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4 de abril de 2013

Da série temática Sonhos que não sonhamos (1)


S o n h o s    q u e    S o n h e i
(by Vera Lúcia Freire)

  
Queria poder falar,
Pra poder eternizar,
Os sonhos que ainda sonho,
E assim me apaziguar.

Sonho sonhos conturbados,
De amores mal amados,
De temores acanhados,
Que teimam em atormentar.



Ter a alma sonhadora,
Tem, por certo, um preço alto,
Pagamos com nossos sonhos,
Percalços e sobressaltos.

Que fazer se minha sina,
É viver de sonhador,
Já desde pequenininha,
Que carrego esse andor.


É verdade que sonhando,
Viajo dentro de mim,
Sou mares, terras e, voo,
Me perco e me acho, enfim.

Os sonhos que não sonhei,
Certamente vou guardar,
Pra sonhar aos pedacinhos,
E assim me lambuzar !



5 comentários:

  1. Vera, gostei muito de sua poesia. Doce e meiga como você. Na letra do vídeo do Caetano que postei (Assim sonham os comunistas), há uma frase em que ele diz "Vida sem utopia não entendo que exista". Eu concordo com ele. E a mídia noticiou hoje que os japoneses já conseguem revelar o conteúdo dos sonhos sonhados enquanto dormimos. Algo ainda incipiente e tosco, mas um alerta. Até nossos sonhos querem descobrir? Ainda bem que os sonhos que não sonhamos estão fora dessa, rsrsrs"

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  2. Escrever é revelador, pelo comentário da Rita e sem conhecer Vera dá para perceber que ela deve ser tão delicada quanto sua poesia, que é como uma renda fina que deve ser cuidada.
    Com relação a descobrir os sonhos dos outros não é tarefa difícil. Eu hoje acordei meio Tante Rose, mas Tonta do que Tante, mas impregnada com o livro me sinto uma pitonisa que sei tudo. Meus sonhos são quase óbvios e adoraria que alguém os realizasse, são muitos, mas a maioria depende mesmo é de mim. Eu iria deixar qualquer japones maluco com tantos sonhos novos que me surgem da noite para o dia. Seria um case.

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  3. Parabéns, Vera! Linda poesia. Nela, você demonstra sua enorme sensibilidade.
    Os sonhos do confeiteiro, mastigados, nos lambuzam e você se lambuzará com os sonhos sonhados. Adorei a metáfora!
    Beijos.
    Elenir

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  4. "É verdade que sonhando,
    Viajo dentro de mim,
    Sou mares, terras e, voo,
    Me perco e me acho, enfim."
    Belos versos, Vera!
    Já havia dito pessoalmente, mas quero registrar aqui.
    É uma maravilha essa capacidade e decisão de falar de seus sonhos, de transformá-los em versos. Isso nos ajuda a elaborar os pensamentos e as emoções. Ajuda a quem escreve e ajuda a quem lê. Muito bom! Parabéns, Vera!

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  5. Rita, Rosemary, Elenir e Newton.
    As palavras de vocês têm um valor enorme para mim. Como sempre falo, sou uma "atrevida" que está se desnudando graças ao incentivo e ao convívio amigável de todos vocês!
    Como um diamante bruto, vou espalhando um pouco da minha luz...
    Obrigada.
    Vera

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