é tudo o que eu gostaria.
Trégua em minha vida.
(Elenir)
1ª) “Na segunda parte do meu festim, entram os jornais.
Há dias em que compro todos. Gosto de reconhecer suas constantes. (...). Como são diferentes e como são iguais! Entre eles, jogam uma espécie de truco, enganando uns aos outros, fazendo-se sinais, trocando de parceiros. Mas todos se servem do mesmo maço, todos se alimentam da mesma mentira. E nós lemos, e, a partir dessa leitura, acreditamos, votamos, discutimos, perdemos a memória, esquecemos generosa e cretinamente que eles hoje dizem o contrário de ontem, que hoje defendem ardorosamente aquele de quem ontem disseram coisas terríveis, e, o pior de tudo, que hoje esse mesmo aquele aceita, orgulhoso e ufano, essa defesa. (...). Para ver os jornais, é preciso baixar os olhos.”
2ª) “A trégua” é tem seu argumento central orientado pela questão do tempo. E por isso mesmo invoca a questão da memória e indaga sobre as incertezas e fragmentações a que as recordações estão sujeitas no transcorrer do tempo. O que recordamos tem o que de real?
Aqui, e nunca me canso de lembrar, podemos invocar a magnífica frase de Gabriel Garcia Marquez:
“A vida não é a que a gente viveu e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la”
A provocação de Benedetti fica por conta da frase:
“Afinal, a memória importa alguma coisa?”
Blanca, a filha de Santomé, pode nos indicar uma pista:
“Às vezes me sinto infeliz, só por não saber do que tenho saudade”
“Ela me dava a mão e nada mais faltava. Bastava para que eu me sentisse bem acolhido. Mais que beijá-la, mais que dormirmos juntos, mais do que qualquer outra coisa, ela me dava a mão e isso era amor." (A trégua: Mario Benedetti)
“(...) a vida é muitas coisas (trabalho, dinheiro, sorte, amizade, saúde, complicações), mas ninguém vai me negar que, quando pensamos nessa palavra Vida, quando dizemos, por exemplo, que “nos apegamos à vida”, estamos fazendo com que seja assimilada por outra palavra mais concreta, mais atraente, mais seguramente importante: estamos fazendo que seja assimilada pelo Prazer. Penso no prazer (qualquer forma de prazer) e estou certo de que isso é a vida.”
Egoísmo
Espaço vazio
O ócio da aposentadoria
deixou-me assim
Perdoa-me, não é isso...
Sinto a sua falta
Na memória, os seus movimentos
palavras, momentos
Na garganta, um nó
Lágrimas nos olhos
Eu pensei só em mim
Num futuro que não veio
que não vivi
Eu fui egoísta
A morte a levou... esta palavra forte
assim, sem dizer nada
Doçura no olhar
sensibilidade nas palavras
Eu queria ter sido mais intenso
como se vivesse o último dia da vida
e quisesse aproveitar tudo
mas não foi possível
Sonia Salim 23/02/16
Fonte: Focus Portal Cultural
23 de Setembro
Meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Es evidente, Dios me concedió un destino oscuro. Ni siquiera cruel. Simplemente oscuro. |
Um grande amor pode ser uma trégua na vida
Escrito em formato de diário e com fina ironia, 'A trégua' traz a história de Martín Santomé, um 'homem maduro, de muita bondade, meio apagado, mas inteligente'. Prestes a completar 50 anos, viúvo há mais de vinte, Santomé mora com os três filhos. Não se relaciona bem com nenhum deles, tem poucos amigos e mantém uma rotina monótona e cinzenta. No diário, conta os dias que faltam para a aposentadoria; mas não tem idéia do que fará assim que se livrar do trabalho maçante. Seu destino, no entanto, mudará quando conhecer Laura Avellaneda, uma jovem discreta e tímida contratada para ser sua subalterna. Com ela, Martín Santomé voltará a conhecer o amor, numa luminosa trégua para uma vida até então triste e opaca. Mas será que essa relação conseguirá ir adiante? Muito mais do que uma história de amor, 'A trégua' é um questionamento sobre a felicidade e um retrato às vezes bem-humorado, às vezes ferino, dos difíceis relacionamentos humanos.
Palacio Salvo - Montevideo |
Leia o livro aqui
Muito bom esse resumo com as opiniões dos membros do clube, Evandro. Gostei!
ResponderExcluirFalando de aposentadoria, deixo aqui meu simples poema feito quando me aposentei.
ResponderExcluirHoje, somente agora, me dou conta
de que eu vivia cifras.
Buscava cifras; estudava cifras;
calculava cifras; cobrava cifras.
Minha mente era, apenas, cifras
Hoje, estou morrendo...
Ou melhor, estou vivendo flores.
Eu vejo flores. Eu faço flores.
Eu canto flores. Eu amo as flores.
Meu coração é todo flores.
A poesia me salvou.
Elenir
Amei, Elenir!!! Ah, a poesia...
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