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10 de julho de 2013

Crônica - O saci: Carlos Benites




  • Você revisa o texto que vai enviar para a EdUFF uma, duas, três ... seis vezes. Olha todas as páginas, pois a gente sempre esquece de incluir uma vírgula ou coloca outra desnecessariamente. Ou então pode ter um verbo mal colocado, ter que acertar uma coesão, cortar uma parte pequena, trocar uma frase, diminuir aqui e ali, pois eles pedem que o texto tenha quatro páginas no máximo. Daí lembra que precisa ainda incluir a numeração das páginas e então corta mais um pouquinho. Revisa mais três vezes por conta das alterações. O total de revisões do texto inteiro deve ter ido a mais de dez. Aí você fica feliz por completar o trabalho perfeito e o envelopa e deixa na editora, com o sentimento de dever cumprido.

    Dia seguinte liga para o amigo, conta sobre o texto e aproveita para abrir o arquivo. Aí você, com cinco segundos após ter aberto o texto, logo dá de cara com aquele errinho NO PRIMEIRO PARÁGRAFO. Logo o primeiro parágrafo que foi o que você mais mexeu e cortou. Estava lá desde o princípio e não o encontrei no meio das revisões. Então lembro da imagem feita por Monteiro Lobato, que dizia que depois de enviar o livro para a editora o errinho aparece na figura de um saci, que fica acenando para você, sorrindo com ar de deboche.



4 comentários:

  1. É por isso que eu não releio, Benites, rsrsrs.

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  2. É isso mesmo, Benites. Esse saci é implacável! Que o diga, onde estiver, Graciliano Ramos que rasgava folhas e folhas em busca da perfeição.
    Abs.
    Elenir

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  3. No concurso da UFF do ano passado eu fiz tão corrido que não tive tempo de fazer uma revisão sequer. Como falo com o Benito, o ideal é pedir para outra pessoa ler o seu texto, pois ela é capaz de enxergar esses errinhos que ficam escondidos.

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  4. Olha, Benites, este ano o Prêmio UFF criou uma complicação a meu ver desnecessária (exigência de 30 linhas por página, quando bastava determinar máximo total de 120 linhas, já que não podia passar de 4 páginas) e isso nos fez ficar mexendo no texto, dando Enter, cortando... As chances do Saci aparecer são imensas... Confesso que, depois que envelopei e mandei, não tive coragem de abrir o texto de novo... medo de encontrar uma travessura do saci...

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