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7 de novembro de 2015

O menino do pijama listrado: John Boyne



"O trabalho liberta"

A menina que dançou para o anjo da morte
KCTV5



Usando a roupa certa, você se sente como a pessoa que está fingindo ser.

O amigo imaginário

"Em um dos maiores conflitos da história, senão o maior, John Boyne mostra a visão de um menino alemão, filho de um oficial do exército nazista e admirado pelo Fúria, sobre o campo de concentração. No início, tudo é muito chato e ele não entende, só quer voltar para casa. Seu sonho de ser explorador, porém, muda tudo. Bruno conhece Shmuel, um judeu de nove anos que foi para o campo com toda a sua família. Todas as tardes os meninos se encontravam e conversavam sentados separados pela cerca do campo." (fonte)


Haja Vista
O menino do pijama listrado é uma obra infanto-juvenil que se ajusta à alma dos adultos sensíveis. Sua narração retrata a crueza que cerca a execução de judeus durante o nazismo, e a pureza ou ingenuidade de um menino de 9 anos.

Shoah

"Aos nove anos, vivendo numa família rica de Berlim, sua única preocupação é azucrinar a irmã de 12 anos, Gretel. Sua maior ocupação é brincar com os amigos inseparáveis Karl, Daniel e Martin, aliás, dos quais, passados poucos meses, já não consegue lembrar, com segurança, o nome e detalhes, numa mostra incontestável de que as lembranças se esvaem. As cicatrizes ficam: vestígios de dores sofridas ou de amores idealizados. A tranqüilidade da família se esvai com a transferência súbita do pai-militar para uma zona longínqua, desolada e feia, a quem o autor chama de Haja-Vista (no lugar de Auschwitz), do mesmo jeito que troca o odioso Füher por Fúria. Na casa feia, faltam amigos e alegria. A saudade da avó, a quem o nazismo causa náuseas e indignação, lhe tortura. A presença do odioso tenente Kotler lhe apavora, embora, estranhamente, somente o militar traga sorriso aos lábios da mãe.

Sobra a Bruno solidão intangível e indizível, que só encontra eco na compreensão e nos gestos de carinho cuidadosamente emudecidos dos empregados judeus Maria e Pavel (médico a quem é imposto o encargo de cozinheiro). Como únicos vizinhos, estranhos homens, mulheres e crianças, sempre portando pijama e boné, ambos em cinza listrado. Vizinhos inacessíveis, separados por uma cerca. De sua janela, Bruno vislumbra silhuetas frágeis e esqueléticas.

Até que... num belo dia (na verdade, não há dias belos naquela região marcadamente longínqua, desolada e feia), um ponto se converte numa mancha pequena, que se converte num “borrão”, que se converte numa figura, que se converte num menino...

Bruno descobre o pequeno Shmuel. Incrível coincidência: dois meninos e uma mesma data de nascimento (15 de abril de 1934); dois meninos e destinos tão diversos, que eles não conseguem entender o que lhes separa tão profundamente. Desde o primeiro encontro, afora os dias chuvosos e impiedosos, as crianças conversam todos os dias. Nada compreendem. Daí, a idéia “mágica”: providenciar um pijama de listra para que Bruno conheça o outro lado... Eis traçado o destino fatal da criança. Em meio à multidão de pijamas listrados, é empurrado para a morte junto com o amigo Shmuel. Não há escapatória. Tarde demais, descobre o trabalho do pai e as atrocidades cometidas em nome da grandeza de uma pátria pura... Tarde demais, descobre a indignação da avó falecida..."

* Maria das Graças TARGINO é jornalista e pós-doutora em jornalismo pela Universidad de Salamanca / Instituto Interuniversitario de Iberoamérica.





Um comentário:

  1. Uma comovente história de um trágico amor fraternal. Ser solidário vai além de poder ajudar nosso próximo, nos casos que estão além de nossas possibilidades, quando a fatalidade pode nos enredar na tragédia pessoal daqueles que amamos.

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