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19 de setembro de 2023

Minicontos





Minicontos são pequenas narrativas em que o autor expõe todo o contexto e uma ação dentro de poucos caracteres. Ao leitor, fica a incumbência de interpretar, imaginar o significado das narrativas que poderá resultar numa multiplicidade de imagens mentais. 

Augusto Monterroso escreveu um dos mais famosos minicontos sob o título, O Dinossauro, usando apenas 37 letras.


“Quando despertou, o dinossauro ainda estava lá.”


Pedimos que enviassem para o @clicuff ou através da tag #clicuff , minicontos através do Twitter e que coubessem num tweet apenas, ou seja, em 140 caracteres no máximo. 

Vamos criar situações na mente, desenhar, imaginar através dos minicontos a seguir?

Fonte



"Hoje caminha amparada pela mão forte e segura, outrora tão pequenina e frágil a caminho da primeira escola. Parece que foi ontem." Cláudia Fonseca


“Os homens chegaram como pé de vento. Encorparam-se, cresceram a voz e tomaram o meu pouco: chave, lenço, umas moedas.” Rita Magnago


"O sol nem nasceu, ele chega. Ataca-me, abusado, apalpa-me as tetas, me manipula, suga-me, deleita-se. E ainda me chama de vaca." Novaes/


“De longe vi um vozerio, um tumulto e um fedor que exalava por todo lado. Pé ante pé, vi. Eram humanos-urubus que se devoravam entre si.” Helene Camille


“O abraço é como o abrir de um compasso, espero cair sempre nesse laço.” Hugo Feijó Filho


“Narciso, encantado por sua beleza, viu a sua imagem refletida no lago e apaixonado por ele mesmo, atirou-se e morreu afogado.” Zezé Pedroza


“Em torno dela, até o espaço se curva, como se seda fosse o tecido do meu olhar.” Evandro de Andrade


"O voo colorido daquela borboleta faz o "homem-cinza" despertar: - dou-me asas! Lagarta nunca mais!" E. Almeida.



"Tudo foi um sonho. A noite se fez sol em mim, iluminando minha alma de cetim. Mas veio uma nuvem, levou o brilho e me deixou assim." Fabiana Ratis


“Na varanda ao som de pássaros, a cadeira balança, as agulhas dançam, tricotando o colorido; o inverno chegou.” Odila Garcia 


“A bola e o menino. Só paixão. A peralta pula o muro e beija a janela. A faca corta o couro. Choro. Mas logo outra terá sua paixão.” Carlos Benites


“De boina e guarda-pó, o caixeiro viajante passou a vida vendo paisagens correrem pela janela do trem.”  Geórgia


“Essa gripe que não passava, a cabeça que lhe estalava, a escrita encravada, as ideias que lhe secaram. Até que... Ah... ‘O Espirro’.” Pedro Freire Costa


“Nasceu e cresceu pobre, mas tinha boa lábia e dom para vendas. Hoje é chefe de compras numa multinacional.” Jorge Caldas Filho


“Viver cada momento como um passo de dança. Sentir que a cada momento produzimos ventos, brisas e aragens. Movimentos delicados.”  Paulo Baía


“Na noite escura caminhei sem destino, não encontrei ninguém naquela rua. A minha raiva superava o frio, e o momento a pouco vivido.”  Marcia Santos


“Pondo o selo na carta de adeus, pensava: ‘ela não merece perdão’.”  Gracinda Rosa


“E no dia da execução... acordou sabendo que pra ele não existirá amanhã.”  Labouré Lima



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OUTROS MINICONTOS

"O beijo pode ser curto, longo, doce, suave e, além disso, refletir o início de uma paixão, selando um grande amor."  Hugo Feijó Filho

"Ia séria, a caminho do altar, enquanto todos sorriam. Pensava: "Até quando?"  Geórgia

"Era um homem tão miserável que, antes do último suspiro, ainda falou: 'Família, o caixão é mais barato no Zé'."  Geórgia

“O artista encantou-a, mas a união se findou. Esqueceu-se do homem.”  Geórgia

“Não falava, mas seus olhos eram tesouras podando meus movimentos.Geórgia 

"Senti o toque de suas mãos, e em meio ao desespero da partida, ouvi a mais doce declaração antes do suspiro derradeiro. Te amo."  Zezé Pedroza  -  A despedida 

"Naquela madrugada fria, eu chorava à espera de notícias, enquanto o corpo do meu amado era levado para a capela de velório."  Zezé Pedroza  -  O acidente

"Portão aberto, entraram, beberam, comeram ante olhares desconfiados dos convidados, só depois viram que estavam na festa errada."  Zezé Pedroza  -  A gafe

“Som seco. O metal corta o céu e reflete o Sol. No fim do voo, encontra o seio da mestra que pedia uma boa escola. Um chão vermelho.”  Carlos Benites

“Olhava sempre para o chão, pois temia quedas e fraturas. Viu a primeira papoila da estação; desviou-se. Não viu a casca de banana.”  Pedro Freire Costa

“Causa mortis: viu seu homem com outra; morto o amor, quis morrer também.”  Gracinda Rosa

Desvendado o mistério da Nave Russa descontrolada. Homem envolvido. Labouré Lima



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27 comentários:

  1. Muito legal! Parabéns pela ideia, Sonia! Tomara que os visitantes do blog continuem a enviar minicontos para esta postagem crescer, crescer, ... e acabar virando um novo livro do nosso clube de leitura. Qual é o seu plano, continuar incluindo os minicontos que forem postados nesta seção de comentários?

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    1. Muito grata, Evandro. As ideias surgem e a gente não sabe a dimensão dos atos; os amigos incentivam, os autores nos encantam com as belas palavras e poderá surgir mesmo um livro, afinal, o CLIc é imenso e intenso.

      Podemos continuar incluindo os minicontos que forem enviados ao @clicuff via Twitter e também os que forem postados aqui nos comentários, mas a norma é que seja o máximo de 140 caracteres.

      Boa noite! Abraços! Sonia Salim

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  2. Ficou ótimo, Sonia! ! Parabéns pela ideia e pelo dinamismo! O Clube está mais enriquecido! Parabéns aos criadores!
    Elô

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    1. Sabemos como as leituras nos impulsionam a criar, então, esperamos a qualquer momento que o livro atual leve você à criação de um miniconto. Sempre no momento certo, não é mesmo?

      Obrigada, Elô. Beijos! Sonia Salim

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  3. Deixamos nossos agradecimentos a todos os autores dos minicontos e também àqueles novos que nos enviarão os seus trabalhos para acrescentarmos à postagem.

    Grata aos CLIc pela cumplicidade e confiança. ;)

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  4. Excelente ideia, Sonia! Lá vai o meu:

    De boina e guarda-pó, o caixeiro viajante passou a vida vendo paisagens correrem pela janela do trem.

    Geórgia

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    1. Muito grata, Geórgia. Lindo o seu miniconto! Parabéns! Abraços!

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  5. Vende-se: sapatos de bebê, sem uso. ( Ernest Hemingway)

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    1. Miniconto que nos faz refletir...

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    2. Sonia,mais que refletir , nos faz sentir o drama da perda!

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    3. Muito grata, Elô. Foi bom você nos indicar para isso porque o miniconto pode ter mensagem direcionada a drama, terror, amor, humor...

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  6. Ia séria, a caminho do altar, enquanto todos sorriam. Pensava: "Até quando?"
    Geórgia

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  7. GEÓRGIA ARREBENTOU...E EUTE CONHEÇO,GERÓRGIA! rsrrsr

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  8. Era um homem tão miserável que, antes do último suspiro, ainda falou: "Família, o caixão é mais barato no Zé"
    Geórgia

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    1. Estupendo, Geórgia! rs Os seus minicontos já estão publicados. Muito grata. Bjs

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  9. ":Fui me confessar ao mar. O que ele disse? Nada."
    Lygia Fagundes Telles

    Enviado por Geórgia

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  10. O artista encantou-a, mas a união se findou. Esqueceu-se do homem.
    Geórgia

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    1. Muito grata, Geórgia, seus minicontos são belos, reflexivos, intrigantes...

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  11. Nossos agradecimentos ao escritor português, Pedro Freire Costa, que tem nos enviado, via Twitter, os seus minicontos. Portugal está na estação da primavera, então, as papoilas/papoulas estão florindo. Estou até animando a fazer um miniconto por conta de estreitar laços Brasil/Portugal. Aguardem!

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  12. Gracinda Rosa, querida, os seus belos minicontos estão publicados. Espero que você possa ser incentivo para muitos outros clicianos nas investidas pelos minicontos. Estou feliz da vida!

    Obrigada. Beijos! Sonia Salim

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  13. Não falava, mas seus olhos eram tesouras podando meus movimentos.
    Geórgia

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    1. Geógia, pelo rumo que as coisas estão indo sinto que teremos uma postagem só com os seus minicontos. Acho que vai até virar livro. Estou amando tudo isso. Sempre grata. Bjs

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  14. Têm ótimos minicontos nesta postagem!

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