Oh, como a hipocrisia
seduz, e como se esquece
que em criança se está mais perto
da morte que na velhice.
Ébria de sono, a criança
sorve ao menos a ofensa do pires,
mas eu – com quem me amuaria? –
sozinho estou, em todos os caminhos.
Não quero dormir como um peixe
no desmaio fundo das águas,
é-me querida a escolha livre
dos meus cuidados, dores e mágoas.
Fevereiro – 14 de Maio de 1932
Vivemos sob o signo da corrupção e da carência
Hieronymus Bosch, O jardim dos prazeres terrenos,1504 |
Deus em sua sagrada inexistência consegue jeito nenhum ajudar ninguém.
Apenas o ser humano pode ser prestativo ao ser humano,
apesar de sermos o lobo de nós mesmos.
Este livro fala sobre um
homem atormentado que
experimenta a proximidade
dolorosa do mundo. O
romance fala de temas como
loucura, amor, abandono e
solidão, devido a uma carta
que o protagonista recebeu
de sua amada, dizendo
'Acabou-se; adeus'.
Ela virá, eu sei!
Nossa trajetória de vida é inexorável.
Selene e Endimião |
Esse cara já era mendigo antes mesmo de ser abandonado pela amada, se não tiver sido abandonado por isso mesmo. Como ele lhe dizia " você não muda nunca", vejam só, isso confirma que ele já era mendigo antes, apenas não se enxergava.
ResponderExcluirUma questão que é levantada nesse livro é sobre quem tem mais prazer na relação sexual, o homem ou a mulher? Concordo in totum com a conclusão do corifeu maltrapilho.
ResponderExcluirVcs sabiam q Erasmo, em 1525, fez uma longa crítica ao "enxame de novos livros", q ele considerava 1 empecilho ao aprendizado? Ele punha a culpa nos editores, cuja ânsia de lucro os fazia encher o mundo de livros "tolos, ignorantes, malignos, loucos, caluniadores e subversivos." Desconheço seus adágios, são bons? - Daniel
ResponderExcluir"Para o homem feliz, todos os países são sua pátria." - Estimo que ao Newton não lhe agrada esse adágio de Erasmo de Rotterdam!
ResponderExcluirEste Newton aqui aprova 100% este adágio. E viva o internacionalismo. John Lennon já cantou um mundo sem fronteiras, grande sonho da humanidade.
ExcluirHmmm... qual deles? ;)
ExcluirQue bom que haja mendigo, pelo menos na literatura, que saiba de cor os adágios. Na realidade, há muitos que têm posses, se dizem cultos e nem sabem o que é um adágio, nem quem era Erasmo de Rotterdam. Depois comento mais. Não estou me referindo, evidentemente, ao meu amigo Newton, citado acima. Este é realmente culto e embora não gostando de um livro, direito que lhe assiste, é incapaz de fazer chacota com uma obra literária.
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ExcluirPeço-lhes desculpas se, ontem, fui um pouco agressiva defendendo o admirável mendigo. Mas já tinha ouvido e notado tanta implicância com ele, que me aborreci e deixei extravasar meu sentimento. Grande personagem!
ResponderExcluirDiz o dicionário que mendigo é o que vive da caridade alheia. Neste sentido, acho que somos tomos mendigos. Ermitões à parte, dependemos do amor, da compreensão, da solidariedade de alguns, pelo menos. Já esse mendigo que sabia de cor os adágios deveria ter privilegiado outros saberes mais úteis ou cativantes porque o personagem é um saco. Achei o livro monocórdio, desinteressante, enfadonho ao extremo.
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