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26 de janeiro de 2014

Confissões: Júlia Câmara

"A verdadeira medida do amor é não ter medida." 
(Agostinho de Hipona)



Eu só queria fazer alguma coisa para que todos pudessem me reconhecer – não porque eu quero que todos me reconheçam, mas porque eu quero fazer a diferença. Foi o que eu pensei enquanto observava o tempo passar no banquinho da praça com o meu pequeno caderno de poesias aberto. Tinha até escrito: 



Dia dezoito.

“É difícil ter uma noite divertida,

Enquanto todos se divertem mais que eu.

Um pouco de ciúmes vaza pela minha boca,

E como uma cobra, esse veneno me intoxica.”



 De repente, aquela minha mania de observar e achar tudo muito bacana havia ficado no passado e a monotonia estava ficando realmente monótona. 

 Orgulhar minha mãe, deixar meu pai deslumbrado não tinha mais graça. Queria montar filas de fãs nas ruas de Roma enquanto eu estava dando apenas um passeio matinal, queria dar muitas entrevistas nos programas de televisão mais famosos, contar a minha história e inspirar crianças pelo mundo.

 Contudo, não queria que fosse dessa maneira.

 Deu tudo errado. 

 Eu consegui mudar o mundo, mas não poderia contar pra ninguém que o tinha feito.



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