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18 de outubro de 2016

Contos de autores do Clube de Leitura Icaraí - CLIc

Olá queridos!

Segue o post que fiz no meu blog Mar de Variedade
Tenho lido alguns contos ultimamente. O bom de serem histórias curtas é que podemos intercalar os livros com contos. 
No Clube de Leitura Icaraí, temos muitos escritores. Alguns deles já foram premiados.
Hoje vou dar minhas impressões sobre os contos de três autores do CLIc: 

Antonio Rodrigues

Ele participou de uma coletânea de contos eróticos do próprio Clube e escreveu "A puta das flores", que foi publicado na Academia Niteroiense de Letras, podendo ser encontrado aqui.

Eu gostei muito do conto. Não considero ele erótico. 
O conto (que é bem curtinho) vai abordar a história de uma prostituta do Rio de Janeiro que, no dia do seu aniversário, aparece com flores. 
A história é curta, mas é na medida, não fala nem mais nem menos do que deveria. 
O autor consegue, em poucas linhas, tratar de várias questões, entre elas: preconceito; a exploração que as prostitutas sofrem dos agenciadores; o sentimento delas.
Ele aborda esses temas, de forma muito sensível e bonita.
Leiam! Recomendo!

Evandro Paiva de Andrade

Ele participou do clube do conto, que era promovido pelo Clube de Leitura Icaraí, e escreveu "Abismo", que pode ser encontrado no blog do Clube (vejam neste link).  Esse clube do conto deveria voltar, pois revelou vários talentos.

O enredo já revela que o autor gosta de falar de estrelas e planetas. Rs. 
O conto fala da busca pelo amor da personagem Karina, habitante de outro planeta, que acaba parando na Terra, juntamente com Arturo, e das teorias de Etevaldo, oficial do sistema de vigilância espacial das Nações Unidas, sobre  afinidades e alma gêmea.

Primeiramente, achei interessante a forma como ele descreveu a personagem Karina: uma pessoa decidida e que vai atrás do que quer:

"Engajada numa operação de resgate do ser desejado, Arturo, em um planeta distante do seu, encontra resistência por parte dele para segui-la, mas rapta-o e foge para Terra."

E tem um certo humor, também, como no trecho acima. 
Gostei muito do conto, muito bem escrito, que fala de estrelas, de planetas, de teorias sobre afinidades e sobre alma gêmea. 
O autor teve muita sensibilidade para abordar essa busca pelo amor e, ao mesmo tempo, ele tratou do tema de uma forma bem diferente e original.
Leiam! Recomendo!


Foto do blog do CLIc

Winter Bastos

Ele tem uma coletânea com três contos premiados, além de outros livros publicados. Caso queiram entrar em contato para adquiri-los: oberrofanzine@gmail.com. Eu vou comentar sobre um deles, embora sejam todos ótimos: "(Des)encontro". 
A forma como o autor escreve "prende" a atenção do leitor. Ele utiliza expressões do dia a dia e consegue falar de vários assuntos com muita facilidade. A leitura dos contos é fluida.

Nesse conto, o autor vai tratar do encontro casual entre Armando, que está em um restaurante, bebendo um uísque, enquanto esperava a namorada, e a ex-esposa Lídia, que chega acompanhada no local. 

Achei muito interessante a forma como o autor consegue narrar a situação do ex-marido que não queria que a ex-esposa o visse desacompanhado. 
O autor consegue descrever muito bem o que se passa na mente de Armando, vendo a ex-esposa com outra pessoa, bem-sucedida, aparentando estar feliz. E ele ali, esperando a namorada que não chega. 
É interessante como o autor consegue pegar uma situação corriqueira, como esse encontro casual em um restaurante, e levar o leitor a compreender o Armando (protagonista) e se identificar.
Ótima leitura! Recomendo!

5 comentários:

  1. Muito bom, Andreia. Ótimos comentários. Sobre o meu conto, uma curiosidade. Precisava escrever um conto de temática erótica. Não sei, sinceramente, definir a fronteira do erótico com o pornográfico. Tenho medo da vulgaridade na escrita, e o erótico costuma ser um terreno fértil para isso. Então me veio à cabeça uma cena que presenciei na época em que Eduardo Paes transferiu o ponto do meu ônibus da Graça Aranha para a Av. Augusto Severo, na Glória. Um dia eu estava saindo do caixa eletrônico do Banco Itaú, que fica na Rua Cândido Mendes, aquela rua de cima paralela à Augusto Severo, e reparei que do outro lado da Rua passava uma prostituta com um arranjo de flores nos braços. Ali perto da agência onde fui existe uma Choperia cujo nome é o mesmo que está no conto. Reparei que alguns clientes que estavam acomodados nas mesas da calçada zombavam da prostituta. Acredito que por causa das flores. Confesso que a imagem me chamou a atenção, e fiquei a cogitar sobre as razões de uma prostituta caminha pela rua com um arranjo de flores nos braços. Seria um presente de um cliente? Mas não acreditava muito nessa hipótese. Lembrei então que havia um quiosque que vendia plantas e flores perto da saída da estação do metrô da Glória, direção de onde ela vinha. Pensei comigo: "será que ela comprou para si aquelas flores"? O conto foi um esforço de dar àquela cena um sentido. E eu só conseguia imaginar algo triste, melancólico, solitário para a estória. Foi o que saiu. Acho-o um conto triste, e como você bem reparou, nada erótico, pois o clima erótico que poderia climatizar o conto, foi sobrepujado pelo clima melancólico da narrativa. Mas essa já é minha opinião de leitor.

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  2. Que bom que gostou. Antônio, que interessante esse seu relato. Escritores costumam se inspirar em situações cotidianas vivenciadas, como foi o seu caso. Você teve muita sensibilidade para criar essa história. Realmente, o erotismo ficou em segundo plano. Parabéns!

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  3. "Abismo" é a história completa cujo rascunho guardo numa gaveta. O fragmento cujo link foi divulgado aqui é a introdução do "Abismo", uma espécie de sinopse, e se intitula "Almas elegantes". :)

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Então trate de tirar essa história da gaveta, pois queremos conhecê-la.🌏🌌🌛

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