decididamen- te. Os amigos com quem gritava: “onde ela está?”, respondiam falsamente. Estava dian- te dos vidros onde ela ia todas as noites: corria em um jardim sepultado. Fui empurrado. Chorava enormemente com tudo isto. Enfim, desci a um lugar cheio de poeira, e, senta- do sobre vigas, deixei terminar com a noite todas as lágrimas do meu corpo. – Minha exaustão regressando sempre, no entanto.

Eu compreendi que essa era sua vida de todos os dias, que a torre da bondade levaria mais tempo para reproduzir-se do que uma estrela. Ela não retornou, e nunca mais voltará, a Adorável que visitou minha casa – coisa que jamais presumiria. Em ver- dade, aquela vez, eu chorei mais que todas as crianças do mundo.


Fonte








O lugar mais sombrio - vol. 1










SINOPSE


Nove anos após a publicação de Órfãos do Eldorado, Milton Hatoum retorna à forma da narrativa longa em uma série de três volumes na qual o drama familiar se entrelaça à história da ditadura militar para dar à luz um poderoso romance de formação.
Nos anos 1960, Martim, um jovem paulista, muda-se para Brasília com o pai após a separação traumática deste e sua mãe. Na cidade recém-inaugurada, trava amizade com um variado grupo de adolescentes do qual fazem parte filhos de altos e médios funcionários da burocracia estatal, bem como moradores das cidades-satélites, espaço relegado aos verdadeiros pioneiros da capital federal, migrantes desfavorecidos.
Às descobertas culturais e amorosas de Martim contrapõe-se a dor da separação da mãe, de quem passa longos períodos sem notícias. Na figura materna ausente concentra-se a face sombria de sua juventude, perpassada pela violência dos anos de chumbo. Neste que é sem dúvida um dos melhores retratos literários de Brasília, Hatoum transita com a habilidade que lhe é própria entre as dimensões pessoal e social do drama e faz de uma ruptura familiar o reverso de um país cindido por um golpe.


3 de julho de 2018

Antologia para comemorar os 20 anos do CLIc





Olá queridos!

Como já estou divulgando nas redes sociais do Clube, faremos uma antologia de poemas, crônicas e contos para comemorar os 20 anos de Clube de Leitura Icaraí.


Essa data merece uma comemoração especial.

Já temos vinte pessoas interessadas em participar.

Os interessados em participar da antologia, seja apenas contribuindo financeiramente, seja enviando o seu texto e contribuindo financeiramente, entre em contato com a gente. Pode deixar um comentário aqui, nas redes sociais, whatsapp, ou e-mail do CLIc. Mas peço para que, quem entrar em contato para fazer parte, realmente se comprometa com o projeto.

Como não temos apoio de nenhuma Editora, iremos ratear todos os custos da publicação igualmente entre os participantes. A contrapartida será a divisão dos exemplares publicados entre os contribuintes.

O objetivo não é de lucro, embora possamos eventualmente vender alguns exemplares no dia do lançamento (o que ainda será deliberado), mas de comemorar o aniversário do nosso querido Clube que tão bem promove  a literatura e, também, incentivar os leitores a escreverem.

Já estou ansiosa por essa Antologia.

2018 já começou bem!

Feliz ano novo!