O
desamor me angustia
as
incertezas roem a minha alma
como
ratos em seus ninhos
fazem
com os trapos
Logo
agora que a esperança
surgia
feito algo tangível
com
o coração ferido
Ah,
como eu odiava!
Era
uma golfada de ciúmes
que
lambuzava o meu interior
ciúme
da mulher, ciúme do homem
que
desavergonhados se amavam
ambos
descarados, felizes, com riso exposto
Prendo-me
ao silêncio
Um
silêncio temeroso que sufoca
e
impulsiona-me para o beco da solidão
Escuro,
frio, delgado, lúgubre
Assim
era o meu mundo
longe
daquele cruel e infiel amor
O
vício me consumia lentamente
A
insônia era a minha companheira, noite após noite
O
livro e a imaginação eram os melhores afagos
dentro
do peito lacerado pela vida
ali
onde a morte faz a ronda
Nas
madrugadas frias e sombrias
rompeu
o fio da ilusão
Sonia, parabéns, muito belo seu poema.
ResponderExcluirBelo poema, parabéns
ResponderExcluirRita e Rose T, muito grata pelos comentários. São os sentimentos que nos pressionam a escrever durante as leituras que fazemos. E que bela obra a de Graciliano Ramos!!!
ResponderExcluirBeijos!
Salve, Sonia Salim! Eis que a poetisa lê o livro através das páginas, como se o papel fosse fluido e a tinta, superfície. Só a liberdade do olhar do poeta liberta verdadeiramente uma história. Parabéns!
ResponderExcluirNovaes, que boa leitura! Muito grata. Veja o momento que me trouxe mais angústia.
ExcluirEu trouxe algo para recordar: "D. Adélia se lembra das flores de laranjeira que lhe enfeitavam a cabeça bonita. Tantas esperanças. Hoje é essa miséria que se vê." (Graciliano Ramos)
Sonia, me atrevo a dizer que esse é o melhor de seus poemas.Captou a essência do livro.O que corroi a alma de Luis. Muito bom! Parabéns!
ResponderExcluirBjs,
Elô
Olá, Elô! O dia que eu tiver um tempo disponível e silêncio na alma (rs) vou gravar esse poema, não em vídeo, só áudio. Eu fiz uma conta soundcloud, mas ainda não gravei nada. Estou precisando administrar melhor o tempo.
ExcluirObrigada pelas belas palavras de incentivo. Beijos!