Na dinâmica diliana do universo, entendo que o desejo é uma força motora, mas ainda não estou certo se as malhas onde residem os devaneios consistem de uma resistência à livre imaginação ou se é outro tipo de campo motriz conjugado com as propriedades volitivas do instinto. Sobre Fausto, ainda tenho minhas dúvidas se o mesmo é movido primordialmente pelo desejo ou se pela ambição do poder que o conhecimento outorga. Estou ansioso para ler o novo livro e captar um pouco mais dessa visão dionisíaca que dília nos oferece da pluralidade pessoal. Sobre Bovary, bem creio que nenhum homem é capaz de compreender sua psicologia, por mais que tagarelemos. Estou muito curioso para verificar se é mesmo possível um diálogo entre Bovary e Fausto. Até hoje, pensava que ambos vivessem em mundos paralelos, que nunca se encontrariam. Mas isso é antes de ler dília!
Muito legal esse Projeto! Os diálogos marcam bem as características desses personagens universais e ajudam a destrinchar os respectivos arquétipos que parecem muitas vezes nós inextricáveis de todos nós, enquanto não refletimos sobre eles, o que Dília nos ajuda a fazer.
Gostei dessa fala de Fausto, que achei zen: "Eu estava demasiado preso aos meus pensamentos filosóficos, tentando nomear as coisas, dando-lhes uma configuração possível e deixei escapar outra compreensão que seria a de permitir que as coisas se oferecessem a mim sem que os conceitos as asfixiassem, as destruíssem. Quando achamos uma significação, perdemos a existência. E é esta última que, ao apresentar-se, nos autoriza a instalar-nos no terreno do ser, a alojar-nos nele e deixar que ele se aloje em nós."
Movido pela procura: aha!, como eu suspeitava, Fausto não é essencialmente movido pelo desejo, acho que esse motivo não é sua causa motora, e confirmei minha suspeita com a declaração do próprio Fausto de "movidos pelo desejo" na página 41: "Eu não desejava, eu procurava", quando ele atribui a sua falta de desejo uma de suas diferenças em relação à Mme. Bovary. Bingo!
Gostei muito da passagem: "Sem a reflexão somos apenas seres revestidos de um tecido nebuloso, de um tecido ressecado que enruga o corpo, a pele, a alma, o sopro". Como movido pelo desejo que fiquei, já estou curioso para saber qual será o próximo volume da coleção.
Gostaria de saber da Dília como personagens tão distintos conseguiram ser interlocutores um do outro de forma que o essencial de cada um se manifestasse. A princípio pensava que um encontro como esse, com personagens que eu considerava tão antagônicos, estaria fatalmente condenado ao silêncio mútuo.
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Na dinâmica diliana do universo, entendo que o desejo é uma força motora, mas ainda não estou certo se as malhas onde residem os devaneios consistem de uma resistência à livre imaginação ou se é outro tipo de campo motriz conjugado com as propriedades volitivas do instinto. Sobre Fausto, ainda tenho minhas dúvidas se o mesmo é movido primordialmente pelo desejo ou se pela ambição do poder que o conhecimento outorga. Estou ansioso para ler o novo livro e captar um pouco mais dessa visão dionisíaca que dília nos oferece da pluralidade pessoal. Sobre Bovary, bem creio que nenhum homem é capaz de compreender sua psicologia, por mais que tagarelemos. Estou muito curioso para verificar se é mesmo possível um diálogo entre Bovary e Fausto. Até hoje, pensava que ambos vivessem em mundos paralelos, que nunca se encontrariam. Mas isso é antes de ler dília!
ResponderExcluirTenho certeza que de que é este um grande livro! Sucesso ao novo lançamento! Abraços para Dília!
ResponderExcluirMuito legal esse Projeto! Os diálogos marcam bem as características desses personagens universais e ajudam a destrinchar os respectivos arquétipos que parecem muitas vezes nós inextricáveis de todos nós, enquanto não refletimos sobre eles, o que Dília nos ajuda a fazer.
ResponderExcluirGostei dessa fala de Fausto, que achei zen: "Eu estava demasiado preso aos meus pensamentos filosóficos, tentando nomear as coisas, dando-lhes uma configuração possível e deixei escapar outra compreensão que seria a de permitir que as coisas se oferecessem a mim sem que os conceitos as asfixiassem, as destruíssem. Quando achamos uma significação, perdemos a existência. E é esta última que, ao apresentar-se, nos autoriza a instalar-nos no terreno do ser, a alojar-nos nele e deixar que ele se aloje em nós."
ResponderExcluirMovido pela procura: aha!, como eu suspeitava, Fausto não é essencialmente movido pelo desejo, acho que esse motivo não é sua causa motora, e confirmei minha suspeita com a declaração do próprio Fausto de "movidos pelo desejo" na página 41: "Eu não desejava, eu procurava", quando ele atribui a sua falta de desejo uma de suas diferenças em relação à Mme. Bovary. Bingo!
Gostei muito da passagem: "Sem a reflexão somos apenas seres revestidos de um tecido nebuloso, de um tecido ressecado que enruga o corpo, a pele, a alma, o sopro". Como movido pelo desejo que fiquei, já estou curioso para saber qual será o próximo volume da coleção.
Gostaria de saber da Dília como personagens tão distintos conseguiram ser interlocutores um do outro de forma que o essencial de cada um se manifestasse. A princípio pensava que um encontro como esse, com personagens que eu considerava tão antagônicos, estaria fatalmente condenado ao silêncio mútuo.
E tanto é dito!
Então isto é a plenitude? Então esta é a plenitude de que falam os poetas?
ResponderExcluirEmma Bovary