Pessoal,
Excelente a reunião de 8/5/2015.
De todos os interessantes aspectos levantados sobre o personagem Bartleby (inclusive o fato de que ele passou anos num trabalho "improdutivo", como o descarte de cartas que falecidos não puderam receber, e a ação disso sobre a sua psique), depois me dei conta de que um outro aspecto nos passou despercebido.
Reparem que a contestação inconsciente de Bartleby, o "não" que ele dizia ao sistema, não era um simples "não vou fazer". Era diferente, era "prefiro não fazer".
Ou seja, o que passou a pesar, definitivamente, em sua decisão foi sua vontade, o que ele preferia ou não fazer.
Isso, a meu ver, é mais um, entre tantos aspectos geniais do livro. Pois, vejam, o sistema não dava (como não dá) a mínima para a vontade do Bartleby. A vontade individual não é nada frente ao sistema e como ele "deve" funcionar.
Mas, remetendo ao aspecto do capitalismo levantado pelo Benito, não é este o sistema que se apresenta como "o império da vontade individual"? Da "liberdade individual"? Principalmente quando se opõe ao sistema socialista, acusado de "priorizar o coletivo e esmagar a vontade individual"?
"Bartleby", de modo genial, mostra que não é bem assim. Ah, humanidade!
Novaes Barra
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Prezado leitor, em função da publicação de spams no campo comentários, fomos obrigados a moderá-los. Seu comentário estará visível assim que pudermos lê-lo. Agradecemos a compreensão.