CAMINHO
DAS PEDRAS
a Drummond
No meio do caminho estava teu corpo
Que se recusava a apodrecer
Cheirar mal,
Repugnar.
Velório cheio,
Missa de corpo presente,
Caixão enfeitado,
Cortejo fúnebre
Sepultura funda.
Missa de sétimo dia,
De trinta dias
De aniversário,
Não falecias.
Tentei conversar
Com teu espírito
Pedir racionalmente
A tua partida.
Não me ouvistes.
Continuavas espreitando
Vendo com quem eu saía
Em dúvida, se te traía.
No meio do caminho tinha uma pedra
Paralepípedo quadrado, pesado
Com ele, quebrei o espelho
Que a ti me prendia
Findo o encanto,
Ficou meu corpo
Estirado, inerte,
No meio do caminho.
Luiz Gavri
(Niterói, 28/12/13)
a Drummond
No meio do caminho estava teu corpo
Que se recusava a apodrecer
Cheirar mal,
Repugnar.
Velório cheio,
Missa de corpo presente,
Caixão enfeitado,
Cortejo fúnebre
Sepultura funda.
Missa de sétimo dia,
De trinta dias
De aniversário,
Não falecias.
Tentei conversar
Com teu espírito
Pedir racionalmente
A tua partida.
Não me ouvistes.
Continuavas espreitando
Vendo com quem eu saía
Em dúvida, se te traía.
No meio do caminho tinha uma pedra
Paralepípedo quadrado, pesado
Com ele, quebrei o espelho
Que a ti me prendia
Findo o encanto,
Ficou meu corpo
Estirado, inerte,
No meio do caminho.
Luiz Gavri
(Niterói, 28/12/13)
Recomendo o livro: O duplo de Otto Rank (http://www.dublinense.com.br/livros/o-duplo-um-estudo-psicanalitico/)
luis
ResponderExcluirTeu poema lembrou-me tb de um conto do Schnitzler que aborda a questão do duplo..vou ver se pesquiso e te envio..Freud tem um trabalho muito interessante e acredito que vc conheça..muito boa colocação sb essa questão de uma identificação-fusão....eu/outro eu Abs ceci
Belo poema, Gavri. Ficamos nós estirados, inertes, no meio do caminho. Parabéns.
ResponderExcluirProfundo...
ResponderExcluirPara mim poderia se chamar: Os laços do amor.
Como deve ser difícil a separação eterna de um ser amado,,,
Parabéns, Luiz.
Beijos ternos,
Vera.