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18 de agosto de 2013

Estreia poética de Fátima Namen


Visão

Requentei o café
Encostei-me na pia para apreciar a vida
O pé direito sobre o joelho esquerdo.

A batida na porta!
Meu coração acelerou com a velha mala verde.
Acariciei seus cabelos brancos.

Abri os olhos
Mas era o vento frio zunindo nos lençóis lavados.



15 comentários:

  1. Fátima, linda poesia, sensível, tocante. Viajei na sua visão, os lençóis ao vento e a imaginação correndo. Parabéns, querida!

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  2. Quente, o café
    Frio, o vento.
    O som na porta,
    o vento que zune.
    Joelho, pé
    coração que acaricia
    cabelos brancos.
    Olhos esperançosos.

    Parabéns, Fátima, poema inspirador!

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  3. Bela poesia. Produz aromas, visões e um sentimento profundo. Parabéns, Fátima.
    Carlos Rosa.

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  4. Parabéns, belas imagens produzidas em palavras.

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  5. Delicadeza pura! "A velha mala verde", quantas viagens entre o passado "velha" e o futuro "verde"!!! A "mala" esse presente, sempre por arrumar, desarrumado, consciência da pura subjetividade. O "vento" sopro "frio". Mas quanta esperança "zunindo nos lençóis lavados"!!! A pureza do instante, no desconsolo do existir, entre memórias que fulgem n'A batida na porta.
    Fatinha, não existe café requentado. O sabor do café, ainda que não sendo novo, é sempre o degustar de uma emoção incontida num devaneio inspirador de renovados começos.
    Emocionada pela tua coragem e encantada pela tua apreciação da vida.
    Salve, Fátima, nossa mais jovem Poeta!!!!!
    dília

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  6. O grandioso no simples, o discurso na síntese, o início no fim da história, as lacunas e a imensidão das viagens e memórias guardadas de cada um. Parabéns Fátima pelo poema inspirador e pela coragem de aventurar-se em terrenos desconhecidos.

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  7. O grandioso no simples, o discurso na síntese, o início no fim da história, as lacunas e a imensidão das viagens e memórias guardadas de cada um. Parabéns Fátima pelo poema inspirador e pela coragem de aventurar-se em terrenos desconhecidos.

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  8. Querida Fátima,
    Com tão poucas palavras você conseguiu criar este belo poema, demonstrando sua enorme sensibilidade e emocionando, também, a nós. Não é surpresa para mim. Sempre encontrei em você este ser sensível. Faltava, apenas, revelar a poeta. Não a chamo de poetisa, pois comungando com o dizer de Adélia Prado, a palavra poeta tem mais beleza. Aliás, encontro no versejar de vocês duas enorme semelhança: "...era o vento frio zunindo nos lençóis lavados". Que imagem linda! Arrepiei-me. Você bem sabe que, ao ler algo que me emociona muito, o arrepio logo vem. Nem sempre é o susto que o provoca. A beleza, também. Continúe, amiga! Quero arrepiar-me muitas outra vezes. Parabéns!
    Elenir

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  9. Poema com uma cena trivial como muitos dos de Quintana e Drummond. Um café requentado, a leveza e simplicidade da postura, velha mala verde, vento nos lençóis lavados, supostamente no varal. Uma cena tranquila quebrada apenas pela expectativa de uma visita, ou lembrança, esperança de rever alguém ou um momento; tudo envolto no ambiente simples, corriqueiro, mas descontinuado com o acelerar do coração ante a suposta batida na porta que, mesclada à expectativa gerada, dá um tom de certa angustia, intensificada pela decepção da falsa chegada de alguém, onde angústia e decepção se materializam no vento frio que zuni nos lençóis, que são, por sua vez, roupas de cama, onde se deita ou se divide a vida com alguém. Lençóis que também são sinônimos de lar e de aconchego. Enfim, um poema concebido no cotidiano, com versos e linguagem simples, mas que, pouco revelador em seus versos independentes e montados como retalhos do tempo, permite ao leitor viajar no poema e no instante que ele apresenta, supondo versões, vislumbrando o que realmente ele quer revelar, descrever, pintar.
    Um poema delicado e bonito, Fátima!

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    Respostas
    1. Obrigada a todos os amigos. Todos com muita delicadeza.
      Em especial a William, com seu tom analítico ficou bem pertinho do meu coração.
      Bjs a todos.
      Fátima

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    2. Foi um prazer ler e escrever sobre seu poema, Fátima.

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  10. Fátima,
    a dor as vezes é tão forte, que precisa ser resumida...
    Linda sua poesia.
    Linda, como você.
    Beijinhos ternos.
    Vera.

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  11. Corrigindo meu comentário acima: duas enormes semelhanças. A emoção levou-me a comer os "s".
    Elenir

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  12. Fátima, querida, peço-lhe desculpas, mas "enorme semelhança" estava certo, o que eu queria corrigir era "continue", sem acento. A cabeça desta sua amiga já anda falhando. Mas, o importante é que você continue a brindar-nos com sua bela poesia.
    Beijos.
    Elenir

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