Monique suspirou e até afundou na cadeira. Terminou de comer
a pipoca e tomar a coca-cola. Então, apareceram os créditos.
Adorava assistir a comédias românticas, embora não se
considerasse assim tão romântica. Sua preferência era pelo Cinema Icaraí,
construído em estilo “art déco”. Além de confortável, o cinema era a duas
quadras de sua casa.
Costumava ir a esse cinema ao menos uma vez por semana.
Naquela noite, sua amiga Elenir não pôde lhe fazer companhia,
o que não a impediu de ir. Conhecia muitas das pessoas que frequentavam aquele
cinema. Alguns eram amigos da época do Colégio Abel, outros da época da UFF
(Universidade Federal Fluminense).
Saiu da sala de cinema com os olhos marejados.
- Monique, aconteceu alguma coisa?
- Oi, Léo. Não, está tudo bem. Eu é que sou boba e fiquei
emocionada com o final do filme.
- Já vai embora? Vou assistir à próxima sessão e estou sem
companhia. Você não quer ficar?
- Que filme vai passar? É bom?
- Eu, Robô. De ficção científica. Achei que minha companhia
fosse mais importante que o filme. – brincou Léo.
- Claro. Vamos assistir, embora não seja meu estilo favorito
de filme.
- Vou comprar os ingressos.
- Tem visto o pessoal da nossa turma, Léo?
- Do Abel ou da UFF? – E deu um sorriso.
- Da UFF.
- Estou todos os dias com o Antônio, pois estamos trabalhando
no escritório de advocacia do Dr. Evandro.
- Que máximo!
- E você? Tem encontrado com a galera?
- Vez em quando encontro com a Cláudia e com a Mariney. Onde
fica o escritório do Dr. Evandro?
- Na Av. Amaral Peixoto.
- Está sabendo que eu abri meu próprio escritório de
advocacia em sociedade com a Rose?
- Alguém já tinha comentado comigo. Na Rua da Conceição, né?
- Isso mesmo.
- Somos praticamente vizinhos de escritório.
- Verdade.
- Tenho uma novidade pra te contar.
- O quê? Conta logo.
- Você sempre foi curiosa, Monique. – e deu uma risada.
- Ah Léo.
- É que eu e Eloisa terminamos o noivado.
- Como você tá?
- Agora está tudo bem. Já tem um tempinho. Conversamos e
chegamos à conclusão de que viramos amigos. Foram muitos anos de convivência. O
amor se transformou em amizade.
- Então foi de comum acordo, né?
- Foi sim. Estamos bem. Me fala de você. Ainda está namorando
o André?
- Ah não. Já terminamos um tempão.
- Algum caso?
- Não. Tô solteira.
- Vou comprar pipoca pra gente.
Após o cinema, Léo perguntou se Monique estava com pressa e
se poderiam estender o programa. Monique concordou.
- Como você assistiu a um filme de ficção científica pra me
agradar, agora é minha vez de te levar pra fazer alguma coisa que você goste.
- Posso escolher?
- Não. – Léo deu uma risada.
- Que graça tem isso?
- A graça é que é surpresa.
- Então tá, né? Vou ter que confiar.
- Você vai adorar.
Léo abriu a porta de seu carro para Monique e ele dirigiu até
a surpresa, em Charitas.
- Pronto. Chegamos na surpresa.
- Ah o “podrão” do Seu Luiz. Lembra quando a gente estudava
no Abel e ficava contando as moedas pra comprar o “podrão”?
- Claro. Por isso te trouxe aqui: para relembrarmos os velhos
tempos, com a diferença de que agora não precisamos contar moedas.
- Amei a surpresa!
- Seu Luiz, capricha no cachorro-quente que essa menina está
faminta.
- Seu Luiz, quem tá faminto é ele. – e deu um sorriso.
Os dois ficaram ali por um tempo, comendo cachorro-quente, conversando,
dando risada e olhando a lua. Era noite de lua cheia, então a lua estava
luminosa e emitia seus raios na água do mar.
- Monique, vamos dar uma caminhada na areia?
- Vou tirar a sandália.
Os dois tiraram seus calçados e foram andar na areia,
iluminada pelos raios da lua cheia.
- Monique, você sabia que eu gostava de você na época do
colégio Abel?
- Nossa! Faz tanto tempo. Você gostava de mim e de todas as
meninas da sala, né? – e deu um sorriso.
- Ah não é verdade. Eu gostava só de você.
- Sei...
Léo se aproximou de Monique e lhe deu um beijo apaixonado.
- Monique! Monique! Acorda! – gritou sua mãe.
- O quê? – Monique vira para o lado.
- Acorda, Monique. Você não ouviu o despertador.
Monique desperta, sem saber direito o que era sonho e o que
era realidade.
- Mãe, eu fui no cinema ontem à noite?
- Foi sim, com sua amiga Inês. Não está se lembrando?
Monique sentou na cama e começou a se lembrar de tudo que
tinha acontecido na noite anterior.
Havia saído com Inês para assistirem a um filme no cinema
Icaraí e depois foram tomar um chope em São Francisco.
Ela tinha ficado sabendo por Inês que Léo iria se casar no
mês seguinte com Eloisa, com quem ele namorava desde a época do Colégio Abel.
Lembrou-se de parte do sonho com Léo e do beijo apaixonado.
- Nossa! O sonho parecia tão real! – pensou Monique.
- Filha, temos que confirmar nossa presença no casamento do
Léo e da Eloisa.
A autora em workshop de escritoras |
Minha homenagem a Niterói e aos amigos do CLIc.
ResponderExcluirAh, eu amei o conto, Andreia! Parabéns!
ResponderExcluirObrigada, Sônia. Beijos
ResponderExcluirParabéns por sua criatividade! E viva o Clic que nos incentiva a escrita.
ResponderExcluirELO
Obrigada, Elo.
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