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24 de julho de 2021

Minicontos 50c



Fonte: Sonia Salim


  1. Sonia Salim: 
    • A lágrima caiu em silêncio. No coração, decepção.
    • A cesta de ração humana da moça não incluía saúde.
    • As abelhas em ritual de polinização mantêm a vida.
    • Bichos esquisitos que em fios de seda tramam arte.
    • Derrotado pela força do destino, o jovem expirou.
    • Dia de azar. Vovó tropeçou no rabo do gato: miau!
    • Ela aprisionou-se em vínculos desnecessários.

    • Ela disse força e ele entendeu forca. Erro fatal.
    • Ela vivia um sofrimento confinada em um miniconto.
    • Lugares vazios sequestram olhares silenciosos.
    • Mariana não resistia ao poder que o livro exercia.
    • Muitos homens não têm a vida nobre de um cão.

    • O coração do autor pulsa, letras mortas no papel.
    • O corpo dele não superou a ausência da mente.
    • O louco incendiou os compartimentos da mente.

    • O louco na contramão: individualidade e liberdade.
    • Partiu. Deixou-nos um legado, o nobre professor.
    • Sem cor, energia e alegria, morreu a poesia.
    • Sem lágrimas, enrijeceu o coração da insensível.
    • Sua voz silenciou abruptamente no ventre da tribo.
  2. Inês:
    • A paixão chegou, faiscou, e o amor acabou.
    • A rotina andou até que se cansou.
    • Afogando-se, seguiu a corrente em busca de sonhos.
    • Ao atravessar, escorregou e virou asfalto. 
    • Cansada de respingos de vida, entregou-se à chuva.
    • De par em par, separam-se dia 13. 
    • Entre a cruz e a espada, novos caminhos reluziram.
    • Na caixinha de guardados escavava memórias.
    • Na terra seca de paz, a primavera murchou.
    • Perdida na noite, vagou entre estrelas e cometas
  3. Rita Magnago:
    • Ando nua pela casa, despida de pudores inúteis.
    • Calçada: mortos vivos deitados, vivos mortos em pé
    • Conluio: a morte entrou e o vento bateu a porta.
    • E se o relógio marcasse o espaço? Que vazio! 
    • Palavras cruzadas, letras de encruzilhada vida
    • Saudade de mais abraços, saudades demais. 
    • Sete segundos, súbito saiu, sacola surrupiada.
  4. Elenir:
    • Andorinhas tagarelas alegram meu despertar.
    • As lágrimas nascem no coração e escorrem dos olhos
    • As roupas na corda são bailarinas ao vento. 
    • Falou comigo amor? Não, vó, converso com o vento.
    • Na fazenda, o murmúrio do rio acalenta meu dormir.
    • Nas noites geladas você, amor, é meu cobertor.
    • O barco veloz belo tapete de espuma oferece ao mar
    • Prisioneiros das molduras de viés olhos me seguem.
    • Sequiosas flores esperam  o orvalho para cobri-las.
    • Seus olhos eram tesouras podando meus movimentos.
    • Solidão. Folhas secas pelo chão e um banco vazio.
    • Suas mãos eram barcos navegando meus cabelos. 
    • Venta e a criança diz: vó olha as folhinhas dançam
    • Vó se eu tivesse asa roubava o queijo da lua.
  5. Mariney K.:
    • Do namoro entre a abelha e a flor, verte doce mel.
    • Mulher solitária busca parceiro em noite fria.
    • No jardim, as rosas sorriram, era primavera. 
    • O casulo se abriu e a borboleta voou, em liberdade.
  6. Benites:
    • Bateu na carne negra. Deixou-a ensopada de sangue.
    • Um menino e uma pipa solta no ar. É tão lindo!
    • Trilogia Bento Santiago (Benites):
        • O amor de Bento nasceu dos nomes riscados no muro.
        • O amor durou mil beijos, uma ressaca e uma dúvida.
        • O amor finou no nascer/morrer de cada um Ezequiel.
  7. Fátima Sá Sarmento:
    • Uma palavra, vinte e nove anos se desfez. 
  8. Novaes/:
    • A única alternativa era aquela, repito há 40 anos.
    • Ela disse que seu sêmen era pus, antes de decepar.
    • Mamãe me disse que era normal, enquanto ensaboava.
    • Na igreja, rezou por acidentes, o vendedor de rua.
    • Não sabia mais que três palavras para dizer adeus.
  9. Claudinha:
    • As cores do alvorecer inundaram a tela e a alma.
    • Caminhando na praia nutriu-se de azul.
    • Entregou-se à magia daqueles acordes.
    • Escrevendo libertou-se das amarras e voou.
    • Momentos de plenitude curaram suas feridas.
  10. Rosemary:
    • Noite de inspiração. Dia da lua.




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19 comentários:

  1. Tentarei fazer o meu miniconto. Mas nenhum terá a força desse mini de Ernest Hemingway! Muito bom! Haverá alguém no CLIc com essa facilidade de Hemingway?

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    1. Elô, faça os minicontos e anime os outros clicianos, você é excelente nos dois casos.

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  2. Menos de 142 caracteres. Ele mandaria bem até no twitter.

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  3. Menos de 142 caracteres. Ele mandaria bem até no twitter.

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  4. Enviei, gosto demais de minicontos. Estou tentando, não sei se vai atender aos critérios.

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  5. Mandei três sugestões, uma foi o início de uma poesia, mas acho que pode ser entendida como um miniconto também.

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  6. Respostas
    1. Evandro, eu fico sonhando ter uma agenda com os minicontos CLIc em cada página. A postagem está crescendo e poderá tornar realidade. Ah, como é bom sonhar... rs

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    2. Uau, que excelente ideia! Acho que vou propor isso no Clube!

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    3. Uhuuu! Viva Raul Seixas! "Sonho que se sonha só // É só um sonho que se sonha só // Mas sonho que se sonha junto é realidade"
      Somos muitos a sonhar agora! \O/ \O/ \O/

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  7. Gente, que produção maravilhosa e tão poético. Encantada.

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  8. Bateu na carne negra. Deixou-a ensopada de sangue.

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  9. Não sabia mais que três palavras para dizer adeus.

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  10. A única alternativa era aquela, repito há 40 anos.

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  11. Mamãe me disse que era normal, enquanto ensaboava.

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  12. Ela disse que seu sêmen era pus, antes de decepar.

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  13. Na igreja, rezou por acidentes, o vendedor de rua.

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