Um amor impossível
Elenir
Na penumbra da sala, um homem e uma mulher. Roque e Luiza.
Duas taças na mesa. Cintila o cristal.
O vinho vermelho, forte, cheiroso, aquece, embriaga, inebria.
Nos castiçais, velas trêmulas iluminam olhares sedentos.
Na vitrola, Charles Aznavour e La boeme. Sensualidade e arrebatamento impregnam o ambiente.
Olhos se cruzam, mãos hesitantes, nervosas, se estendem, se apertam, desatam os nós.
No chão, o tapete macio, felpudo, convida. Enlaçados, em vertigem, deslizam.
Bocas se colam, línguas se tocam, trocam sabores, liberam desejos, acendem paixão.
Pele com pele provocam tremores, quebram temores, corpos reclamam, rompem as amarras, se soltam, se esfregam, se entregam, levitam no ar.
Estrela cadente risca o momento, abrindo no espaço um rastro de luz.
Instante fugaz... Lassidão...
Fogo se apaga... Caminhos opostos...
De novo, o vazio...
Outra vez, solidão...
Nhá, que frisson. Parabéns!
ResponderExcluirObrigada, Rita! O erotismo persiste.
ResponderExcluirBeijos
Adorei, Elenir. Muito bom. O fogo do erotismo e a suavidade da poesia, belo casamento...
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