tag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post1265492711115355773..comments2024-03-06T18:55:21.311-03:00Comments on Clube de Leitura Icaraí: Hot debate: EscatombeClube de Leitura Icaraíhttp://www.blogger.com/profile/02597826978215676398noreply@blogger.comBlogger35125tag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-44024100968813458682012-06-29T20:11:41.537-03:002012-06-29T20:11:41.537-03:00Poxa, Cris. Papai Noel... Segurando objeto fálico....Poxa, Cris. Papai Noel... Segurando objeto fálico... Isso é que dá querer frequentar! (já dizia o Dusek).<br />Carlos.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-45035347919550424522012-06-29T16:24:36.686-03:002012-06-29T16:24:36.686-03:00Caramba: 32 cometários!? É um record Evandro? Pa...Caramba: 32 cometários!? É um record Evandro? Parabéns Carlos pela capacidade de provocar participações. Sua foto ao lado do conto já diz tudo: bochechas rosadas que remetem ao inocente Papai Noel segurando um objeto fálico... Seria o sorriso do Trickster?<br />Reconheço que as passagens mais repugnantes são retrato da realidade de algumas dentre muitas classes de excluídos. Uma espécie de lixo humano. Chama a minha atenção a compaixão do personagem ao ver a mulher fazer cocô, ao imaginar uma situação diferente para ela. O protagonista é um despretensioso, acomodado, sem paixões, sem expectativas e por isto, sem grandes sofrimentos e preocupações. A Margarete provavelmente vai colocá-lo para fora e ele continuará errante. Um jeito de ser, uma opção de vida.Cris Seixashttps://www.blogger.com/profile/09151230521686097909noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-67387540498055783032012-06-29T16:22:31.387-03:002012-06-29T16:22:31.387-03:00Você tem razão, Newton, o homem precisa se valoriz...Você tem razão, Newton, o homem precisa se valorizar nestes tempos de mulheres rudes e frívolas.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-67121982531808552792012-06-29T15:45:49.918-03:002012-06-29T15:45:49.918-03:00Super pedagógico! Para vermos como os homens estam...Super pedagógico! Para vermos como os homens estamos "perdidos na noite suja", enquanto as poderosas mulheres descansam em seus lares. Uma, curtindo ter expulsado o coitado de casa; outra, curtindo que o coitado foi até sua casa para serví-la, quiçá como escravo sexual em troca de um teto e um prato de comida... Valeu Carlos! Os comentários aqui me fizeram ver que o que incomodou não foi que o personagem seja machista - coisa que não é - mas que seja um homem num papel inferiorizado, dependente. "Roubaram meu lugar!" - será isso? Agora, querido autor, faça aí um conto edificante. Mas não esqueça do príncipe encantado. Pra contrabalançar um pouco, né?Newton Barrahttps://www.blogger.com/profile/06534974893390286055noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-17544614416526734772012-06-29T13:59:25.806-03:002012-06-29T13:59:25.806-03:00Conto pedagógico?! Mama mia, então o Nabokov també...Conto pedagógico?! Mama mia, então o Nabokov também, né? Elô, o 'alma ruizinha' foi uma homenagem ao Carlos depois que debatemos seu livro no Clic. Ele disse que o livro era ruinzinho, lembra? Se o ruinzinho dele é esse, tá ótimo. Sempre me divirto com as trocas de alfinetadas entre Antonio, Evandro e Newton. Isso é um clube do bolinha, o Carlos provoca e eles vão. Sorte que têm algumas feministas persistentes. Regiane, vc irá à nossa próxima reunião?Rita Magnagohttps://www.blogger.com/profile/06540866413621269665noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-81029452589944936722012-06-29T10:49:36.256-03:002012-06-29T10:49:36.256-03:00Perfeito, é o que eu acho também. E foi bom discut...Perfeito, é o que eu acho também. E foi bom discutirmos o conto do Carlos, que sempre movimenta acalorados debates com seus contos. Parabéns ao Carlos por lhe ter enviado o conto, e parabéns a você pela iniciativa de publicá-lo no blog. Aliás, gostaria de dizer que o blog do Clube está maravilhosamente bem administrado,com visual leve e simples, como manda a tendência atual do designe web. Além, é claro, de hospedar um conteúdo excepcional, com a história do clube e também dos membros que dele fazem parte, direta ou indiretamente.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-25663679984842650382012-06-29T10:03:23.837-03:002012-06-29T10:03:23.837-03:00Antônio, eu não achei o protagonista do Escatombe ...Antônio, eu não achei o protagonista do Escatombe machista, ao contrário, ele é mostrado com uma atitude passiva perante a vida, vaidoso e fraco, dominado por uma letargia de comodismo e submissão às vontades das personagens femininas. É um conto pedagógico!Le Conciergehttps://www.blogger.com/profile/17220980694494307428noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-58431483028391645432012-06-29T07:39:49.961-03:002012-06-29T07:39:49.961-03:00Evandro, você pode não ser Ivan, mas é Terrível! E...Evandro, você pode não ser Ivan, mas é Terrível! Estávamos aqui, desenvolvendo um animado debate, elaborando altas teses sobre a essência do machismo, e você vem e detona tudo. Niilista! Só me resta agora rir deste seu texto hilário. Bom demais!Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-65202211408841268842012-06-29T01:37:18.378-03:002012-06-29T01:37:18.378-03:00Nunca tive medo dos solilóquios, disso até me orgu...Nunca tive medo dos solilóquios, disso até me orgulho muitas vezes, e dou a razão ao Nélson...kkkE nem estou sozinha nesta.O conto só mostra a solidão, insegurança de alguém que se sente só na noite, atemorizado com a falta de um teto... E vêm esse papo de machismo rsrsr sei que é pura gozação. E não aceito essa de alma ruinzinha,viu ,Rita! só alma que não se deixa comprar por ideias convencionais, douradas, ilusórias. Anos dourados já se foram. Mas está bem divertida essa discussão.Parece que o Alvo noturno não esquentou o Clube, mas o texto do Carlos e mais umas "criações" sim..."Ora direis ouvir estrelas...AMAI PARA ENTENDÊ-LAS" Bravo, Carlos, alma sincera.helentryhttps://www.blogger.com/profile/08987705586764729187noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-41469838274856731572012-06-28T20:59:44.751-03:002012-06-28T20:59:44.751-03:00"Uma regra elementar do discurso é que não ex..."Uma regra elementar do discurso é que não existe qualquer razão para não se prosseguir com uma conversa animada e cativante, só porque se encontra sozinho na sala" (P. J. O'Rourke)<br />Não se cale, prossiga seu pensamento, caso contrário ninguém o compreenderá. O ato de um povo acreditar ou não é tema de bastante interesse.Clube de Leitura Icaraíhttps://www.blogger.com/profile/02597826978215676398noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-20170301342165455022012-06-28T14:38:22.330-03:002012-06-28T14:38:22.330-03:00Evandro, vc é mesmo impagável. Adorei seus adjetiv...Evandro, vc é mesmo impagável. Adorei seus adjetivos. Eu não tinha comentado nada porque não gosto desse tipo de conto, digamos, repugnante e escatológico. Inegável que está bem escrito, como tudo feito pelo Carlos, mas não é minha preferência. Eu aliás ando até passando mal com Lolita, preciso interromper a leitura algumas vezes tal é o nojo, o desgosto, a repulsa. Então estou mesmo precisando é de um troço bem lírico, como diz você. Aí eu me lembrei que alguém, não sei quem fui, brincou com o Carlos que ele é alma ruinzinha, e vendo vc dizer que ele é o lado negro do Clic, morri de rir. Aqui só tem figura, que bom.Rita Magnagohttps://www.blogger.com/profile/06540866413621269665noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-41867479053725491762012-06-28T00:15:17.423-03:002012-06-28T00:15:17.423-03:00Carlos, lado negro...Coitadinho!Esse povo tem de v...Carlos, lado negro...Coitadinho!Esse povo tem de ver crianças famélicas e depois falar em lado negro.Têm de ver as festinhas das casas da decência....deixem-me fechar a boca. Esse povo ainda acredita em...Cala-te boca!helentryhttps://www.blogger.com/profile/08987705586764729187noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-10287080298564669842012-06-27T22:24:01.604-03:002012-06-27T22:24:01.604-03:00Cruz credo. Vou voltar pras crônicas.
Carlos.Cruz credo. Vou voltar pras crônicas.<br />Carlos.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-24766270658246685702012-06-27T21:40:13.835-03:002012-06-27T21:40:13.835-03:00Sensacional Concièrge! Perfeito!
Carlos, preocupa ...Sensacional Concièrge! Perfeito!<br />Carlos, preocupa não... ninguém aqui mistura criador e criatura. Sabemos bem que personagem é personagem. Quanto mais odioso ou adorável for, mérito do autor, que o coloca no mundo para ter vida própria.Newton Barrahttps://www.blogger.com/profile/06534974893390286055noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-87393127751820349592012-06-27T20:56:27.802-03:002012-06-27T20:56:27.802-03:00Deixa eu também dar meu pitaco nesse acirrado deba...Deixa eu também dar meu pitaco nesse acirrado debate: que o conto do Carlos é escabroso ninguém pode duvidar, acho que até ele acha isso, porque senti um certo receio dele ao me encaminhar o texto para divulgar no blog, sabendo ele que sou um cara conservador. Vou falar baseado no que li da única vez que o fiz, porque tenho até medo de ler de novo. O herói do conto é um predador sexual retratado de forma literária pelo narrador, que focaliza os instintos e as impressões, sensações e sentidos, como principais atributos de sua personagem. Nosso herói olha, toca, fareja, ouve, experimenta e come sua presa. Por outro lado, percebo que a Sra. Regiane valoriza prioritariamente uma dimensão intelectual na percepção e na expressão do vivido. Quer ler textos em que os heróis sejam virtuosos e capazes de amar moralmente. Porém, nosso anti-herói no conto do Carlos vive nas savanas, enquanto a Sra. Regiana parece sentir falta do abrigo que as estórias edificantes oferecem. Por favor, Sra., o Carlos Rosa é do lado negro do CLIc, nós temos outros autores mais light no clube. Stay tuned! O anti-herói do Escatombe é um monstro malfeitor que ameaça nossa paz pessoal e segurança interior, embora eu esteja começando a achar isso uma espécie de fortalecimento proporcionado pela Literatura. Bem, quero parabenizar o autor, Carlos Rosa Moreira, por escrever de forma tão provocativa, capaz de atrair novos leitores para o nosso clube. Seu texto, Carlos, é um atentado à moral e aos bons costumes. Ele é cruel, obsceno, indômito, selvagem, embriagantemente orgíaco, extático, incendiário, inútil, degradante, maldito, revoltante, lascivo, corruptor, em suma, inominável. Textos assim deveriam ser censurados, pelo bem da família brasileira... mas o CLIc divulga, na expectativa de que o autor mande um troço bem lírico da próxima vez!Le Conciergehttps://www.blogger.com/profile/17220980694494307428noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-55223682966581053432012-06-27T20:43:05.152-03:002012-06-27T20:43:05.152-03:00Ora vejam só... Esse continho era pra ser apenas u...Ora vejam só... Esse continho era pra ser apenas um tanto sórdido e vocês tomaram ele de mim e viram machismo/feminismo. Sou machista, não. Quem escreve, às vezes, fica no paredão. Querem ver? Um amigo achou que houve certo preconceito da minha parte para com os homossexuais, pois o texto parece mostrar a sordidez só com relações homossexuais. Por que não mostrar sordidez também com heterossexuais? E olha que eu nem pensei nisso. É que aquele trecho é território mais de travestis e homos. Mas tá certo, disse eu, vou tascar lá uma prostituta fazendo sexo oral num PM. Sou contra homossexual, não; sou machista também não. Só escrevo uns textos vez em quando.<br />E agradeço a vocês os comentários.<br />Carlos.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-68516812927906633392012-06-27T16:24:55.588-03:002012-06-27T16:24:55.588-03:00Salve, Regiane! Gostei do seu texto, bem-humorado ...Salve, Regiane! Gostei do seu texto, bem-humorado e interessante. Estamos debatendo leituras e, como você, também não tenho certeza absoluta de nada. Por isso propus um "exercício", nada conclusivo, apenas instigador. Foi só um pensamento em voz alta. Mais precisamente, em voz escrita...<br />Mas não concordo muito que "machista" seja uma (des)qualificação só para homens. Trata-se de um comportamento. Mulheres também são machistas quando aceitam reproduzir os valores machistas de bom grado, como se não conseguissem ver diferente. Como a vizinha de Nelson Rodrigues da boa crônica que você generosamente nos ofereceu. Ao ter uma atitude machista (ainda que inconsciente), uma mulher se torna machista a meu ver. Não é ela que exerce uma suposta "superioridade" ou "poder", não é ela que se beneficia diretamente da opressão machista, mas ela legitima esses pensamentos machistas com sua atitude confirmadora desses valores. Uma mãe que cria seu filho homem dentro desses valores machistas está criando, provavelmente, mais um machista no futuro. Eu vejo como uma atitude - e não como uma coisa de gênero, exclusivamente masculina. <br />Até porque há muito de cultural nesse comportamento. E essa cultura afeta a todos, homens e mulheres. Homens informados e sensíveis obviamente combatem, ainda hoje, os resquícios de machismo que possam ter dentro de si. Primeiro, espero que as mulheres percebam que isso é positivo, pelo menos estes lutam conscientemente contra algo que foi entranhado por séculos na mentalidade da sociedade (homens e mulheres). Segundo, é importante perceber que essa libertação (olha essa palavra de novo... mas isso é outra história) do machismo entranhado só pode se dar completamente se as mulheres também forem partícipes dessa obra. A começar pelas mães ao criarem seus meninos. Espero que ensinem seus meninos a ajudarem nas tarefas da casa, a lavarem louça, a dividirem as responsabilidades domésticas. Se fizerem essas atividades só com as filhas, deixando o garoto de fora, qual a mensagem que ele estará recebendo? "Isto é serviço de mulher"...Newton Barrahttps://www.blogger.com/profile/06534974893390286055noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-10201392812409798162012-06-27T10:03:40.768-03:002012-06-27T10:03:40.768-03:00kakôs kai ruparôs!
Sósteneskakôs kai ruparôs! <br /><br />SóstenesAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-3933772576212234772012-06-27T09:34:25.727-03:002012-06-27T09:34:25.727-03:00A mulher machista (crônica de cynara Menezes)
O e...A mulher machista (crônica de cynara Menezes)<br /><br />O escritor Nelson Rodrigues tinha uma vizinha velha, gorda, patusca e cheia de varizes que era a maior inimiga da revolução feminista. À janela ou sentada em sua cadeira dobrável na calçada, cismava com as jovens mulheres em mutação. A dona-de-casa que arranjava emprego fora? Imoral. A mocinha que ia à praia pela primeira vez com um maiô duas peças? Indecente. A odalisca que mostrava o umbigo no carnaval? Ah, essa aí então é melhor nem comentar.<br /><br />Pois eu pensava que a vizinha gorda e cheia de varizes do Nelson Rodrigues tinha morrido. Que nada! Um outro vizinho do anjo pornográfico, também jornalista, achou que a patusca levava jeito para as letras. E não é que a velha virou colunista de jornal? Entusiasmada com a vida nova, deu uma guaribada no visual, esticou a cara e fez lipoaspiração. Parou até de andar com as pernas envoltas em gaze para disfarçar as veias inchadas, corrigidas na mesa de cirurgia.<br /><br />A vizinha de Nelson, porém, continua cheia de varizes –na alma. A chegada de uma mulher à presidência da República deixou-a furibunda. “Que espeto!” Segundo ela, todo mundo está careca de saber que a mulher pode até ser igual ao homem em algumas profissões, mas jamais na vida pública. Homens são profissionais da política; mulheres são amadoras, diz a vizinha patusca. A mulher por natureza é frágil, e sempre vai precisar do auxílio do homem, vaticina a velha gorda e varicosa. Além do mais, considerou que não havia nenhum sentido em celebrações. “Como assim primeira mulher no comando? Esqueceram da Princesa Isabel?”<br /><br />Cada ministra escolhida pela presidenta mereceu um muxoxo da vizinha de Nelson Rodrigues. Miriam Belchior? “Machona que nem a Dilma”. Maria do Rosário? “Falta pulso”. Luiza Bairros? “Só foi escolhida porque é negra”. Iriny Lopes? “Irrelevante”. Ana de Hollanda? “Ah, se não fosse irmã de Chico…” Gleisi Hoffmann? “Bonita, parece uma normalista. Ou a Barbie”. Ideli Salvatti? “Histérica e descompensada”. E para que, afinal, colocar tanta mulher no ministério, se homens são infinitamente melhor preparados? “Até por ser uma representante legítima do gênero”, disfarçou a matrona, “torço para que dê certo, mas acreditar, eu não acredito”.<br /><br />A vizinha gorda e cheia de varizes de Nelson Rodrigues não quer nem saber do que aconteceu no Chile, onde a presidente Michelle Bachelet governou o país com metade dos ministros do sexo feminino, além de 15 subsecretárias de Estado mulheres. Bachelet terminou seu mandato com 70% da aprovação dos chilenos e só não foi reeleita porque não existe reeleição por lá. “Mas não fez o sucessor”, desdenha a patusca. Bem a propósito, a única similar chilena da velha gorda e cheia de varizes de Nelson veio para o Brasil para se casar com um político da elite paulista.<br /><br />A velha patusca também não é mais viúva. Casou-se com um colega de jornal, colunista que nem ela, o Políbio Pompeu, senhor de sobrancelhas ásperas e eriçadas como as cerdas bravas do javali e que cultiva um enorme cravo negro nas dobras do pescoço. Pompeu adora dizer, a propósito da presidenta, que “as mulheres descasadas são seres infelizes”, ao que a vizinha gorda e cheia de varizes de Nelson Rodrigues bate na perna, dá uma gargalhada e comenta: “Batata!”<br /><br />A vizinha de Nelson passou pelo feminismo, mas entendeu tudo errado. Deixou de cuidar da casa, entregou os filhos a uma babá e se orgulha de não saber fritar um ovo. Mas, embora trabalhe no mesmo jornal e praticamente na mesma função que Políbio, seu salário é 20% menor do que o marido, o que ambos consideram perfeitamente natural. A velha patusca, gorda e cheia de varizes acha que o homem merece mesmo ganhar melhor do que a mulher, porque é mais racional e menos emotivo. Sem falar que não tem TPM.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-8322952593281661212012-06-27T09:28:40.916-03:002012-06-27T09:28:40.916-03:00Newton, não afirmo, pois de nada tenho certeza, ma...Newton, não afirmo, pois de nada tenho certeza, mas me parece (não fiquem bravos) que alguns argumentos aqui estão embebidos de autodefesa, quando tentam justificar a atitude do personagem como não machista. Desnecessário. Como disse antes, não estou certa que meu raciocínio está correto e, como afirma Antônio, não tem que estar. É só meu pensamento, uma leitura. Na verdade este tema sempre me cansou e para minha infeliz surpresa (vejam só!) sou eu que estimulo a continuação do debate. Orgulhosamente membro da classe feminina, não faço apologias ao feminismo, assim como, é claro, repudio atitudes de intimidação e demonstração de superioridade, características do aqui exaustivamente citado machismo. Não admiro extremos.<br /><br />Seu exercício é interessante, embora ache que exista uma confusão na sua argumentação. A mulher vítima de machismo não é uma coitada. O machismo é problema maior do homem que o exerce (vejam que me refiro a indivíduos, que ainda tem certos pensamentos e atitudes retrógradas não aos homens em geral). Generalizando, a mulher (e filhos) acaba sendo vítima por estar emocionalmente ligada, mas espera-se que em dado momento consiga se desvencilhar da relação. Voltando ao seu exercício, se o inverso acontecesse do modo como você narra ("Uma jovem moça do interior, solta no Rio, que traíra o namorado-provedor (...) e saíra pelas ruas, na noite da cidade grande, em busca do novo namorado-provedor. ") não poderíamos chamá-la de machista. Este termo é exclusivo do sexo masculino. Mulher machista é aquela que apoia o machismo do homem. (te mando um conto em seguida). Eu, particularmente também não a veria como vítima, a veria como procurando problemas. Se o inverso acontecesse a mulher estaria usando o homem. Isso também acontece e é tão repudiante quanto. Nesta hipótese, talvez fosse ainda mais repudiante, visto que a sociedade não recrimina tanto um homem que trai por prazer, por sexo banal, quanto recrimina a mulher (ele é "um macho igualzinho a qualquer outro", mas a mulher é caracterizada como vadia, perdoem-me o termo). Se o inverso acontecesse, não poderíamos chama-la de feminista, pois a definição deste se refere à igualdade de direitos. Não poderíamos chama-la de machista (a mulher explorar o homem por se achar superior), pois, novamente, historica ou culturalmente, o sexo masculino exerceu este papel de superioridade e a mulher não. Mas talvez pudéssemos apelar para alguma herança também histórica ou cultural de "dondoquice" ou "cinderela", onde a mulher acha natural ser bancada por um homem. Aliás, cinderela faz parte de um complexo, de modo que realmente posso estar equivocada na argumentação.<br /><br />Lamento, mas a verdade é que na minha leitura o texto revela uma situação tão escatombática que em qualquer hipótese, mesmo invertendo de posição os sexos, o homem sempre seria aproveitador, embora, no segundo caso (seu exercício), não o único.<br /><br />Carlos, não, por favor, você não deveria ter colocado mais nada (rsrsrs). A prostituta do exemplo seria totalmente desnecessária. Do modo como está já notamos que o texto expressa situações cotidianas. Ainda, sim, um individuo infiel não é, necessariamente, machista. Mas, quanto a infidelidade, uma de suas frases me chamou atenção: "Mas atraiu-o a outra e ele a quis, coisa que não faz dele um machista, mas um macho igualzinho a qualquer outro". Mesmo que pareça irritante comentá-la, gostaria de fazer breve pontuação a respeito de que o ato de trair a princípio não deveria ser justificado por ser homem ou mulher. Não acredito que esta tenha sido sua intenção, mas a decisão pela traição envolve mais que os hormônios, mais que a atração. Afinal o Homem (macho ou fêmea) tem mente e emoção, de modo que ao menos esses três elementos devam fazer parte da escolha, independente do sexo. <br /><br />RegianeAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-52742823595226562992012-06-26T23:52:38.672-03:002012-06-26T23:52:38.672-03:00Um exercício interessante é pensar assim: e se o p...Um exercício interessante é pensar assim: e se o personagem principal da história não fosse um homem, mas sim uma mulher. O mesmo enredo, a mesma situação, os mesmos fatos relatados. Uma jovem moça do interior, solta no Rio, que traíra o namorado-provedor (sabe-se lá porque, deve ter suas razões, certas ou erradas) e saíra pelas ruas, na noite da cidade grande, em busca do novo namorado-provedor. A/O machista seria ela ou o namorado traído que a colocou no olho da rua à noite, sem ter pra onde ir? <br />A questão da relação com uma mulher-provedora, como diz Carlos, pode ser fruto de uma situação momentânea específica, uma fase. Trata-se de um jovem simplório e desprovido de recursos, mas "esperto" o suficiente para buscar sobrevivência no Rio. É verdade que pode-se ver utilitarismo nessas relações, ou seja, relacionamentos "úteis" para esse fim de sobrevivência. Pode ser também, diriam os psicólogos, que o personagem ainda precise do colo de "mamãe", a provedora-mor de sua vida, e por isso segue a reproduzir essa relação imatura, infantil.<br />Mas, creio eu, há aqui um certo machismo nosso quando olhamos as mulheres do conto como "vítimas" do jovem, "usadas" por ele. Vocês não acham que a mulher (sobretudo as jovens de hoje, como essas do conto) já deixou há muito tempo de ser essa coitadinha? Voltando a pensar invertido, se o provedor-traído e o novo-provedor fossem homens, seria por acaso difícil imaginá-los como caras aproveitadores, que acolheram sob seu teto (casa e comida) a moça desvalida do interior (logo, sem muita opção), em busca de sexo e domínio? Se essa personagem fosse mulher, simplória, do interior, volúvel porque ingênua, imatura ou idiota, essa jovem que passa de uma mão à outra, digo, de uma casa à outra, sem outra opção para sobreviver, nós talvez a víssemos mais como vítima, usada pelos espertos da cidade grande, do que como algoz.<br />Então, como é isso? Mesmo mudando de posição, o homem é sempre o aproveitador e a mulher a vítima, a coitada? Isso sim seria machismo.<br />Não é um caso a se pensar?Newton Barrahttps://www.blogger.com/profile/06534974893390286055noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-82107484444658284212012-06-26T09:23:56.129-03:002012-06-26T09:23:56.129-03:00Carlos, o neologismo que você criou não é feio, pe...Carlos, o neologismo que você criou não é feio, pelo contrário, é muito interessante. Feio é o título criado por Rubem Fonseca para um de seus contos, "Copromancia". Não é só feio, é nojento também, assim como o conto em si. Mas é um conto que já faz história em nossa literatura brasileira pós-moderna. Agora, concordo com você em relação a feiura do seu conto, risos. Mas não é uma feiura estética, é o sentimento que ele desperta com aquelas cenas terríveis, "escatológicas", o que realmente é fantástico sob o ponto de vista da função de um texto, que é mexer com o leitor de alguma forma. E sei que seu conto retrata cenas realíssimas. Tenho visto coisas inacreditáveis pelo centro do Rio. Uma vez presenciei uma cena absurda no Largo da Carioca, e um dia, quando eu me sentir à vontade para escrever um "conto feio" igual ao seu (pois exige que seja assim), eu o escreverei. Um grande abraço,Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-44672429914358183902012-06-26T07:50:12.757-03:002012-06-26T07:50:12.757-03:00Regiane, eu vejo como construtivo esse debate. Voc...Regiane, eu vejo como construtivo esse debate. Você levanta questões como leitora atenta (percebe-se que você é uma boa leitora) e podemos concordar ou discordar, o que não quer dizer que um ou outro esteja certo. Há muito tempo a crítica literária já entregou o texto ao leitor, ou seja, quem escreve e tem seus textos publicados ou lidos por outros, deve ter a consciência de que o texto já não o pertence mais, o texto pertence ao leitor. Na comunidade do Clube no Orkut (nem sei se ainda está ativa) havia uma frase de Milton Hatoum que resume bem isso: "O leitor é um grande mistério ... como sempre, a palavra final é do leitor." Portanto, admiro sua atitude de expor seu ponto de vista e fundamentar isto, com fez agora, no último comentário. Depois de ler mais atentamente, imaginei que você poderia estar se referindo a essa atitude alienada do personagem, inclusive no comentário sutilmente irônico: "acho até que ela foi má...", ou seja, o personagem não alcança a dimensão do seu ato de infidelidade. Mas acho que o personagem é realmente assim, alienado. Ele caminha atordoado e não se importa com o que vê, mas com o que vem sentindo. Ele realmente tem essa atitude egocêntrica, vê a si mesmo e mais ninguém. Mas talvez seja, como diz o autor, uma atitude própria de quem está num mundo hostil, alheio à sua história e às suas origens, uma espécie de autodefesa. Mas concordo com Carlos, precisaria um pouco mais para o personagem se caracterizar como machista. De qualquer forma, este debate só está ocorrendo porque você indagou, discordou, e é somente dessa forma que os pensamentos são aguçados e as reflexões mais apuradas para alimentar o bom debate. Um abraço.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-60640171916343119652012-06-25T23:49:36.206-03:002012-06-25T23:49:36.206-03:00Sim, Regiane, o personagem é, sem dúvida, um encos...Sim, Regiane, o personagem é, sem dúvida, um encostado, ou, pelo menos, assim tem de ser naquela fase de sua vida, talvez, seja apenas alguém que precise sobreviver. Mas não é machista. É macho, mas não machista. O conto precisaria dizer muito mais coisa sobre o personagem para defini-lo como machista. Ele gostava da Ângela, o texto mostra isso, além, é claro, de precisar dela.Mas atraiu-o a outra e ele a quis, coisa que não faz dele um machista, mas um macho igualzinho a qualquer outro. Um individuo infiel não é, necessariamente, machista. Um machista tem predisposições, conceitos e preconceitos, ideias que o definem como machista, e o texto não se interessa por isto. O texto trata do sexo banal e primitivo porque aquela área é de intenso burburinho sexual. Naquela área específica, diria homosexual, mas eu deveria ter colocado uma prostituta no texto, de preferência, fazendo sexo oral com um PM, o que é realíssimo. Talvez, visto por um lado, o texto possa ser considerado vazio. É uma caminhada no escuro, com a paisagem e os seres corriqueiros e noturnos. Mas há certa sofisticação nos pensamentos e relações de pensamentos que o personagem faz, percebeu? Agradeço seus comentários, muito abalizados e generosos, além de francos. Um grande abraço.<br />Carlos.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7954765356276456010.post-25964481339310470192012-06-25T19:35:12.428-03:002012-06-25T19:35:12.428-03:00Excelente que uma leve crítica (construtiva, esper...Excelente que uma leve crítica (construtiva, espero) gere o debate. <br /><br />Eu havia visto machismo na figura do jovem homem. Vestígios de machismo num homem sem poder. Minha reflexão foi: o homem é infiel e isso fere os sentimentos da mulher com quem vive. Ele não demonstra nenhuma culpa pelo dano emocional causado à ela, o que indica falta de afeto, mas demonstra mágoa, resentimento talvez, por ter sido expulso, por ter perdido as facilidades que recebia da mulher. Isso demonstra que ele a via como uma provedora. Talvez ele conscientemente não se achasse superior a mulher, vendo-a obrigada a lhe ser submissa (neste caso mantê-lo na mesma casa), mas vejo traços de machismo, mesmo que inconsciente, em sua atitude de "usar a mulher" . E mais, ao procurar abrigo, busca uma condição semelhante a na qual vivia, ou seja, ter uma outra mulher como provedora. Mas posso estar errada. Talvez isso não seja machismo, talvez ele seja só um "encostado", como popularmente se diz. Um incapaz. <br /><br />O texto está bem escrito, mas não foi uma boa leitura para mim. E talvez esta tenha sido a intenção do autor (?). O texto retrata uma visão da realidade de nossa sociedade, de mendicância, de derrota humana. Nas ruas e do próprio personagem. Neste sentido o texto não é vazio, mas um retrato social. <br /><br />Porém, ainda há outro traço constante no texto que foge à crítica à extrema pobreza. Este traço me levou a citar os "fetiches" em mensagem anterior. É a visão do personagem. Em toda a pobreza, o personagem filtra basicamente o sexo. Ele trai, sai às ruas, vê sexo e segue para outra relação, provavelmente vazia, baseada em mais sexo. O texto é bem masculino. E, sem querer ofender, neste sentido me pareceu vazio. Mas ainda assim pode ser uma crítica social pois mostra a condição de incapacidade do ser de enxergar um caminho mais produtivo, que o retire da situação de pobreza. Há vários modos de pensar. Esta foi a minha leitura. Não tem que ser uma verdade.<br /><br />RegianeAnonymousnoreply@blogger.com