Zezé Pedroza |
“Sem sede e com a boca ainda umedecida.
A beira da cama sua mãe olhava, ainda com o algodão molhado e ele... acordando
do coma.” - A
volta
“ A folia acabou, é quarta-feira. E
ainda embriagados pelas juras de amor a dois, este ano retiram as máscaras. É o
fim do casamento.” - A
traição
“ Como um papel prensado, o filho se
acabou sob o trator que ele guiava. Então voltou bendizendo e beijando as
terras brasileiras." - A maldição
“
Próximas ao ninho, formigas foram intoxicadas com grande carregamento de asas
de barata pela parede.” - Crime na cozinha
“ É a polícia abram, gritavam lá do
portão. Revistaram a casa inteira. Eles se foram e a mãe o tirou do cesto de
roupas.” - O
filho da mãe
“ Miavam com fome os filhotes sem a mãe.
Um pires de leite então eu os ofereci, e ao chegar um por um, ela levou para a
caixa de novo!” - A
gata
“ Na volta para casa, escutou
-Reespeitável público! Aquela frase era tão familiar! Um sofrimento que o faz
chorar. Desmaiou.” Zezé Pedroza - O espetáculo
“Já fora de casa com destino incerto, pode avaliar o tormento que fez por merecer, e na mochila levava, culpas e meu coração.” - A adolescente
“Fila enorme para
assistir o clássico no maracanã e na hora de passar na roleta, perdeu o
ingresso.
E agora?” - A
decisão
“Faz-se de boba com
perguntas tolas, e até de burra por fingir não entender e no fundo do coração, a
humildade para ganhar um pão.” - A vida
“Sem rumo ela corria,
lamentando o que a vida lhe deu. E deparou com um sorriso e um tudo bem? Um rapaz lindo, cadeirante. Ela voltou.” - A lição
“Quando o carteiro chamou seu nome, ela tremeu as pernas, corou as faces e perdeu a fala, a bicicleta esta ali. Com papai Noel!” - O presente
“E ao chegar lá no
fundo, algo me jogou à superfície. Era meu orgulho ferido. Estaca zero.” - O
poço
“Depois de quatro anos;
com chouriço, vinho do porto e o galinho do tempo, que viu tudo calado. Eu tão
mulata e tuas faces rubras.” - A chegada
“Ali atrás da mesa
escondido, e psiu! Cuidado Eles estão chegando. E ali ficou horas, sem saber
que o inimigo era a droga. Que droga!” - Di
macaco
“Se abraçaram para
despistar a polícia. No caminho um corpo estirado. - Você não precisa mais
disso. Disse ele roubando a droga.” -
Tiroteio
“Iguaria servida em
bandeja, em plena festa toca o celular. Ela ameaçada, ouve: - não vai atender,
vai? Ela diz: - não, claro que não.” - A festa
“Dois meses de
enrolação, o cobrador então levou a cama. Deixou-a na calçada e foi buscar o
carro. E não achou mais... roubaram.” - O cobrador
“ Evinha fazia uma bala
de coco, que desmanchava na boca. Lembrança de minha infância querida, que
jamais foi esquecida.” - Que
delícia!
“No palanque, ele
estava cinza e não resistiu. O fedor e a marca na calça branca. E a oposição.
Ado, ado, ado, ele está!” - A cólica
“Depois do divórcio
eram amigos, melhor cirurgião plástico para ela. Depois da cirurgia, era outra.
Vingança? Álibi perfeito.” - A
estética
“No ônibus ela esqueceu
a bolsa cheia, mas nem por um momento a outra pensou em chamá-la. Em casa logo
abriu. Eram fraldas sujas.” - A sorte é sua
“A ordem veio de cima.
Em seguida depois de assinar a rescisão, o mensageiro foi algemado e detido.
Era briga de cachorro grande.” - Justa causa
O pinguço
“Estava tão bêbado que cobriu a mesa com
a própria camisa, vestiu a camisinha na boca da garrafa e tentou encher de novo
o copo.”
“Romeu colocou a mão esquerda na
abertura da porta, e babando de dor e aos berros, com a outra mão empurrava
para fechar.”
"Parou de beber, antes que fosse tarde demais, só amanhã; hoje só de canudinho. No outro dia. - dá uma aí... passe a régua por favor.”
“Hoje é dia de movimento na birosca e Romeu
passou pra pagar a sociedade, a carteirinha dá direito a beber quando não tem
grana.”
“ Programando festa de
cinco anos da neta, levantou o dedo e disse: - o bolo é comigo. Bebeu todas. E
chegou com o bolo amassado.”
“Romeu acordou e estava
sozinho. - Vamos beber o morto, que o corpo sumiu! Com a língua meio enrolada:
- Deve ter ido tomar umazinha.”
“Caído na rua, amigo lambe a sua boca para despertar e como cão de guarda não deixa ninguém o tocar. E os dois voltam para casa.”
“Caído na rua, amigo lambe a sua boca para despertar e como cão de guarda não deixa ninguém o tocar. E os dois voltam para casa.”
“Romeu entra no carro e
triste chora. Pobre amigo, corre atrás como quem grita: - Espera! Eu também
vou. Que pena, lá não aceita cães.”
“Romeu recuperado
esqueceu o saco de ouro que nunca existiu. E amigo, mata a saudade do dono, com
festa. - Você voltou!!! Estou aqui.”
“Para sempre
cachaceiro, Romeu brinda com café, indica AAA, testemunha, dá palestra. A
família perdoou, a consequência, ficou.”
Zezé Pedroza nasceu em
Niterói, é professora e contabilista. Participou da antologia IV “O Perfume da
Palavra” pela Editora Muiraquitã. Faz palestras como incentivo à leitura.
Brevemente publicará a história, “O incêndio no circo” a que sobreviveu ainda
criança. Gosta de contos, minicontos e romances.
Olá, Zezé Pedroza, muito grata pela delicadeza de fazer os minicontos especialmente para o Clube de Leitura Icaraí. Eu tenho certeza que você será grande incentivo aos clicianos e novos minicontos com temas diversos surgirão. ;)
ResponderExcluirDesejamos sucesso na publicação do livro que vai contar um pouco da sua vida.
Beijos! Sonia Salim
Eu é que agradeço o seu carinho Soniasalim e da excelente postagem dos minicontos pelo Clube de Leituras Icarai
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