Você faz parte do time que nunca ou raramente
fala nas reuniões do Clic ou que pouco escreve nos e-mails do grupo? Se sim, esse post foi feito pensando em
você, a princípio. Depois das respostas, sei não, talvez quem sempre fala ou escreve
lucre ainda mais com sua leitura.
Segue uma entrevista que, para mim, foi
tão surpreende quanto reveladora e, sobretudo, muito interessante. Quando a gente acha que conhece um
pouco alguém, descobre que na verdade - falo do meu caso, naturalmente -,
projeta muito de nossas tolas crenças em tantos ‘alguéns’..., mas como tudo vale a pena se a alma não
é pequena, segue junto com a entrevista o meu
pedido de desculpas pela presunção de não ter antes
admitido: eu só sei que nada sei.
Com vocês, a fala sensível e inteligente
de Cintia.
By: Rita Magnago
Como é ser um leitor assíduo nas
reuniões do Clic e raramente falar sobre o livro do mês?
Cintia: Eu acho que deveria
ficar sem jeito de não participar com comentários (embora não fique), mas
entendo que aquele espaço da EdUFF é para falar e ouvir. Se não falo é por que
estou lendo as pessoas, aprendendo com elas, curtindo o que acontece. Seja
através da recepção de ideias novas, seja por meio do exercício de discordar
(mesmo silenciosamente) de uma exposição, ou ouvir um pensamento meu ser
exposto de modo diferente do que você o faria.
Na hora que alguém está lá dando uma
opinião bem diferente da sua ou falando exatamente o que você pensa, não dá uma
coceirinha, uma vontade de pegar o bastão da fala e botar a boca no trombone?
Cintia: Às vezes sim, às
vezes não. Penso ser produtivo quando você consegue apresentar uma visão
diferente como contraponto, não como uma correção do que outra pessoa diz (por
mais que você discorde da opinião que ouve). A menos é claro que seja algo que
fuja a opinião e seja uma informação não verídica. Se acho que consigo fazer o
contraponto e se o ambiente é propício (há tempo suficiente para aprofundar o
assunto, tem gente querendo escutar, etc) então vale a pena. Por outro lado, também
é bem legal quando a gente exercita o controle dessa "coceirinha". Às
vezes temos mania de rebater o que ouvimos sem pensar direito. Ou temos tanta
necessidade de falar, que não percebemos repetir o que já foi dito.
Que tipo de comentário do livro você
mais gosta de ouvir? Análise literária? Textos destacados do livro?
Curiosidades sobre o autor ou a obra? Experiências pessoais que os
frequentadores relatam ter se lembrado a partir da leitura? Outros?
Cintia: Gosto de ouvir o que
não tinha passado pela minha cabeça e que me parece viável. Aí sinto que estou
aprendendo. Acho que o que gosto de ouvir não necessariamente se encaixa em um
determinado tipo de comentário. É bom ouvir uma pessoa dizendo sobre o quanto a
leitura a emocionou, mas se passarmos as 2h de reunião ouvindo todos dizerem
isso, sairemos decepcionados de lá. Assim, o lado eclético do grupo é bem
interessante, pois cada um aborda o que foi de seu interesse. Se quero ouvir
certa abordagem (a análise psicológica, ou política, por exemplo) e os
comentários estão voltados para assuntos diferentes (estrutura do texto, vida
do autor, por exemplo) nada melhor que eu mesma tente fazer minha abordagem e,
com isso, estimule outros que tenham interesses semelhantes a se manifestarem.
Já
aconteceu de você não ter gostado muito de uma leitura e ter mudado de opinião
após ouvir os comentários dos demais colegas? Se sim, qual foi o livro e
como foi a experiência?
Cintia: Hmm... acho que não.
Mas lembro que quando discutimos "Alvo Noturno" em outro Grupo, achei que o pessoal não conseguiu aproveitar tanto o
livro. No Clube de Leitura a discussão foi bem mais rica, o que, é claro,
tornou o livro mais interessante.
Com relação aos comentários por escrito
no e-mail do grupo, o que você mais curte e o que não gosta?
Cintia: Não vejo o Clube no
Google Gmail como uma rede de relacionamentos, mas como um espaço para se
trocar informações sobre livros e leituras. Assim, não gosto muito de excesso
de propagandas, de fofocas, indiretas que visam atacar terceiros, militâncias
de ideias, grosserias, excesso de vaidades e outras coisas que não me vem à
cabeça agora. É claro que tudo isso é demasiadamente humano e faz parte do
aprendizado de pertencer a um grupo.
Se fosse possível sintetizar em uma frase a
experiência de ler e participar do debate de um bom livro, o que você diria?
Cintia: Participar do Clube de Leitura é um aprendizado.
Não sei qual das duas é mais surpreendente: se a entrevistada ou a entrevistadora... Mas uma coisa eu sei: ambas são pessoas especiais, da melhor qualidade, daquelas que contribuem para o sucesso deste CLIc com muita profundidade e sensibilidade. Cíntia, você é uma pessoa Nota 10 e merecia mesmo ser ouvida nessa entrevista! Abs.
ResponderExcluirAdorei a entrevista. Bem fiel ao que a Cintia passa pra nós nas reuniões. Especial esta entrevista. Gostei da iniciativa da Ritinha e parabenizo a Cintia que é uma pessoa super justa nos comentários e se mostra uma leitora stenta e que tem muito a nos ensinar. Bjs as duas!
ResponderExcluirExcelente essa iniciativa das entrevistas. Entrevistada e entrevistadora nos deram bons momentos de leitura. Parabéns e obrigado.
ResponderExcluirCarlos.
Adorei a entrevista e me identifiquei com a entrevistada. Comprei o livro e não consegui ler, primeiro porque meu tempo está escasso e segundo porque estou adorando ler o livro através dos outros. Na verdade queria ler junto mas o grupo produz muito e com muita qualidade e tenho refletido bastante sobre cada colocação inteligente e me sinto pouco preparada para interagir no grupo tão acima dos meus conhecimentos.
ResponderExcluirAdorei a entrevista e me identifiquei com a entrevistada. Estou totalmente atrasada na leitura, primeiro porque meu tempo está escasso e segundo porque agora leio tudo que vocês escrevem e a produção é grande. Adorando tudo e aprendendo muito com a colocação de todos que estão me colocando para pensar.
ResponderExcluirGostei muito da entrevista. Foi bem conduzida pela Rita e a Cintia soube responder tudo com elegância e firmeza.
ResponderExcluirParabéns ao Clube!
Gostei muito da entrevista. Foi bem conduzida pela Rita e a Cintia soube responder tudo com elegância e firmeza.
ResponderExcluirParabéns ao Clube!
Concordo com Newton em sua análise sobre a entrevistadora e a entrevistada:ambas se harmonizam num dialogo claro,sensivele esclarecedor.
ResponderExcluirQuanto à Cyntia,com sua delicadeza,pude refletir sobre a capacidade de ouvir,e repensar nossos pontos de vista.
É por isso que amo esse clube!
PS..E o Papai Noel?Houve alguma festa de confraternização?..em todo caso deixo a ideia