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30 de dezembro de 2020

Cabine individual: Gracinda Rosa, por Ângela Ellias


Em “Cabine Individual”, volta “Rosa”, agora mais madura, contando seu caso de amor com”Hélio”. Por ele e para estar com ele, que fora morar em São Paulo, Rosa tira um mês de férias e parte numa viagem de trem, numa cabine individual. Ali, no balanço do trem, e na cabine individual, Rosa vai relembrando tudo que aconteceu com ela e Hélio, desde que se conheceram.   Após a chegada de Rosa em São Paulo,  a narração se modifica. Rosa agora está vivendo o presente com seu amor Hélio. Foi feliz por quase 30 dias. Um pouco antes de completar esse período  (Rosa não pediu demissão do trabalho, apenas férias; era preciso se certificar se esse romance era realmente verdadeiro antes de romper com todos os laços que a ligavam a sua família e a sua cidade) , Hélio a desapontou.  Rosa descobre que ele a traía num bilhete deixado pela outra em seu paletó, quando o esvaziava para mandar para a lavanderia. E assim Rosa deixa São Paulo e Hélio,  retornando para sua cidade numa viagem de trem, numa cabine individual. Mais um amor que perdia Rosa. 


A autora mais uma vez me deixa atônita por me ver ali, em situação semelhante, ao me entregar ao amor com a mesma coragem de “Rosa” de “Cabine Individual”.

MORAL DA HISTÓRIA:

Penso que eu, assim como a “Rosa”, temos uma outra capacidade além da de amar, que é a capacidade de sonhar. Talvez por isso mesmo, nós sejamos felizes com nossos amores feitos de sonho, inocentes, platônicos,  já que no amor real  surgem a todo momento aqueles incômodos obstáculos, que afastam de nós nossos amores. 


Um comentário:

  1. Bela crítica! Uma vontade enorme de ler Gracinda Rosa.
    Depois de ler toda uma vida, de conhecer os grandes literatos e já na terceira idade sinto necessidade de um porto. Desembarcar e conhecer novos rumos. Ontem estive na Travessa, no Centro, e com meu espírito já cansado de grandes desafios, peguei ao acaso, um pequeno livro talvez porque a autora tivesse meu nome. O livro é A um passo, de Elvira Vigna o qual começo a ler agora. O próximo com certeza será Cabine Individual, de Gracinda Rosa.
    Obrigada, Ângela.

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